Jorge Hessen.
O léxico define a pornografia como ação ou representação que ataca ou fere o pudor, a moral ou os bons costumes. A sexualidade explícita e sugestiva tem uma longa história, é uma manifestação de “arte” ancestral. Há registros de imagem da nudez e da sexualidade humana na era paleolítica (1). Arqueólogos alemães encontraram, em abril de 2005, um desenho de cerca de 7200 anos de um homem sobre uma mulher, sugerindo fortemente um ato sexual. A figura masculina foi batizada de Adônis Von Zschernitz, todavia, entendemos que a imagem descoberta tinha um significado , digamos, mais “místico”.
Presentemente não há nada de espiritual na efígie pornográfica. O abuso de conteúdo erótico de fácil e rápido acesso na web e outros meios de comunicação permite que as pessoas sejam expostas regularmente à excitação da sexualidade e tem instituído na mente incauta uma visão distorcida da carga genésica. Quem duvida que a pornografia é a exaltação da prostituição? Infelizmente, há aqueles que sob o guante do delírio abonam a pornografia como sendo “boa para a sociedade (2)".(!?...)
Em verdade, o uso abusivo da erótica, de coisas consideradas obscenas, geralmente de caráter sexual (livro, revista, filme, novas mídias etc.) com intenção de provocar excitação sexual, também tem sido cada vez mais entronizado na arte cinematográfica. Atualmente a pornografia é uma indústria poderosa, que degrada e desumaniza homens e mulheres e movimenta vários bilhões de dólares. “Estudiosos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, acreditam que o uso excessivo de pornografia online está criando uma geração de "homens desajustados". O psicólogo Philip Zimbardo acredita que as pessoas estão criando "vícios de excitação", deixando-os incapazes de conviver sadiamente no mundo real e desenvolver relacionamentos benfazejos, segundo reportagem do jornal Daily Mail(3).”
Pesquisas recentes indicam que um número expressivo de crianças e adolescentes são bombardeados com cenas erotizantes desde tenra idade e têm acesso às obscenidades frequentemente por meio das novas tecnologias. Sim! a Internet potencializou a indústria pornográfica, que fatura hoje pelo menos vinte vezes mais do que nas décadas de 1980 e de 1990.
Na web são aproximadamente 30 mil usuários por segundo acessando conteúdos eróticos; são mais de 1 bilhão (isso mesmo! 1 bilhão) de downloads de material pornográfico a cada mês. Há estudos demonstrando que em menos de quatro anos, mais lares foram destruídos pela pornografia do que o comparativo dos últimos 50 anos. Isso acontece, sem distinção de nacionalidade, cor, etnia ou credo religioso. A Pedofilia, por exemplo, considerada a mais grave infração permeada pela web, tem fortalecido um transtorno, inigualável, aos jovens e crianças. Alguns inescrupulosos negociantes da indústria do sexo usam métodos parecidos com o tráfico de drogas. Primeiro oferecem gratuitamente os conteúdos. Posteriormente começam a cobrar. Aliás, é desse jeito que o império das ilusões e da criminalidade tem florescido.
Tal como das drogas, o mercado pornográfico é um dos mais lucrativos mercados da história. Larry Flynt, empresário e dono do império Hustler, retratado por Milos Forman e Oliver Stone no filme "O povo contra Larry Flynt”, Bob Guccione, da revista Penthouse e Hugh Hefner, dono do Império Playboy, compõem alguns desses milionários da exploração da fantasia sexual. Obviamente, uma fatia gigantesca desse mercado é dominada pelo crime organizado.
Como se não bastasse toda essa degradação dos valores morais, atualmente nas telenovelas, igualmente a habilidade artística e o enredo abarcando os personagens, deram lugar à exposição de corpos desnudos e relacionamentos impregnados de volúpia erótica, que dão a conotação de cenas de sexo explícito; até mesmo nos programas vespertinos, dedicados a um público entre infantil e adolescente as cenas são altamente apelativas.
A pornografia sugerida na mente é como o combustível junto à fogueira do desejo sexual primitivo, resultando em pensamentos e apelos instintivos desequilibrados. Tem um efeito crescente, qual uma droga, o viciado precisa de mais e mais para atender o indômito desejo. Sim, doentes e viciados, pois o mecanismo psíquico da pornografia é o mesmo do alcoolismo. Clínicas psiquiátricas e psicológicas, de atendimento desses problemas (compulsão sexual), já estão sendo espalhadas pelo planeta. E terapeutas familiares têm travado um combate intenso nos lares.
