segunda-feira, 29 de abril de 2013


A PAZ QUE TRAGO EM MEU PEITO. A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia...



A paz que trago hoje em meu peito  é  diferente da paz que eu sonhei 
um dia...
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz  é poder fazer 
 o que se quer, repousar, ficar em silêncio. e jamais enfrentar uma 
contradição ou uma decepção.
Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do 
entendimento  de algumas lições importantes  que a vida nos oferece.
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho, na esperança,
na confiança, na fé...  
Ter paz é ter a consciência  tranquila,  é ter certeza de que se fez  o 
melhor ou, pelo menos, tentou...
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade 
nos momentos  mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem,  olhos que vêem e boca que diz
 palavras que constroem.
Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é admitir a própria imperfeição  e reconhecer  os medos, as
 fraquezas,  as carências...
Ter paz é não querer  que os outros se modifiquem para nos agradar, 
é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o
 riacho que desliza
sobre as pedras e embala  os ramos verdes  que em suas águas  se
 espreguiçam...
Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não quando não que
 se quer dizer...
Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, 
agradecer...
A paz que hoje trago em meu peito é a tranquilidade de aceitar  os 
outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer  que não sei tudo e aprender até com 
os insetos...
É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que
 não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser 
mudado e ter lucidez  para distinguir uma coisa da outra.
É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha,  não 
brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito  é a confiança naquele que criou 
 e governa o mundo...
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, de acordo 
com as  leis soberanas da vida.

sexta-feira, 26 de abril de 2013


Umbandização da prática mediúnica espírita? por Pedro Camilo.

Umbandização da prática mediúnica espírita?

     Não sou contra a Umbanda, muito menos contra os espíritos que nela laboram. Penso que lá, tal como no seio espírita, existem os que são esclarecidos e outros em condição mediana, que dão daquilo que tem, embora ainda bastante limitados em seus conhecimentos e na apreensão da realidade espiritual.

     Durante muito tempo, até os 13 anos de idade, convivi em meio às práticas de Umbanda e de Candomblé. Acompanhava meu pai em suas muitas visitas a diversas casas, em sua busca por respostas a uma série de questionamentos, e vi, com meus próprios olhos, fenômenos e prodígios de arrepiar muita gente.

     Conversei com caboclos e pretos-velhos; ouvi verdades e conselhos que muito me auxiliaram; tomei banhos, provei beberagens, degustei pratos e muito aprendi durante todos aqueles anos de convivência produtiva; convivência, aliás, que em muito me preparou para o trato natural com a mediunidade, na seara espírita.

     Até os dias de hoje, sou acompanhado por um espírito, que se apresenta como um “preto-velho”, cuja simpatia foi conquistada naqueles tempos e que prossegue até os dias de hoje.

     Faço esse preâmbulo ao meu texto com a única finalidade de dizer que não sou contra a Umbanda, o Candomblé ou qualquer outra manifestação religiosa que encerre, no seu culto, práticas mediúnicas. Ao contrário, entendo e reconheço seu valor, acreditando que são formas válidas de crença e que trazem uma filosofia de vida que muito ensina aos seus adeptos.

     Entretanto, a par do meu respeito e da minha admiração pela Umbanda, não posso, também, negar que, a partir dos 13 anos de idade, fiz a opção de abraçar o Espiritismo. Tal opção descortinou, para mim, a compreensão daqueles fenômenos que tão moleque presenciei e de outros tantos que não conhecia.

     Entendi que a prática espírita, ou melhor, a prática mediúnica espírita, é destituída de amuletos, velas, ídolos ou objetos externos de adoração. Sendo, todos eles, recursos para canalizar o pensamento em busca das energias que se quer mobilizar, vamos aprendendo a utilizar a prece e a concentração nesse objetivo, sem o recurso a cultos exteriores.

