quarta-feira, 31 de julho de 2013

 

Wikimedia commons
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Uma campanha mentirosa surgiu nas redes sociais logo depois da aprovação do Estatuto do Nascituro, na última quarta-feira. Para denegrir o projeto que pretende dar garantias jurídicas ao embrião humano, grupos abortistas vêm divulgando o antigo projeto, de 2007, que já sofreu dezenas de mudanças, como se fosse a versão aprovada nesta semana. Apelando a um nível ainda mais baixo de desonestidade, os difamadores criaram o rótulo de “bolsa-estupro”, embora no texto de catorze artigos somente um deles trate de violência sexual. O objetivo do termo pejorativo parece claro. Vincular, por meio da linguagem, o estatuto a um crime horrendo, e assim gerar uma reação negativa a qualquer um que ouça falar do assunto superficialmente.
Sobre esse tipo de estratégia sorrateira, que manda pelos ares qualquer compromisso com a verdade, contanto que se atinja o objetivo pretendido, o colega blogueiro Jorge Ferraz, do Recife, publicou ontem um brilhante artigo. Recomendo muitíssimo a leitura.
Sobre o conteúdo enganoso da campanha, acho que vale a pena ser bastante didático especialmente em dois pontos.
O que o Estatuto do Nascituro não diz:
- Ele vai anular o artigo 128 do Código Penal, e passará a ser crime punível o aborto de um filho fruto de estupro. MENTIRA.
Somente no projeto de 2007 é que constavam novas punições penais relacionadas ao aborto, com mudanças em itens do Código Penal. O texto substitutivo, aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família, em 2010, que é o que está valendo, não propõe nenhuma mudança em matéria penal. Pelo contrário, o texto explicita que fica "ressalvado o disposto no Art. 128 do Código Penal Brasileiro". O aborto de um filho fruto de estupro, portanto, continuará a não ser punido.
- Ele vai obrigar a vítima de estupro a gerar e criar o filho do estuprador. MENTIRA.
Como já dito, a vítima de estupro não será sequer obrigada a gerar a criança, muito menos criá-la. Na verdade, ela ganha uma escolha a mais sobre o que fazer. O que ocorre hoje é que a vítima aborta ou gera o filho com os meios que possui, para depois decidir se o bebê será entregue para a adoção ou se a mãe ficará com ele.
O estatuto cria uma terceira opção. A vítima de estupro que resolver gerar a criança contará com o apoio financeiro do estado para fazê-lo. Se quiser gerar, mas não quiser criar, pode entregá-lo para a adoção. Se escolher criar a criança, a mãe que quiser pode recorrer ao estado para obrigar o pai (criminoso) a pagar pensão.
Essa última possibilidade, naturalmente, só se aplica aos casos em que o autor do estupro é identificado. Afinal, nem toda violência sexual é praticada apenas por marginais desconhecidos que atacam na rua. Parentes, colegas ou patrões, por exemplo, que violentarem a mulher terão de arcar financeiramente com a criação da criança, além de cumprirem a pena na cadeia.
Um estatuto “brando”
As acusações contra o estatuto mostram-se ainda mais fantasiosas quando opostas a outras críticas, dessa vez não de abortistas, mas de dentro do próprio movimento pró-vida. Enquanto para os difamadores atuais, o documento parece trazer as trevas de uma revolução conservadora, há algumas semanas um artigo do padre Luiz Carlos Lodi , um influente veterano pró-vida, dividiu os manifestantes da causa.
Conforme conta no texto, Lodi teve participação no desenvolvimento do projeto original, mas considera que este foi tão modificado que não vale mais a pena batalhar por sua aprovação. Na opinião do sacerdote, outros projetos em tramitação mereceriam maior envolvimento por trazerem mudanças mais drásticas. Entre as observações de Lodi, está a lamentação de que o Movimento Brasil Sem Aborto, principal apoiador do projeto, não vincula sua atuação às iniciativas contrárias à união de homossexuais, como outros grupos fazem.
O episódio ajuda a ilustrar o quanto o projeto tentou equilibrar-se entre posições que podem ser consideradas extremos opostos entre si.
A única “bolsa” criticável ?
Na argumentação dos defensores do aborto, chama a atenção também a crítica ao que chamam de mais uma “bolsa” assistencialista do governo. Esses mesmos grupos quase sempre se alinham às políticas do governo petista e apoiam práticas como o Bolsa Família e similares. Sendo assim, na visão deles a ajuda financeira que o Estatuto do Nascituro pretende dar às vítimas de estupro parece ser o único instrumento criticável de distribuir dinheiro a quem precisa. Uma incoerência e tanto.
Vai demorar
A campanha desesperada dos difamadores pode assustar agora, pela virulência, mas dada sua fragilidade, construída na base de sofismas e especulações, tende a se enfraquecer. Isso exigirá paciência e determinação dos apoiadores do estatuto em mostrar o texto certo e desmascarar mentiras. Teremos tempo.
O Estatuto do Nascituro surgiu oficialmente em 2007, passou pela primeira comissão em 2010, e agora, pela segunda, em 2013. Quem acompanha a tramitação de perto sabe que a próxima etapa vai demorar. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania é do PT, o único partido a votar contra o projeto na última comissão. Além disso, as movimentações para as eleições de 2014 já começaram, e um projeto que envolva o aborto certamente é a última coisa que a presidente Dilma quer ver em sua mesa num ano eleitoral.