Assim como um usuário de drogas é levado a consumir quantidades maiores e mais poderosas de entorpecentes, a pornografia arrasta o ser humano, levando-o a pesados vícios sexuais e desejos animalizados. Como se percebe estamos diante de viciados do sexo que se expõem no tablado dos prazeres, na qualidade de servos ridículos em revistas de sexo explícito ou em filmes eróticos, desandando-se em ídolos da pornografia e da lubricidade hipocondríaca. “O meretrício de crianças e adolescentes se avulta, em face da fadiga dos corrompidos que exigem carnes novas para os apetites selvagens que os consomem. É compreensível que aumentem as estatísticas das enfermidades dilaceradoras como o câncer, a tuberculose, as cardiovasculares, a AIDS, outras sexualmente transmissíveis, as infecções hospitalares, dentre diversas, acompanhadas pelos transtornos psicológicos (4).”
As buscas das imagens eróticas criam um tônus de frequência mental onde se sintonizam espíritos em estado de desequilíbrios sexuais. Os obsessores mantém a imagem da lascívia na mente repetindo ininterruptamente para estabelecer um circuito de luxúria e conduzir de volta o obsedado à pornografia. Infelizmente a maioria das pessoas desconhece a intervenção espiritual na vida física. Contudo essas influências são constantes em nossas mentes em forma de pensamentos e consequentemente em ações. Grande parte dos vícios humanos é potencializada por influências obsessivas e até subjugações espirituais ocasionando amplos transtornos para os viciados em fantasias pornográficas.
É uma perversão tão grave que tem destruído famílias e levado muitas pessoas à transtornos de complicada etiologia. A pornografia transforma os seres em objetos sexuais. Um levantamento na União Europeia (UE), por exemplo, concluiu que 25% das pessoas com idades entre 9 e 16 anos já tinham visto imagens de cunho sexual. “E em 2010, uma pesquisa na Grã-Bretanha revelou que quase um terço dos jovens com idades entre 16 e 18 anos havia visto fotos de natureza sexual em celulares, na escola, mais de uma vez por mês. A National Association of Head Teachers (Associação Nacional de Diretores de Escolas) da Grã-Bretanha está fazendo uma campanha sobre o impacto da pornografia com o objetivo que crianças e adolescentes sejam educados de maneira apropriada à idade. (5)”
O tema proposto é gravíssimo. Muitos pais entram em pânico quando encontram pornografia no computador dos filhos. Sabem que pode ser um campo minado e muitos não sabem o que fazer ou o que dizer. Cremos que escolas, instituições religiosas e os pais devem trabalhar juntos, a fim de conscientizar as crianças, os jovens e os adolescentes sobre perigos que envolvem o aviltamento da sexualidade.
Toda prudência se faz necessária quanto à conduta que temos diante dos filhos, pois facilmente criamos nelas uma boa ou má impressão. Tudo, até o próprio tom com que lhes falamos, em certas circunstâncias, pode influenciá-las. Deve causar surpresa o fato de nelas se desenvolverem vícios dos quais se ignora a fonte? Uma criança pode aprender a doçura com pais que se deixam dominar pelas paixões? Pode adquirir sentimentos nobres com pais vulgares? Pode adquirir as virtudes sociais com pais que não as tem? Sem falar dos vícios mais palpáveis, está aí uma série de observações minuciosas que contribuem essencialmente para a formação do moral dos nossos filhos.
Experimentamos na sociedade os reflexos das escolhas íntimas. Ou modificamos as opções infelizes de comportamento, ou reencarnaremos sob débitos, em face da soma das perversidades cunhadas e mantidas pela invigilância. Não podemos nos acomodar e sequer nos omitir ante a onda de promiscuidades, pornografias e corrupção moral. “Pensamento é fermentação espiritual. Em primeiro lugar estabelece atitudes, em segundo gera hábitos e, depois, governa expressões e palavras, através das quais a individualidade influencia na vida e no mundo”(6). Nada justifica ficarmos indiferentes e imóveis diante do acelerado aniquilamento dos valores cristãos. Se descuidarmos da vigília é certo que resgataremos obrigatoriamente à indiferença e inércia diante desse cenário preocupante do envilecimento do sexo.
Felizmente existe um divino Código que há dois mil anos vigora na Terra; Código que pode transformar o planeta quando exercitado entre os homens. Trata-se do Evangelho de Jesus. Inspiremo-nos Nele.
(1) Refere-se ao período da pré-história que vai de cerca de 2,5 milhões a.C., quando os antepassados do homem começaram a produzir os primeiros artefatos em pedra lascada, até cerca de 10000 a.C.
(2) Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130513_pornografia... acesso 25/06/13
(3) Disponível em http://tecnologia.terra.com.br/internet/pornografia-online-levara-h... acesso em 21/06/13
(4) Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 19 de Maio de 2009, na residência de Josef Jackulak, em Viena Áustria. Em 24.05.2010. Disponível no site da Federação Espírita do Paraná disponível em http://www.feparana.com.br/cartao.php?msg=598&cat=3 acesso em 27/06/13
(5) Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121106_pornografia...
(6) Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001.
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