     Aprendi, também, que banhos e queima de pólvoras, conquanto possam trazer bem estar e surtir um efeito agradável sobre a mente e as emoções, não nos “limpam” de nossas verdadeiras impurezas. Se a “sujeira” está na alma e é de fundo moral, somente a higiene moral, surgida com a “transformação moral e os esforços para domar as más inclinações”, será capaz de libertar e proteger os indivíduos das “más influências”

     Nela, na prática mediúnica espírita, não há gurus ou algo parecido, devendo, cada colaboração, ser considerada como válida e igualmente apta para nos ensinar sobre a verdade. Assim, não temos “pais” nem “mães”, “sacerdotes” ou “sacerdotisas”, “irmãos” ou “irmãs”, mas tão somente colaboradores que abraçam a tarefa mediúnica a fim de auxiliar, à medida que auxiliam a si mesmos.

     Os espíritos que se comunicam, na prática mediúnica espírita, não são deuses ou seres angelicais, demônios ou santos, mas tão somente “homens sem os corpos”, pessoas que deixaram a vida física e, agora na realidade espiritual, retornam para compartilhar suas experiências e ensinamentos. Podem ser cultos ou incultos, sábios ou ignorantes, predominantemente bons ou maus, conforme suas peculiaridades, e devem ser tratados com respeito e bom senso.

     Considerando que espírito, em sua realidade intrínseca, não tem cor, sexo ou idade, pouco importa se são brancos, pretos ou amarelos; homens ou mulheres; velhos ou novos – todos são iguais aos olhos de Deus, devendo ser acolhidos, amados e respeitados em sua singularidade.

     Contudo, assim como, em nossa residência, alguém que nos visite e nela se hospede deverá, nada obstante seus hábitos e costumes, adaptar-se aos costumes, hábitos e regras de quem hospeda, também nós, em nossa prática mediúnica espírita, deveremos prezar pelos princípios e orientações ensinados pelo Espiritismo, esclarecendo a este ou àquele espírito quais são os critérios de colaboração e assistência daquele grupo.

     Pouco importa quem seja o espírito! Se foi um padre e deseja rezar uma missa, que o faça em uma Igreja Católica, inspirando um padre, mas não no Centro Espírita! Se foi protestante e almeja pelo seu culto específico, que se dirija a um templo protestante e se reúna aos de pensamento semelhante! Se se trata de um espírito vinculado à Umbanda, pretendendo receitar banhos, limpezas, velas e práticas semelhantes, que se acerque dos Centros de Umbanda, onde encontrarão o ambiente específico para suas habilidades! Se quiserem, porém, colaborar nas Casas Espíritas, deverão se ajustar à proposta e aos critérios nelas adotados, à luz das lições de Kardec, com todas as suas peculiaridades e ensinamentos.

     Voltando a minha experiência pessoal. Quando, na prática mediúnica espírita, identifiquei a presença do preto-velho que se vinculou a mim desde os tempos da Umbanda, fiz-lhe a seguinte proposta: “poderemos trabalhar juntos, desde que o amigo aceite os critérios apresentados pelo Espiritismo”. Como ele aceitou, seguimos, há quase 20 anos, numa parceria mediúnica profícua e de muito aprendizado recíproco.

     Não se trata, volto a dizer, de qualquer tipo de discriminação. Também não emito qualquer juízo de valor, dizendo que este é bom ou aquele é ruim. Tampouco é um ato de intolerância religiosa, ou mesmo de “coro à desunião”. Seremos, sempre, todos unidos no desejo de fazer o Bem, embora por caminhos distintos. Como tudo é uma questão de opção, que cada coisa seja colocada no seu devido lugar e cada um busque a prática e a vivência com que melhor se identifique.

     Nem devemos “espiritizar” a Umbanda, nem devemos “umbandizar” o Espiritismo!