domingo, 28 de julho de 2013

Documentos
NOTA PÚBLICA DO BRASIL SEM ABORTO SOBRE O PLC 3/2013 APROVADO PELO CONGRESSSO NACIONAL
NOTA PÚBLICA DO MOVIMENTO NACIONAL DA CIDADANIA PELA VIDA - BRASIL SEM ABORTO
A Lei que “dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual”, aprovada no dia 04/07/2013 pelo Senado Federal (PLC 3/2013), sem emendas ao Projeto originário da Câmara dos Deputados (PL 60/1999), teve tramitação, nas duas Casas Legislativas, de maneira célere e sem que houvesse tempo suficiente para que a sociedade pudesse tomar conhecimento de seu teor e ajudasse a sanar equívocos como os que foram identificados e que agora dependem da posição que a Presidente vai tomar em relação à sanção presidencial a esta lei.
Nesta quarta-feira, 17 de Julho de 2013, a Ministra de Estado da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Helena Hoffmann, recebeu, em audiência no Palácio do Planalto, vários representantes da sociedade civil que apresentaram à Ministra documento de solicitação de VETOS PARCIAIS à referida lei, protocolado, no dia 12 de Julho de 2013.
Participaram, conforme o pedido de solicitação desta audiência, divulgado na agenda disponível no site da Casa Civil, os seguintes signatários deste documento: Lenise Garcia, Presidente do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida (Brasil Sem Aborto); Jaime Ferreira Lopes, Vice-Presidente do Brasil Sem Aborto e na ocasião representando a Associação Nacional da Cidadania pela Vida, Dom Frei Leonardo Ulrich Steiner, Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cesar Perri, Presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Pastor Wilton Acosta, Presidente do Fórum Evangélico Nacional de Ação Social e Política (FENASP), Paulo Tominaga, Presidente da Confederação Nacional das Entidades de Família (CNEF).
Além destes que se fizerem presentes na referida audiência ministerial, são signatários do mesmo documento: Allan Arnaldo de Araújo, Presidente da Associação Nacional da Cidadania pela Vida (ADIRA), Drº Cláudio Fonteles, Ex-Procurador Geral da República, Drº Roberval Casemiro Belinati, Desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios.
Os VETOS PARCIAIS a esta lei solicitados no documento firmado pelas Instituições e Entidades Nacionais e Personalidades Públicas referem-se aos incisos IV e VII do artº 3º da referida lei, a saber:
“Art. 3º O atendimento imediato, obrigatório em todos os hospitais integrantes da rede do SUS, compreende os seguintes serviços:
........
IV – profilaxia da gravidez;
........
VII – fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis.”
Entendemos que com estes Vetos Parciais esta lei cumpre uma lacuna importante no atendimento às pessoas vítimas da violência sexual em nosso país que, sem dúvida alguma, é uma questão extremamente grave que necessitava de uma regulamentação no âmbito do ordenamento jurídico brasileiro.
Vale ressaltar que corroborando esta posição pelos VETOS PARCIAIS aos incisos IV e VII do art. 3º da lei em questão, outro documento foi apresentado ao governo pelos Presidentes das Frentes Parlamentares em Defesa da Vida – Contra o Aborto, Mista da Família e Evangélica, além das lideranças das bancadas do PMDB, PSD, PDT, PP, PTB, PSC, PV, PRB e do Bloco PR, PTdoB, PRP, PHS, PSL, PRTB e pelo Vice-líder do Governo, na Câmara dos Deputados, deputado Hugo Leal-PSC/RJ.
Cabe agora à Presidente da República, a quem compete constitucionalmente a obrigação da Sanção Presidencial a leis aprovadas pelo Congresso Nacional, atender a esta justa reivindicação da sociedade civil organizada de sancionar a referida lei com os vetos parciais que foram a ela propostos tempestivamente no dia 17 de Julho de 2013.
Brasília, 18 de Julho de 2013.

Lenise Garcia
Presidente Nacional

Jaime Ferreira Lopes
Vice-Presidente Nacional Executivo

Damares Alves
Secretária Geral

quarta-feira, 24 de julho de 2013

RESGUARDEMOS KARDEC DAS ENXERTIAS CONCEITUAIS E PRÁTICAS EXÓTICAS 

(Jorge Luiz Hessen)

