sexta-feira, 26 de outubro de 2012

A QUARTA FORÇA


Os estudiosos da criatura humana, embora os rígidos controles exercidos pelas conquistas freudianas, anelavam por ampliar os horizontes da compreensão em torno de fenômenos complexos e abrangentes, transumanos, capazes de elucidar problemas profundos da personalidade.

As explicações junguianas amplas, procurando enfeixar nos arquétipos todas as ocorrências da paranormalidade, deixaram espaços para reformulações de conceitos e especulações que se libertam dos modelos e paradigmas acadêmicos, atendendo com mais cuidado, e observações menos ortodoxas, os acontecimentos desprezados, por considerados patológicos ou fraudulentos.
Vez que outra, surgiram ensaios e tentativas de ampliação de conteúdos, como efeito das experiências de Rhine, Wilber, Grof, Kübler Ross, Moody Jr., Maslow, Walsh, Vaughan, Assagioli, Capra e outros corajosos pioneiros, que se preocuparam em ir além dos padrões estabelecidos, penetrando a sonda da investigação no inconsciente e concluindo por novas realidades, antes execradas, lentamente acumulando dados capazes de suportar refutação, critica e desprezo.
Era necessário revisar o potencial humano em toda a sua complexidade, sem preconceitos nem receios.
As teorias apressadas, que pretendiam reduzir a alma a um epifenômeno de vida efêmera, vinham sendo superadas pelas pesquisas de laboratório na área da Parapsicologia, da Psicobiofisica, da Psicotrônica e da Ciência Espírita, cujos dados valiosos avolumaram-se de tal forma, com a contribuição da Transcomunicação Instrumental, que não havia outra alternativa senão ampliar o esquema de interpretação do psiquismo, criando-se o que se convencionou denominar como a Quarta Força — além do Comportamentalismo (Behaviorismo), da Psicanálise e da Psicologia Humanista — que é a Psicologia Transpessoal ou profunda.
Indispensável coragem para enfrentar o cepticismo e a arrogância dos acadêmicos, dos reducionistas que, mesmo diante do numinoso, de Jung, permaneciam aferrados ao organicismo e à hereditariedade, aos fatores derivados das pressões de toda ordem, às seqüelas das enfermidades infecciosas, aos traumatismos físicos e psicológicos…
Os avanços da Física Qüântica, a Relatividade do Tempo e do Espaço, a Teoria da Incerteza, abriram perspectivas psicológicas dantes sequer sonhadas, tendo-se em vista o conceito do vir-a-ser.
A abrangência da consciência como estágio mais elevado do processo antropológico-sociológico-psicológico do ser, passou a exigir mais acurada penetração, ampliando o quadro de entendimento dos dementes (autist savant ou sábio idiota), portadores de capacidades e aptidões luminosas, perturbadoras… Revelando-se matemáticos, músicos, artistas plásticos, lingüistas que, de repente, romperam o véu do silêncio e passaram a comunicar-se com lucidez, apresentando dotes de excepcional capacidade realizadora, puseram-se a exigir elucidações que destruam as tradições negativas, atualizando a predominância do Espírito sobre a matéria, da mente sobre o cérebro gravemente danificado, assim demonstrando que preexistem aos órgãos e os sobrevivem, ao invés de serem suas elaborações ou efeitos dos seus mecanismos.
A grandiosa contribuição do pensamento oriental, de Buda a Vivekananda, a Ramakrishna e outros, dos taoístas tibetanos aos físicos nucleares, enseja a revisão dos parâmetros aceitos, bem como dos modelos estabelecidos, propondo a identificação de fórmulas com aparência diversa, no entanto, que se harmonizam, unindo as duas culturas — a do passado e a do presente — em uma síntese perfeita, em favor de um homem e de uma mulher holísticos, completos, ao revés de examinados em partes.
Esse concurso que se vinha insinuando multissecularmente, logrou imporse
através das terapias liberadoras de conflitos, tais a meditação, a respiração,
a oração, a magnetização da água, a bioenergia, os exercícios da tai-chichuan, o controle mental de inegáveis resultados nas mais variadas áreas do comportamento, do inter-relacionamento pessoal, da saúde…
Os diques erguidos pela intolerância romperam-se ante as novas conquistas, e as técnicas regressivas da memória, com exclusiva definição terapêutica, o uso de algumas drogas psicodélicas como o ácido lisérgico, a hipnose, demonstraram que muitos fatores psicopatogênicos são anteriores à concepção do ser, eliminando a predominância genética na condição de desencadeadora de psicoses, neuroses, conflitos e tormentos degeneradores da personalidade…
A telepatia, a clarividência, os fenômenos retro e precognitivos, as ectoplasmias, os deslocamentos de objetos sem contatos e outros facultaram mais acurados exames do indivíduo, que a análise transpessoal pode abordar com segurança ou neles apoiar-se, a fim de solucionar os enigmas predominantes em pacientes marginalizados pelas outras correntes da Psicologia ou facilmente rotulados de psicopatas.
O ser humano é constituído de elementos complexos, que escapam a uma observação superficial.
A conceituação materialista de forma alguma atende-lhe as necessidades éticas e sociológicas, não logrando elucidar o ser psicológico, exceto quando, ignorando-lhe a realidade transcendente, relega-a àindiferença, à desconsideração catalogada de patologia irreversível.
O ser dual — Espírito e matéria — do espiritualismo ortodoxo, permanece incompleto, deixando escapar incontáveis expressões de conteúdo, por falta do elemento intermediário, processador de inúmeros fenômenos que lhe completam a existência.
Somente quando estudado na sua plenitude —Espírito, perispírito e matéria — podem-se resolver todos os questionamentos e desafios que o compõem, alargando-lhe as possibilidades de desenvolvimento do deus interno, facultando completude, realização plenificadora, estado de Nirvana, de samadhi, ou de reino dos Céus que lhe cumpre alcançar.
Essa gigantesca tarefa cabe à moderna Psicologia Transpessoal ou Quarta Força, que inicia um período de real compreensão da criatura como ser indestrutível que é, fadado à felicidade.
O Ser Consciente”