Autor:
Pedro Camilo (Salvador/BA)
Advogado. Mestre em Direito Público pela Universidade Federal da Bahia. Professor Auxiliar de Direito Penal e Processual Penal da Universidade do Estado do Bahia. Escritor e expositor espírita. Trabalhador do Núcleo Espírita Telles de Menezes, de Salvador, Bahia.
Escreveu os livros "Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa", "Devassando a mediunidade" e "Mediunidade: para entender e refletir"; organizou o livro "Pelos caminhso da mediunidade serena"; mediunicamente, o Espírito Bento José escreveu, por seu intermédio, "Mente Aberta.

quarta-feira, 24 de abril de 2013


A REBELDIA DOS JOVENS.
 COMO AGIRMOS?
Alkíndar de Oliveira
 
As atitudes de determinados jovens (nossos filhos ou não) nos estimulam a pensar: o que fazermos com esses jovens rebeldes? Para ilustrar que a rebeldia do jovem é um fato a ser enfrentado, conto a seguir duas histórias reais.

A primeira história real:
Imagine certo professor que, ao estar ministrando determinada aula, percebe que a atenção dos alunos se dispersa como conseqüência do procedimento inusitado e inadequado de um deles. Aos olhos do professor este é um aluno problema. E, apesar de inteligente, pela sua displicência ele não se sai bem nas provas. Tem o hábito de falar em momentos errados, adota atitudes estranhas, e nesse dia em especial, colou algodão em seu rosto formando longos bigode e cavanhaque. Com esta expressão ridícula e engraçada, apoiou os queixos com as mãos, formando como que uma forquilha e, muito sério, fingiu estar prestando religiosa atenção à aula. A classe caiu em riso. 
Esse jovem, depois de muitas traquinagens, fugiu da escola e também de sua casa (tendo pais falecidos era educado por seus avós). Para conquistar sua independência resolveu começar a trabalhar. Mas não parava em nenhum emprego. A primeira reprimenda que recebia do chefe, o fazia abandonar o emprego. O que se pode esperar de um jovem que tem esse rebelde procedimento?

        A segunda história real:
        Um homem de sucesso, ou o que poderíamos chamar, um empresário de sucesso, tinha o sonho de que o seu jovem filho viesse substituí-lo à frente de seus vários negócios. Mas, para sua decepção, seu filho escolheu outro caminho. Seu filho era um jovem rebelde. Saia constantemente com os amigos para farras noturnas e bebedeiras, não tinha horário para o trabalho. E – pior - às escondidas do pai pegava objetos da empresa para distribuir aos amigos. Conflitos interpessoais eram comuns entre pai e filho.
Finalmente um dia o filho proporcionou alegria a esse pai. Sua rebeldia fez com que sentisse vontade de exercer a carreira militar e participar de uma guerra que acontecia naquela região. O pai sentiu orgulho do filho.
Veja os descaminhos da vida, o pai sentiu orgulho justamente pelo fato do filho adotar uma postura que tinha a ver com violência e morte!
        A pergunta que faço é a mesma: o que se pode esperar de um jovem que tem esse rebelde procedimento?

        Caros leitores, o nome do jovem da primeira história é Cairbar Schutel, e do segunda, Francisco Bernardone, mais conhecido como Francisco de Assis. Dois expoentes no trabalho caritativo. Dois dignos representantes dos ensinamentos do Mestre Jesus.

Com essas duas histórias, percebe-se que o título deste artigo merece ser mudado. Mudemos então. Passemos de “O que fazermos com os jovens rebeldes?” para: “O que fazermos conosco, pais e professores de jovens rebeldes?”, pois, enquanto espíritas sabemos que é grande a probabilidade do nosso filho rebelde ser um espírito mais evoluído do que os integrantes de nossa geração, em outras palavras, mais evoluídos do que nós. O que ele precisa simplesmente é receber ideal educação.
Repetindo e melhorando a informação anterior, é muito grande a probabilidade do nosso filho rebelde ser muito mais evoluído do que nossa geração. E quem nos fornece importante subsídio a essa constatação é Joanna de Angelis em seu livro Momentos de Harmonia, Editora Leal, lançado e editado em 1.991, Editora Leal, psicografia de Divaldo Franco. Diz a admirada Joana de Ângelis: “(...) dá-se neste momento a renovação do Planeta, graças à qualidade dos espíritos que começam a habitá-lo, enriquecidos de títulos de enobrecimento e de interesse fraternal”.