Para alguns confrades de índole "light ou clean" (!?),a pureza doutrinária ecoa como algo obscuro, subjetivo. Não compartilhamos dessa tese. Cremos que consiste na observância da simplicidade dos conceitos escritos, praticados e alicerçados na Codificação, cujas recomendações básicas foram apoiadas pelos "Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus", (1) no dizer do Espírito de Verdade, na introdução de "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
Aconteceu conosco recentemente: ao término de uma palestra, cujo tema enfatizava a questão das práticas estranhas às normas de conduta que a Doutrina Espírita preceitua, aproximou-se de nós um confrade, deixando transparecer uma série de dúvidas quanto a instituição espírita, onde freqüentava, próxima à sua residência. Confessou-nos que estava tentando se harmonizar com aquele grupo, mas a forma como conduziam os trabalhos conflitava com os esclarecimentos contidos nos Livros da Codificação.
Esclareceu-nos, também, que, naquele centro, os trabalhadores adotavam a prática da "apometria" para promoverem sessões de "desobsessão" e que o tratamento pela "corrente magnética" era a coqueluche do centro-oeste brasileiro. (sic) (!?) Disse-nos, ainda, que, enquanto uns utilizavam cristais para energizarem os assistidos, outros recomendavam o hábito da meditação sob pirâmides para o necessário equilíbrio espiritual. Havia, também, aqueles que incentivavam o famoso "banho de sal grosso", juntamente com ervas "medicinais" e outros quejandos.
Convidado para trabalhar naquele centro, em serviços de atendimento aos necessitados da região, mostrou-se-nos extremamente receoso em assumir tal responsabilidade, já que tais práticas não eram condizentes com os ensinamentos da Doutrina Espírita.
Ao nos questionar se deveria ou não aceitar tal tarefa, esclarecemos-lhe da seguinte maneira: já que ele possuía algum conhecimento sobre as normas da Codificação, e demonstrava bom senso crítico e critério doutrinário, das duas uma: ou ele se afastaria do grupo em que se associara, procurando se identificar com outra instituição, na qual estivessem estabelecidas reuniões nos moldes da Terceira Revelação, ou permaneceria qual missionário, transmitindo, aos poucos, as claras noções da Doutrina Espírita. Lembramos ao nosso irmão que muitos centros sustentam movimentos e idéias hipnotizantes, na tentativa de embutir, na espinha dorsal da Doutrina Espírita, algumas práticas estranhas, sob os auspícios dos apelos assistencialistas de inócuos resultados, e propagam neologismos de impacto para "tratamentos espirituais", supostamente eficazes. Explicamos que o trágico da questão é que esses grupos são dominadores e, por conseqüência, detêm poder hegemônico no movimento espírita em certas localidades.
Esclarecemos-lhe que o Centro Espírita tem que funcionar como se fosse um autêntico pronto-socorro espiritual, tal qual refrigério em favor das almas em desalinho, e não um reduto de ilusões. A Casa Espírita tem que estar preparada para receber um contingente cada vez maior de pessoas perdidas no lodaçal de suas próprias imperfeições, e que estão nos vales sombrios da ignorância.
Aqueles que lêem livros tidos como de literatura avançada, mas de autores um tanto quanto duvidosos, sem antes lerem e estudarem com seriedade Allan Kardec, correm o grande risco de enveredarem por caminhos estreitos e trilhas confusas, de difícil acesso esclarecedor. Os núcleos espíritas refletem a índole e consciência doutrinária dos seus dirigentes. As práticas que nos narrou o irmão chocam, nitidamente, com os postulados Kardecianos. Logo, aí não se pratica Espiritismo. Contudo, são estágios de entendimento insipientes, talvez necessários para pessoas neófitas (lembrando aqui: a cada segundo o merecimento). Foi preciso lembrá-lo, porém, de que, mesmo nos grupos mal orientados por seus dirigentes, existem pessoas que se dispõem a ajudar irmãos necessitados, independentemente de regras preestabelecidas, o que lhes confere algum mérito, obviamente.
Alertamos-lhe, todavia, sobre as dificuldades que, certamente, iria encontrar, pois não seria fácil o acesso às mentes cristalizadas em bases de "verdades indiscutíveis", mas nada obstando que aceitasse o desafio, se a vontade de servir fosse maior que as práticas não alinhadas com o projeto Espírita. O importante é servir em nome do Cristo, mesmo convivendo, heroicamente, com práticas vazias de sentido lógico. Por outro lado, serenando-lhe o espírito hesitante, lembramos-lhe de que ninguém é obrigado a conviver sob as amarras dos constrangimentos.
O Espiritismo traz-nos uma nova ordem religiosa que precisa ser preservada. A Terceira Revelação é a resposta sábia dos Céus às interrogações da criatura aflita na Terra, conduzindo-a ao encontro de Deus. Cremos que preservá-la da presunção dos reformadores e das propostas ligeiras dos que a ignoram, e apenas fazem parte dos grupos onde é apresentada, constitui dever de todos nós. "Neste momento, contabilizamos glórias da Ciência, da Tecnologia, do pensamento, da arte, da beleza, mas não podemos ignorar as devastadoras estatísticas da perversidade que se deriva dos transtornos comportamentais"(...)as criaturas humanas ainda não encontraram o ponto de realização plenificadora. Isto porque Jesus tem sido motivo de excogitações imediatistas no campeonato das projeções pessoais, na religião, na política e nos interesses mesquinhos.(...)"(1)
Se abraçamos o Espiritismo, por ideal cristão, não podemos negar-lhe fidelidade. O legado da tolerância não se consubstancia na omissão da advertência verbal diante às enxertias conceituais e práticas anômalas que alguns companheiros intentam impor no seio do Movimento Espírita.
Para os mais afoitos, a pureza doutrinária é a defesa intransigente dos postulados espíritas, sem maior observância das normas evangélicas; para outros, não menos afobados, é a rígida igualdade de tipos de comportamentos, sem a devida consideração aos níveis diferenciados de evolução em que estagiam as pessoas. Sabemos que o excesso de rigor na defesa doutrinária pode nos levar a graves erros, se enredarmos pelas trilhas de extremismos injustificáveis, posto que redundarão em divisão inaceitável, em face dos impositivos da fraternidade.
É óbvio que não podemos converter defesa de pureza kardeciana em cristalizada padronização de práticas que podem obstar a criatividade espontânea, diante da liberdade de ação. Inobstante repelir atitudes extremas, não podemos abrir mão da vigilância exigida pela pureza dos postulados espíritas. Não hesitemos, pois, quando a situação se impõe, e estejamos alerta sobre a fidelidade que devemos a Kardec e a Jesus. É importante não esquecermos de que nas pequeninas concessões vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação.
"É necessário preservar o Espiritismo conforme o herdamos do eminente Codificador, mantendo-lhe a claridade dos postulados, a limpidez dos seus conteúdos, não permitindo que se lhe instale adenda perniciosa, que somente irá confundir os incautos e os menos conhecedores das suas diretrizes"(2) É inegável que existem inúmeras práticas não compatíveis com o projeto doutrinário que urge sejam combatidas à exaustão,. nas bases da dignidade cristã, sem quaisquer laivos de fanatismo, tendente a impossibilitar discussão sadia em torno de questões controversas.
Apresentando certa apreensão quanto ao Movimento Espírita nosso 'Kardec Brasileiro' recorda: "a Boa Nova (...)produz júbilo interno e não algazarra exterior (...) Não é lícito que nos transformemos em pessoas insensatas no trato com as questões espirituais. Preservar, portanto, a pulcritude e a seriedade da Doutrina no Movimento Espírita é dever que nos compete a todos e particularmente ao Conselho Federativo Nacional através das Entidades Federadas"(3) (grifamos)
Sobre os que ainda se fixam demasiadamente nas questões fenomênicas, Bezerra lembra: "(...) a mediunidade deve ser exercida santamente, cristãmente, com responsabilidade e critérios de elevação para não se transformar em instrumento de perturbação e desídia"(4). O exercício da mediunidade deve ser reservada às pessoas que conheçam Espiritismo, posto ser extremamente perigosa a participação de pessoas ignorantes em trabalhos de aguçamentos mediúnicos, e, por desatenção desse tópico , após mais de um século de mediunidade à luz da Doutrina Espírita, temo-la, ainda, atualmente, ridicularizada pelos intelectuais, materialistas e ateístas, que insistem em desprezá-la até hoje.
Lamentavelmente, em nome do Espiritismo, muitos propõem apometrias, desobsessão por corrente mento-eletromagnética(5) , aplicações de luzes coloridas para higienizar auras humanas e curar (pasmem!) azia, cálculo renal, coceiras, dores de dente, gripes, soluços em crianças, verminoses, frieiras, etc.. Se não bastasse, recomenda-se, até, carvãoterapia (?!) para neutralizar "maus-olhados". É só colocar um pedaço de tora de carvão debaixo da cama e estaremos imunes ao grande flagelo da humanidade - o "olho comprido"- e, nessa tragicomédia, o Espiritismo vai capengando em certos centros espíritas.
A verdadeira prática Espírita é a expressão da moral cristã, consubstanciada no Evangelho do Mestre Jesus. Assim, o grupo espírita só terá maior credibilidade se houver pureza doutrinária e se a prática estiver conforme os ensinamentos de Jesus, sob qualquer tipo de continente (desobsessão, educação mediúnica, palestras, livros, mensagens, Assistência Social etc.).
No Espiritismo, o Cristo desponta como excelso e generoso condutor de corações e o Evangelho brilha como o Sol, na sua grandeza mágica. Uma doutrina que cresceu assustadoramente nos últimos lustros, em suas hostes surgiram bons líderes, ao tempo em que também apareceram imprudentes inovadores, com a presunção de "atualizar" Kardec.
Recordemos que Kardec legou à humanidade a melhor de todas as embalagens (pureza doutrinária) ao divino presente que é a Doutrina dos Espíritos, e aqueles que têm como base o alicerce do Evangelho podem, até, conviver com qualquer obra ou filosofia, que estarão imunizados contra o vírus das influenciações obsidente.