Não obstante sejam espíritos “enriquecidos de títulos de enobrecimento e de interesse fraternal”, como diz Joanna de Angelis,  devemos considerar que chegam a um mundo de expiação e provas, cuja psicosfera densa influi energicamente de forma altamente contrastante com o ambiente de onde vieram.
Nossa Terra tem uma energia tão negativa (comparando com a energia das dimensões onde habitam espíritos superiores) que fez um espírito da envergadura de Santo Agostinho, viver na orgia até aos 33 anos de idade. Ele amava a sensualidade. Esta energia negativa do nosso planeta fez Francisco de Assis, quando convertido à mensagem cristã, não entender a recomendação de Jesus que disse a ele “Francisco reconstrua a minha igreja”. Francisco de Assis interpretou as palavras do Mestre imaginando que tinha recebido a missão de reconstruir uma igrejinha de pedra, da sua cidade, que estava caindo aos pedaços! E, no entanto, Jesus estava dizendo metaforicamente para “reconstruir” a mensagem por Ele deixada.

Mas, então, “o que fazermos conosco, pais e professores de jovens rebeldes?” Comecemos por obedecer a orientação de Herculano Pires e de sua seguidora Dora Incontri, isto é, respeitemos, sem descuidos, a fase-adolescência do nosso filho,  e enxerguemos no educando “um ser reencarnado”, e esta nova perspectiva certamente nos dará subsídios para ações adequadas.
Uma ressalva final é muito importante: dê o melhor de si na educação do seu filho rebelde, mas se conscientize de que há espíritos que nascem rebeldes e morrem rebeldes. Isto é, há espíritos brilhantes no quesito inteligência, mas emocionalmente frágeis e, por isto, necessitam de várias encarnações para burilar seu desenvolvimento emocional. Faça bem sua parte de educador e, com consciência tranqüila, entregue ao tempo e ao Mestre o desenvolvimento do seu filho rebelde.


Alkindar de Oliveira (São Paulo–SP)
Currículo do autor: Palestrante, Escritor e Consultor de Empresas radicado em São Paulo-SP, profere palestras e ministra treinamentos comportamentais em todo o Brasil. Juntamente com sua equipe de consultores, tem seu foco de atuação em diversas áreas de treinamento, como  VISÃO SISTÊMICA, CULTURA DO DIÁLOGO, ORATÓRIA, LIDERANÇA, COACHING, RELACIONAMENTO, MOTIVAÇÃO, COMUNICAÇÃO ESCRITA, COMUNICAÇÃO VERBAL, CRIATIVIDADE, HUMANIZAÇÃO DO AMBIENTE EMPRESARIAL, VENDAS, FINANÇAS, EFICAZ COMUNICAÇÃO INTERNA, NEGOCIAÇÃO, PRODUÇÃO/CHÃO DE FÁBRICA, ETC.
Suas teses e artigos estão expostos em renomados veículos de comunicação, como: as revistas Você S/A e Bons Fluidos, da Editora Abril; revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, Editora Globo; revista “Venda Mais”, Editora Quantum; e os jornais Valor EconômicoO Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, etc.

domingo, 21 de abril de 2013


Você tem Mentor? - Roosevelt Andolphato Tiago

VOCÊ TEM MENTOR?
Roosevelt Andolphato Tiago ( Barra Bonita/SP) 