Jorge Hessen

Jorge Luiz Hessen (Brasília/DF)
é membro da Rede Amigo Espírita, servidor Publico Federal, residente em Brasília, palestrante,
escritor, articulista em diversos jornais e sites, com textos publicados na Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Imortal, Revista Internacional do Espiritismo, entre outros e além de conselheiro da revista eletrônica O Consolador.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

UMA FÁBULA DE PEDREIROS LIVRES
Eram 12:00, em ponto;  o sol estava à pino, quando o irmão segundo vigilante mandou os obreiros ao trabalho, e, assim,  a grande obra ganhava mais um dia de suor e labor daqueles valorosos e dedicados obreiros.
Como de costume,  o canteiro estava impecável e a cada peça terminada, rapidamente, se recolhia ao se lugar e dava lugar a outro trabalho e de tão dinâmico se dava o movimento, foi fácil para alguns perceberem um jovem irmão que destoava dos demais por estar impavidamente imóvel defronte a uma pedra milimetricamente esquadrejada, e de tal forma polida, que como um espelho este podia avistar a todos os que estavam ao seu redor, apenas no fitar de suas 4 faces.
Envolvidos em suas atividades individuais, muitos dos irmãos sequer lhe davam atenção; porém, do oriente, ele estava sendo observado, extasiado com aquela construção, estático, como quem espera os louros de uma grande conquista.
Percebendo isso, muitos dos mestres o ignoravam;  não lhe daremos atenção,  dizia um mestre a outro,  para que não fique cheio de si,  sussurravam.
Mas um dos irmãos, o mais sábio por sinal, portando um livro aberto sobre fundo radiante foi ter com este irmão, companheiro.
- Boa tarde meu querido irmão, mas que bela obra tens aí, exclamou!
Ao que lhe respondeu o jovem companheiro:
- E não o é!  Poucas vi iguais, com tamanha precisão e tão perfeito esquadrejamento. Acho até que deveria ser exposta como exemplo, para todos pudessem ver que beleza é esta obra. Gabou-se.
- Sem dúvida – concordou o Orador – E acrescento, uma construção tão bela precisa ser imortalizada, pois a que outra pedra restaria a honra de ser a base, no angulo Nordeste de tão promissora construção que erigimos aqui?
Logo aquela conversa suscitaria a atenção de outros irmãos, pois afinal, não era todo dia que a sabedoria do Irmão orador estava ao alcance de todos no ocidente.
Por fim acabaram amontoando-se vários irmãos para admirar aquela cena e muitos se deram conta daquele trabalho justo e perfeito, que por tanto tempo, apenas aquele companheiro olhava e observava.
Muito feliz por tanta atenção conquistada, disse aquele jovem irmão:
- Perfeitas as suas palavras meu sábio irmão orador, e a propósito, visto que tão perfeita obra produzi, já é tempo de ser reconhecido meu valor nesta oficina, inclusive, desafio-os a encontrar alguém que tenha realizado uma obra tão bela quanto esta, tão  esquadrejada; o que, com certeza,  não encontrarás; Assim,  exijo por tê-la feito, meu aumento de salário.
O irmão Orador, sem que sequer tremesse seu semblante, assentiu com a cabeça; neste momento já observado por toda a loja que simplesmente parou, serenamente lhe respondeu:
- Mais uma vez tendes razão, irmão companheiro!;  e todos o fitaram com surpresa;  porém, continuou– já estando aceito o seu desafio, advirto-o que  uma obra não pode ser considerada completa e perfeita, apenas ao olharmos sua casca, pois assim como a romã é sustentada internamente por suas sementes, a retidão e a justiça somente serão sustentadas por fortes princípios internos, os quais  não  podem ser vistos a olho nu. Mas olhemos ao nosso redor!
Diante do que estava acontecendo, poucos irmãos ainda continuavam trabalhando; porém,  ao olharem no topo da coluna nordeste, lá avistaram um simples aprendiz, com uma pedra tão perfeita quanto à do companheiro, e que por estar tão concentrado em seu trabalho, sequer levantou a cabeça quando aquela turba foi ao seu encontro.
Ao perceber, enfim,  o Orador a sua esquerda e o companheiro a sua direita,  o aprendiz os reverenciou e feliz por suas presença lhes recepcionou perguntando:
- A que devo a honra dos meus irmãos virem observar-me no trabalho?
Ao que o companheiro, sem sequer lhe responder, já começara a medir a pedra do aprendiz;  como que a procurar alguma imperfeição, enquanto este conversava com o irmão Orador que fez o seguinte comentário:
- Que bela obra tens aí irmão aprendiz!
Ao que lhe respondeu:
- Trabalho nela há muito tempo meu irmão!! e sempre que tento me convencer de que está completa, procuro e encontro alguma imperfeição; Então, recomeço novamente o trabalho alegremente, pois não é o fim que procuro; mas um eterno recomeço.
Sem ouvir-lhe como deveria, o companheiro diz:  – Pois então, acho que não deves mais te preocupar com isso, pois inspecionei sua obra e, é claro que não está tão boa quanto a minha, mas está quase perfeita;  acho até que também deves exigir aumento de salário; e permito-lhe até que ponha tua pedra logo acima da minha, como base no ângulo Nordeste da obra que sobre elas será levantada; mas o nome, insisto, seja posto somente na minha, pois venci o desafio.
Fitando-lhe com feição de dúvida, olha-lhe com ternura o irmão aprendiz, dizendo-lhe:
- Meu irmão companheiro, com todo o respeito,  não entendo, como posso eu vangloriar-me desta obra se não fui quem a construiu?
- Mas como, diz-lhe enfaticamente o companheiro? se vejo teu avental assim, como toda a tua vestimenta, lavada em pó de pedra e tu mesmo já disseste que há tempos vem trabalhando nesta obra?
- E não é isso, por fim, que viemos fazer aqui? – Interrompe-lhe educadamente o Orador;  ou julgas que gastamos em vão nossas forças?
Após ouvi-lo pacientemente, pede a palavra o irmão aprendiz, dizendo-lhe:
- Entendo a dúvida de nosso irmão companheiro! porém, ainda assim, não me sinto proprietário de tal obra apenas por que nela trabalhei;  – e estendendo em suas mãos, mostrando o maço e o cinzel, disse-lhe:  - Sinto-me, por fim, nesta construção como estas ferramentas, que nas mãos de Deus, dão forma ao que o G.’.A.’.D.’.U.’. projetou para minha vida e para a vida daqueles que ao meu redor residem; – e completou – Como poderia, eu, roubar a glória do Grande arquiteto! Pois, se não for de sua vontade sequer levanto de minha cama pela manhã; sequer respiro o ar que a todos é facultado gratuitamente!
Mas, com o coração endurecido, o companheiro pôs-se a exigir a promessa do Orador e um grande brado se fez ouvir do trono de Salomão.
- Fazei cumprir o que foi prometido ao irmão companheiro! – Era a voz do Venerável Mestre;  – porém, disse,  é minha a honra de escrever o que lhe cabe em sua pedra.
Tão feliz que não cabia em si, o companheiro viu sua pedra ser posta no topo da coluna Nordeste e várias pedras serem colocadas sobre ela; e quanto mais pedras eram colocadas mais ele vibrava; porém, começou-se a perceber um problema; Por mais que os mestres tentassem, não se conseguia manter a estrutura firme e a beleza daquela obra não se sustentava; até que pararam de construí-la, pois material estava sendo gasto e nada dava certo.
Indignado com o que ocorrera, o irmão companheiro, acompanhado do Orador e do irmão arquiteto, foi vistoriar a construção.
- Só podem estar querendo me boicotar – disse o irmão companheiro;  Como pode uma pedra tão perfeita ser base para uma construção tão imperfeita?
Sem nada dizer, os irmãos, orador e arquiteto, se puseram a esperar, aguardando que algo fosse percebido pelo companheiro;  e em verdade, o foi.
Ao olhar com a devida atenção, o irmão companheiro percebeu que o Venerável Mestre não havia escrito seu nome na pedra, mas nela constava gravada uma palavra; lá estava escrito VAIDADE.
Então, ele tudo entendeu! Comovido, voltou-se para o irmão aprendiz e pediu-lhe sinceras desculpas. Com os olhos também marejados,  o irmão Orador lhe deu um abraço, e antes que com ele também se desculpasse, deu suas considerações, nos seguintes termos:

A mais bela obra sustentada sobre a vaidade é oca e sem nenhuma utilidade! morre em si mesma e mata tudo que se aproxima dela. Acrescento que a vaidade é o pior dos vícios, pois é inimiga da inteligência; o vaidoso, por achar que nada mais tem a aprender, e que é  tão melhor que todos, acaba isolando-se; aprisionado pelo próprio ego,  culmina por ficar relegado ao ostracismo e à solidão. E concluiu dizendo: A vaidade já destruiu impérios, e até universos! quando uma loja morre por vaidades, é um conjunto de galáxias que se perde. “

O venerável Mestre, ao ver que ainda não tinha conseguido se recuperar da lição que havia aprendido, dirigiu-se ao companheiro em suas palavras finais, dizendo-lhe o seguinte:

“Anima-te irmão companheiro, pois agora é a hora de aprender; tenho certeza que a partir desta lição, serás, no tempo certo, um mestre mais preparado, do que teria sido se por tudo isso não tivesses passado. – e acrescentou – de toda obra de tuas mãos, dá graças ao Grande arquiteto do Universo, pois é dele que vem o querer e o realizar! Deves agradecê-lo, sobretudo, por estares aqui e por seres maço e cinzel nas suas mãos, a construir um novo mundo, que a partir de hoje terá uma pedra mais desbastada, que é você, a fazer parte desta construção.”

- Que horas são irmão primeiro Vigilante?  bradou do Trono de Salomão.

- Meia noite em ponto, V.’.M.’.!  respondeu-lhe o irmão Primeiro Vigilante.

E, assim, pensou, mais um dia  se passou na oficina, com a certeza de que os trabalhos transcorreram-se justos e perfeitos, e mais um pequeno passo foi dado para a evolução do Gênero humano, pois afinal, concluiu perguntando-se: o que viemos fazer aqui?

"Uma mente que se abre a uma nova idéia, nunca mais torna ao seu tamanho original." ( Albert Einstein).

Adaptado da prancha do
 Ir.’. Wiliam F. Nogueira, M.M.

A.’.R.’.L.’.S.’. Wilton Cunha nº 144, Or.’.  de São João de Meriti (RJ) - Brasil

quinta-feira, 11 de julho de 2013

INJUSTIÇAS SOCIAIS por Divaldo Franco

INJUSTIÇAS SOCIAIS
Por Divaldo Franco
 
Diante do sofrimento das massas humanas, nos mais diferentes sistemas governamentais pelo mundo, destaca-se a injustiça social que responde pela miséria de diversas expressões que se expande terrivelmente...
 
As promessas antes das eleições nos governos democráticos fascinam as multidões, especialmente aquelas que são menos aquinhoadas pelo conhecimento, que se rebolcam nos guetos em que se encontram ou nas ruas apinhadas, mas logo passa o período das eleições e são arquivadas. Homens e mulheres que se apresentavam com posturas confiáveis e com discurso lúcido, chegando ao poder permitem-se corromper pelos vícios existentes e esquecem-se do povo que os elegeu.
 
Invariavelmente preocupam-se com os programas dos partidos aos quais pertencem, com os grupos a que se vincularam e repartem entre eles as fatias saborosas do poder, preservando tudo aquilo quanto combatiam com vigor.
 
...E a miséria prossegue em liberdade ameaçando ou aniquilando as esperanças de melhores dias.
 
No Império Romano, por exemplo, a grande preocupação de alguns poderosos era distrair os desocupados, entenda-se: os sem teto, os sem trabalho, os sem direitos de cidadania com o panem et circenses, com o que os divertia, a fim de que esquecessem o abandono a que eram relegados, dando lugar a espetáculos de hediondez que ficaram célebres na memória da História...
 
Infelizmente, ainda hoje o expediente nefando é utilizado por alguns governos insensíveis que oferecem circo e nem sequer ofertam pão...
 
O clamor da miséria, no entanto, é muito poderoso, e foi esse estado que se responsabilizou pela Revolução Francesa de 1789 e inúmeras outras, culminando, na atualidade, com a denominada Primavera Árabe, que vem tentando retirar do poder verdadeiros sicários dos seus países. As injustiças sociais não são resolvidas com migalhas, com soluções apressadas em decorrência do medo, quando passam de vítimas a ameaçadoras, mas através de leis nobres e bem aplicadas. 
 