            Embora não seja uma terminologia espírita, tornou-se comum a expressão “mentor” nas casas espíritas. Afinal, tudo aquilo que cai no gosto popular acaba sendo incorporado ao vocabulário utilizado, mas é uma palavra adotada pelos espíritas, se é possível dizer assim, pois não consta nas obras da Codificação.
            No entanto, é comum observarmos as pessoas, principalmente os trabalhadores espíritas dizerem que tem seus “mentores”, com a finalidade de auxiliar a condução da vida. Contudo é fundamental entender que ninguém está abandonado da Paternidade Divina, ou seja, nunca estamos sós, sempre existem companheiros espirituais que caminham ao nosso lado.
            Sem nenhuma dúvida, e com o aval doutrinário das obras básicas que compõem o espiritismo, todos nós temos nosso protetor espiritual, popularizado como “anjo da guarda”, sempre a orientar nosso caminho sugestionando as melhores opções diante de tudo que nos aparece na vida, mesmo a escolha sendo sempre nossa.
            Além deste amigo espiritual que todos possuímos, muitos acreditam ter outros mentores, no entanto, nem sempre ele existe, tudo depende do que abraçamos aqui. Se realmente necessitamos de uma ajuda especial além da que já possuímos, com certeza nos é enviada uma ajuda maior. Se observarmos o cotidiano de muitas pessoas, elas não fazem nada além da maioria, muitas vezes frequentam o centro uma ou duas vezes por semana e acreditam ter a necessidade de um mentor. Ora, para a necessidade de auxílio além do nosso protetor normal, é necessário realmente fazermos muito mais que a maioria.
            Somente abraçando uma grande causa ou assumindo uma tarefa que exija dedicação, teremos a necessidade de auxilio extra, mas uma vida pouco produtiva não tem a necessidade de um espirito disponível para nos auxiliar no que pode ser feito apenas com nosso esforço pessoal.
            Somente intensa atividade justifica auxílio além do comum, lembremos que trabalhadores conhecidos e renomados com trabalho significativo dentro do movimento espírita, muitas vezes contam com apenas um orientador espiritual na execução dessas tarefas.
            Podemos verificar que com o intenso trabalho realizado, Chico Xavier possuía apenas Emmanuel como guia espiritual, assim como Divaldo Franco é assistido por Joanna de Angelis, todos os demais espíritos participaram de sua vida mediúnica, mas como guias responsáveis em auxiliar as tarefas, apenas um a cada.

            Se desejamos mais ajuda, somente com mais trabalho, esta é a regra!


Roosevelt Andolphato Tiago ( Barra Bonita/SP)
Nasceu em Jaú-SP e reside em Barra Bonita-SP, ás margens do Rio Tietê. Trabalha como consultor de empresas, desenvolvendo pessoas nas áreas de comunicação, liderança e capacitação profissional. Na Doutrina Espírita, ele é autor de 5 obras publicadas pela Solidum Editora, é presidente da ADE de Jaú (Associação de Divulgadores do Espiritismo) e presidente da ACEAK (Associação Cultural Espírita Allan Kardec). Há 25 anos realiza palestras pelo Brasil, ministrando também seminários e cursos. Sempre divulgando a fidelidade á Allan Kardec

terça-feira, 16 de abril de 2013

SEXO E AMOR NA VISÃO ESPÍRITA


"Sexo e Amor na visão espírita"

Magali Bischoff

No Capítulo “Mundo de expiações e provas” do Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos a citação de Santo Agostinho: “A Terra nos oferece pois, um dos tipos de mundos expiatórios em que as variedades são infinitas, mas têm por caráter comum servirem de lugar de exílio para os Espíritos rebeldes à lei de Deus.” 

Alguns podem pensar: “Como exilar os espíritos rebeldes à Lei Divina na Terra, se eles aparentemente não conhecem essa Lei e não a praticam? ” 

Sabemos que a Lei Divina está gravada em nossa consciência (Livro dos Espíritos questão 621)e que somos todos iguais perante o Criador –Deus.Todos os Espíritos carregam a perfectibilidade e alcançarão no futuro a sua herança divina que é a perfeição e a felicidade já definidas pela Lei do progresso. Mas o caminho percorrido pelo espírito rumo à Perfeição, está diretamente ligado ao uso do seu livre-arbítrio. 