 
Texto da Coluna Quinzenal de Divaldo Franco - Jornal A Tarde/Salvador - 2ª feira 08/07/2013.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Nas ruas, de novo


por Andre Trigueiro 

O imponderável, novamente, dita os rumos da História. Ninguém previu. Ninguém sabe o que será. Mas há um movimento em curso. Isso é História.
O que leva uma tsunami de gente para as ruas desse jeito?
A pauta de reivindicações é difusa. Começou com a elevação da tarifa dos ônibus, alcançou o elevado custo assumido pelo país para sediar a Copa – e o superfaturamento de boa parte dos novos estádios – e se espraiou pelas múltiplas agendas (todas urgentes e oportunas) em favor da qualidade da saúde e da educação, do combate à corrupção etc.
As lideranças são pouco conhecidas, e não se pode atribuir a elas tamanho poder de arregimentar tanta gente.
Por que então tantos resolveram protestar agora?
O emprego da força máxima contra os manifestantes ajudou a fermentar a massa.
Balas de borracha disparadas a esmo, pimenta em forma de gás e bombas lacrimogêneas que perturbam os sentidos por longos minutos revelaram o despreparo de certos policiais para lidar com situações do gênero.
Mas a verdadeira arma não letal foram os celulares que fotografam, filmam e disparam mensagens nas redes sociais.
Flagrantes de ataques gratuitos contra manifestantes se transformaram rapidamente em novos virais.
E o Batalhão de Choque entrou em curto. Em algumas cidades, saiu de cena.
Alguns manifestantes – a minoria – cometeram atos de violência e depredação.
É gente que não entendeu ainda como as manifestações pacíficas são arrebatadoras.
Nesta segunda-feira, 17 de junho, multidões há muito tempo ausentes das ruas voltaram à ativa.
Ativo. Não mais passivo. Não nesta segunda-feira.
Um dia em que, provavelmente (poucos) políticos experimentaram um estado de graça. Em que (muitos) políticos ficaram sem graça. Em que todos os políticos aprenderam uma lição, de graça.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O IMPACTO DA PORNOGRAFIA NA DEGRADAÇÃO DOS VALORES MORAIS



Jorge Hessen.