A diversidade de condição dos espíritos que formam a humanidade planetária é imensa. Observando melhor o tempo que levamos para progredir, nas diversas Civilizações que por aqui passaram,temos um longo caminho à percorrer para conquistarmos mudanças significativas nas questões espirituais.Só não estamos mais atrasados, porque de tempos em tempos a espiritualidade faz renascer na Terra, espíritos mais evoluídos para auxiliarem no nosso progresso. 

Essa energia sexual movimenta toda a Criação, mas ainda é utilizada de forma limitada nos mundos inferiores, onde prevalece o instinto de conservação e reprodução das espécies, associado a energia criadora e modeladora do espírito. Essa força criadora impulsiona a evolução dos seres vivos ena condição humana com o uso da razão,ele começa a compreender que assumir a responsabilidade perante seus atos faz parte do seu aprimoramento moral, fator essencial ao seu progresso espiritual. Quando ele atinge o ápice na percepção dessa energia criadora, passa a vivenciar a experiência plena do Amor. 

Na longa trajetória do espírito através das vidas sucessivas, descobre que as suas escolhas é que definem o tempo que levará para alcançar a evolução espiritual.Nesse ponto, a citação do Evangelho deixa claro que mesmo tendo a consciência dessas Leis, nos Mundos de provas e expiações, que é o caso do Planeta Terra, o caminho é mais longo, pois esse tipo de mundo recebe os espíritos que recusam aprimorar as Leis Divinas em sua própria consciência. 

O mundo material e os prazeres da carne, levam o espírito a passar por diversas experiências e na relação direta entre criaturas dediferentes estágios evolutivos,cometer erros e desrespeitar a Lei Divina é próprio do espírito em aprendizado. Mas a lição aprendida com cada atitude, permanece gravada na consciência de cada um, seja ela boa ou ruim. 

A estreita compreensão da Lei Divina mais a forte tendência ao egoísmo e ao orgulho da criatura nesse estágio,permitiram que acreditássemos que já nascemos sob a égide do pecado original.A visão de“culpa, a inferioridade e o pecado” estiveram presentes desde o princípio da Criação e foram implantadas pelos homens, através da religião dominante que se utilizava do“Poder de “Deus”, para justificar o próprio desejo de domínio sobre os grupos e povos. Foram poucos os pensadores que conseguiram questionar essa teoria implantada pela força e pelo medo. Mas no século dezenove a Doutrina Espírita retirou o véu da ignorância, despertando a consciência do espírito à Luz da razão. 

Os princípios da Doutrina Espírita contidos nas obras básicas de Allan Kardec, quando estudados e bem compreendidos, deixam bem claro O que é Deus, a natureza da Criação, a existência dos espíritos e das Leis Universais.A Doutrina revela que não existe o “pecado” e a “culpa” em relação a criação e a energia sexual e que não temos como definir com uma simples análise, em que pontos e encontra cada espírito no Planeta ou fora dele, no quesito: evolução do senso moral. 

O aprimoramento do senso moral e o equilíbrio da energia criadora em alguns espíritos já foram desenvolvidos em sua plenitude. Em outros ainda se encontram em desenvolvimento, mas a grande maioria ainda necessita reencarnar em longas experiências aqui na Terra para alcançá-la. Por isso não podemos identificar, nem mesmo julgar, condenar ou avaliara condição de cada espírito em relação ao uso da sexualidade, mesmo porque, a maioria dos seres que habitam um Planeta de provas e expiações é recém chegado de dolorosas experiências e repetentes nas lições relacionadas ao uso do sexo e da sua energia criativa ligada à sexualidade. 

Esse tema passa a ter um sentido de interesse coletivo, quando o limite entre o respeito à individualidade passa para o descaso, o preconceito e quando essas questões envolvem a dor e o sofrimento de criaturas que são subjulgadas à essa condição, escravizando suas almas.Nesse caso o papel da sociedade mais evoluída moralmente é interferir na educação e amparo desses irmãos através da educação da família, do desenvolvimento de valores humanos e da inclusão de todos na sociedade com seus direitos e deveres Constitucionais. 

Jesus, esteve na Terra para nos ensinar essa grande lição perante os considerados pecadores do Evangelho, como o caso da mulher adúltera: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado” - disse Jesus.Com essa lição Ele ensina através do seu EXEMPLO que não devemos julgar pela aparência ou com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. 

Como pensar em um mundo de Regeneração com tantas situações mal resolvidas para o espírito em evolução no Planeta? 

A Doutrina Espírita nos faz um convite, acolher nossa inferioridade e a de todos aqueles que sofrem suas dores íntimas ligadas a energia sexual, a afetividade e a busca da aceitação e do amor próprio. Que através do exercício constante do Bem, consigamos desenvolver em nós o sentimento de fraternidade, de solidariedade mas principalmente de ações que possam minimizar a dor alheia, repartindo o conhecimento que poderá libertá-las das algemas da ignorância, do desamor e do abandono quando se deixaram levar pela “dor evolução”, momento decisivo para as grandes mudanças no espírito em prova. 

Sabemos que é um processo muito doloroso para o espírito, quando ele decide trilhar um novo caminho e vencer a si mesmo,resgatando seus valores, sua dignidade, sua individualidade, descobrindo-se para a vida, para a felicidade e retornando “A Casa do Pai”, ou seja a vivência das Leis Divinas perante a própria consciência. 

Um grande exemplo para todos que sofrem com as dores da alma na questão sexual é Maria Madalena. A sua redenção representa a Misericórdia Divina e a potencialidade do trabalhador do Cristo na obra do Bem quando descobre que o “Amor cobre a multidão de pecados”. 

Muita Paz! 

Magali Bischoff

Segue o vídeo do programa Mundo Maior Repórter sobre a “Prostituição” produzido pela TV Mundo Maior, emissora da Fundação Espírita André Luiz, com a opinião de pesquisadores e expositores espíritas à luz da Doutrina Espírita. 

Um convite para que possamos ampliar o interesse na educação de almas nas Casas espíritas e da importância do ambiente acolhedor e da fraternidade para a recuperação de cada um à partir do contato com o Evangelho do Cristo. 

  

E uma bela mensagem do Livro “Vida e Sexo” pelo espírito Emmanuel (psicografia de Francisco Cândido Xavier) 

"Em torno do sexo, será justo resumirmos as normas seguintes: 

Não proibição, mas educação. 

Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. 

Não indisciplina, mas controle. 

Não impulso livre, mas responsabilidade. 

Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um." 

Bibliografia: 

1. KARDEC.Allan- O Livro dos Espíritos –questão 621–Ed.FEESP 15ª Edição,2001. 

2. KARDEC.Allan- O Evangelho Segundo o Espiritismo – “Mundo de provas e expiações” Ed.FEESP 15ª Edição,2001. 

3.XAVIER. Francisco Cândido – “Vida e Sexo” pelo espírito Emmanuel- Ed. FEB 1ª Edição,1970. 

4. SAGRADA.Bíblia- JôCap.VIII,versículo1 a 11
Magali Bischoff (São Paulo/SP)
é membro da Rede Amigo Espírita
Magali Bischoff, nascida na cidade de Guarulhos e residente em São Paulo, colabora no Movimento Espírita desde 1992 . Atuou como voluntária na Biblioteca Espírita Humberto de Campos, na Área de Divulgação e no setor administrativo da Área Federativa, trabalho realizado junto as Casas Espíritas coligadas à Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP). Participou dos projetos de divulgação da FEAL, levando ao movimento espírita, todos os trabalhos realizados pela Fundação Espírita André Luiz. A Rede Boa Nova de Rádio, TV Mundo Maior, Editora e Distribuidora Mundo Maior, o site da Fundação e o Clube Amigos da Boa Nova, dessa forma, divulgando a mensagem espírita. Atualmente realiza palestras em Casas Espíritas, colabora no Curso de Aprendizes do Evangelho da Federação Espírita do Estado de São Paulo, escreve artigos para jornais, revistas e sites espíritas, participa também, de diversas listas espíritas do Brasil como divulgadora.