O léxico define a pornografia como ação ou representação que ataca ou fere o pudor, a moral ou os bons costumes. A sexualidade explícita e sugestiva tem uma longa história, é uma manifestação de “arte” ancestral. Há registros de imagem da nudez e da sexualidade humana na era paleolítica (1). Arqueólogos alemães encontraram, em abril de 2005, um desenho de cerca de 7200 anos de um homem sobre uma mulher, sugerindo fortemente um ato sexual. A figura masculina foi batizada de Adônis Von Zschernitz, todavia, entendemos que a imagem descoberta tinha  um significado , digamos, mais “místico”.
Presentemente não há nada de espiritual na efígie pornográfica. O abuso de conteúdo erótico de fácil e rápido acesso na web e outros meios de comunicação permite que as pessoas sejam expostas regularmente à excitação da sexualidade e tem instituído na mente incauta uma visão distorcida da carga genésica. Quem duvida que a pornografia é a exaltação da prostituição? Infelizmente, há aqueles que sob o guante do delírio abonam a pornografia como sendo “boa para a sociedade (2)".(!?...)
Em verdade, o uso abusivo da erótica, de coisas consideradas obscenas, geralmente de caráter sexual (livro, revista, filme, novas mídias etc.) com intenção de provocar excitação sexual, também tem sido cada vez mais entronizado na arte cinematográfica. Atualmente a pornografia é uma indústria poderosa, que degrada e desumaniza homens e mulheres e movimenta vários  bilhões de dólares.  “Estudiosos da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, acreditam que o uso excessivo de pornografia online está criando uma geração de "homens desajustados". O psicólogo Philip Zimbardo acredita que as pessoas estão criando "vícios de excitação", deixando-os incapazes de conviver sadiamente no mundo real e desenvolver relacionamentos benfazejos, segundo reportagem  do jornal Daily Mail(3).”
Pesquisas recentes indicam que um número expressivo de crianças e adolescentes são bombardeados com cenas erotizantes desde tenra idade e têm acesso às obscenidades frequentemente por meio das novas tecnologias. Sim! a Internet potencializou  a indústria pornográfica, que fatura hoje pelo menos vinte vezes mais do que nas décadas de 1980 e de 1990. 
Na web são aproximadamente 30 mil usuários por segundo acessando conteúdos eróticos; são mais de 1 bilhão (isso mesmo! 1 bilhão) de downloads de material pornográfico a cada mês. Há estudos demonstrando que em menos de quatro anos, mais lares foram destruídos pela pornografia do que o comparativo dos últimos 50 anos. Isso acontece, sem distinção de nacionalidade, cor, etnia ou credo religioso. A Pedofilia, por exemplo, considerada a mais grave infração permeada pela web, tem fortalecido um transtorno, inigualável, aos jovens e crianças. Alguns inescrupulosos negociantes da indústria do sexo  usam métodos parecidos com o tráfico de drogas. Primeiro oferecem gratuitamente os conteúdos. Posteriormente começam a cobrar. Aliás, é desse jeito que o império das ilusões e da criminalidade tem florescido.
Tal como das drogas, o mercado pornográfico é um dos mais lucrativos mercados da história. Larry Flynt, empresário e dono do império Hustler, retratado por Milos Forman e Oliver Stone no filme "O povo contra Larry Flynt”, Bob Guccione, da revista Penthouse e Hugh Hefner, dono do Império Playboy, compõem alguns desses milionários da exploração da fantasia sexual. Obviamente, uma fatia gigantesca desse mercado é dominada pelo crime organizado. 
Como se não bastasse toda essa degradação dos valores morais, atualmente nas telenovelas, igualmente a habilidade artística e o enredo abarcando os personagens, deram lugar à exposição de corpos desnudos e relacionamentos impregnados de volúpia erótica, que dão a conotação de cenas de sexo explícito; até mesmo nos programas vespertinos, dedicados a um público entre infantil e adolescente as cenas são altamente apelativas.
A pornografia sugerida na mente é como o combustível junto à fogueira do desejo sexual primitivo, resultando em pensamentos e apelos instintivos  desequilibrados.  Tem um efeito crescente, qual uma droga, o viciado precisa de mais e mais para atender o indômito desejo. Sim, doentes e viciados, pois o mecanismo psíquico da pornografia é o mesmo do alcoolismo. Clínicas psiquiátricas e psicológicas, de atendimento desses problemas (compulsão sexual), já estão sendo espalhadas pelo planeta. E terapeutas familiares têm travado um  combate intenso nos lares.
Assim como um usuário de drogas é levado a consumir quantidades maiores e mais poderosas de entorpecentes, a pornografia arrasta o ser humano, levando-o a pesados vícios sexuais e desejos animalizados. Como se percebe estamos diante de viciados do sexo que se expõem no tablado dos prazeres, na qualidade de servos ridículos em revistas de sexo explícito ou em filmes eróticos, desandando-se em ídolos da pornografia e da lubricidade hipocondríaca. “O meretrício de crianças e adolescentes se avulta, em face da fadiga dos corrompidos que exigem carnes novas para os apetites selvagens que os consomem. É compreensível que aumentem as estatísticas das enfermidades dilaceradoras como o câncer, a tuberculose, as cardiovasculares, a AIDS, outras sexualmente transmissíveis, as infecções hospitalares, dentre diversas, acompanhadas pelos transtornos psicológicos (4).”
As buscas das imagens eróticas criam um tônus de frequência mental  onde se sintonizam espíritos em estado de desequilíbrios sexuais. Os obsessores mantém a imagem da lascívia na mente repetindo ininterruptamente para estabelecer um circuito de luxúria e conduzir de volta o obsedado  à pornografia. Infelizmente a maioria das pessoas desconhece a intervenção espiritual na vida física. Contudo essas influências são constantes em nossas mentes em forma de pensamentos e consequentemente em ações. Grande parte dos vícios humanos é potencializada por influências obsessivas e até subjugações espirituais  ocasionando amplos transtornos para os viciados em fantasias pornográficas.
É uma perversão tão grave que tem destruído famílias e levado muitas pessoas à transtornos de complicada etiologia. A pornografia transforma os seres em objetos sexuais. Um levantamento na União Europeia (UE), por exemplo, concluiu que 25% das pessoas  com idades entre 9 e 16 anos já tinham visto imagens de cunho sexual. “E em 2010, uma pesquisa na Grã-Bretanha revelou que quase um terço dos jovens com idades entre 16 e 18 anos havia visto fotos de natureza sexual em celulares, na escola, mais de uma vez por mês. A National Association of Head Teachers (Associação Nacional de Diretores de Escolas) da Grã-Bretanha está fazendo uma campanha sobre o impacto da pornografia com o objetivo que crianças e adolescentes sejam educados de maneira apropriada à idade. (5)”
O tema proposto é gravíssimo. Muitos pais entram em pânico quando encontram pornografia no computador dos filhos. Sabem que  pode ser um campo minado e muitos não sabem o que fazer ou o que dizer.  Cremos que escolas, instituições religiosas e os pais devem trabalhar juntos, a fim de conscientizar as crianças, os jovens e os adolescentes sobre perigos que envolvem o aviltamento da sexualidade. 
Toda prudência se faz necessária quanto à conduta que temos diante dos filhos, pois facilmente criamos nelas uma boa ou má impressão. Tudo, até o próprio tom com que lhes falamos, em certas circunstâncias, pode influenciá-las. Deve causar surpresa o fato de nelas se desenvolverem vícios dos quais se ignora a fonte? Uma criança pode aprender a doçura com pais que se deixam dominar pelas paixões? Pode adquirir sentimentos nobres com pais vulgares? Pode adquirir as virtudes sociais com pais que não as tem? Sem falar dos vícios mais palpáveis, está aí uma série de observações minuciosas que contribuem essencialmente para a formação do moral dos nossos filhos. 
Experimentamos na sociedade os reflexos das escolhas íntimas.  Ou modificamos as opções infelizes de comportamento, ou reencarnaremos sob débitos, em face da soma das perversidades cunhadas e mantidas pela invigilância. Não podemos nos acomodar e sequer nos omitir ante a onda de promiscuidades, pornografias e corrupção moral. “Pensamento é fermentação espiritual. Em primeiro lugar estabelece atitudes, em segundo gera hábitos e, depois, governa expressões e palavras, através das quais a individualidade influencia na vida e no mundo”(6). Nada justifica ficarmos indiferentes e imóveis diante do acelerado aniquilamento dos valores cristãos. Se descuidarmos da vigília é certo que resgataremos obrigatoriamente à indiferença e inércia diante desse cenário preocupante do envilecimento do sexo. 
Felizmente existe um divino Código que há dois mil anos vigora na Terra; Código que pode transformar o planeta quando exercitado entre os homens. Trata-se do Evangelho de Jesus. Inspiremo-nos Nele. 

Referências: 
(1)    Refere-se ao período da pré-história que vai de cerca de 2,5 milhões a.C., quando os antepassados do homem começaram a produzir os primeiros artefatos em pedra lascada, até cerca de 10000 a.C.
(2)    Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/05/130513_pornografia... acesso 25/06/13
(3)    Disponível em http://tecnologia.terra.com.br/internet/pornografia-online-levara-h...  acesso em 21/06/13
(4)    Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 19 de Maio de 2009, na residência de Josef Jackulak, em Viena Áustria. Em 24.05.2010. Disponível no site da Federação Espírita do Paraná disponível em http://www.feparana.com.br/cartao.php?msg=598&cat=3 acesso em 27/06/13
(5)    Disponível em http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121106_pornografia...
(6)    Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001.