Divaldo Pereira |Franco

  1. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012




Definição

Vamos usar a definição da Wikipedia para a Compaixão:

Compaixão (do latim compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia.
A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outra pessoa, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia por outra pessoa.
A compaixão é frequentemente caracterizada através de acções, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.
A compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios. Actos de gentileza que busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes, são mais correctamente classificados como actos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento deles.

Benefícios

Porquê desenvolver a compaixão na sua vida? Bom, existem estudos científicos que há benefícios físicos pela pratica da compaixão — as pessoas que a praticam produzem 100 % mais DHEA, que é uma hormona que retarda o processo de envelhecimento, e 23% menos cortisol — a “hormona do stress.”
Mas existem também outros benefícios, e estes são emocionais e espirituais. O beneficio maior é que vai ajuda-lo a ser mais feliz, e fazer com que os que o rodeiam se sintam mais felizes. Se concordarmos que um dos nossos maiores objetivos e lutas na vida é tentar ser feliz, então a compaixão é uma das maiores ferramentas para atingir essa felicidade. É por isso então que é tão importante cultivar e praticar a compaixão todos os dias nas nossas vidas.



terça-feira, 23 de outubro de 2012

CUIDAR DO MEIO AMBIENTE TAREFA DE TODOS


 Buraco na camada de ozônio

Acima da camada atmosférica, na qual respiramos, há uma
camada de gás ozônio circulando o planeta. Ela ajuda a
bloquear os raios do sol que são prejudiciais para a nossa pele,
deixando passar apenas os raios que são essenciais para a
nossa vida na terra. Funciona como um filtro solar global.

O que está acontecendo?

A camada de ozônio está sendo danificada por gases que a
indústria química tem colocado no mercado. Esses gases são
chamados CFC's. Eles são usados em refrigerador, extintor de
incêndio, ar condicionado, espuma plástica, dentre outos. Os
CFC's flutuam para o topo do planeta e "devoram" o ozônio.
Os cientistas estão muito preocupados com a camada de
ozônio, pois uma grande porção dela tem desaparecido em
apenas poucos anos.

A chuva ácida

Muitos cientistas acreditam que as misteriosas mudanças nas
florestas e lagos têm uma causa comum – a chuva ácida. Ela
pode está causando a morte de árvores, sapos,
salamandras,peixes e outras espécies. A chuva ácida resulta
da queima do carvão, óleo combustível e gás natural.
Geradores de energia queimam grandes quantidades de
carvão e óleo para produzir a energia que nós necessitamos
usar todos os dias em nossa casa, escola e trabalho. As
indústrias, também, queimam enormes quantidades de
combustíveis fósseis. A combustão interna do motor dos
carros, caminhões e ônibus queimam óleo e gasolina. Como
resultado desta queima, Poluentes de chaminés e descargas
de veículos são liberados dentro da atmosfera. Alguns desses
poluentes, em particular, dióxido de enxofre e óxidos de
nitrogênio (SO2 e NOx), podem transformar-se em chuva ácida.
Quando eles estão na atmosfera, eles misturam-se com vapor
d'água e reagem com a luz do sol. Essa reação química produz
os ácidos sulfúrico e nítrico que se tornam parte do vapor
d'água que condensa e forma as nuvens. Eventualmente, a
água se torna tão pesada para a atmosfera suportar, que caie
na terra em forma de chuva ácida.

Fonte: Cézar-Matos, Arlinda. 2001. Valorando a Vida.
ISBN 0-9710044-0-4 USA

segunda-feira, 22 de outubro de 2012


As razões dessa história

Galeria de Valois, no Palais Royal, local de lançamento de O Livros dos Espíritos em 1857.

Por que o Espiritismo praticamente desapareceu na França e se expandiu tanto no Brasil?
Sendo um movimento que teve tanta repercussão em sua época e nas décadas seguintes, por que é sistematicamente ignorado pela historiografia contemporânea?
Por que o Espiritismo não é citado nem reconhecido como um dos capítulos mais críticos da história do Cristianismo?
Como explicar tantas diferenças de concepção doutrinária e múltiplas tendências no Movimento Espírita?
Quais são as raízes ideológicas do Espiritismo e por que a doutrina ainda sofre tantas resistências no seu aspecto moral, inclusive entre os espíritas?
Que nomes são verdadeiramente significativos e inovadores na História do Movimento Espírita?
Discutir e tentar responder essas perguntas são os principais objetivos deste livro, não economizando para tanto, argumentos, fatos e uma vasta documentação histórica.
Desde 1926, com a publicação do clássico The History of Spiritualism, de Sir Artur Conan Doyle, não tínhamos um relato tão amplo e atualizado sobre os eventos históricos do Espiritismo e das intensas transformações ocorridas no Movimento Espírita após o desencarne de Allan Kardec, em 1869.
Mesmo assim, não só a comunidade espírita e espiritualista internacional, mas também o universo acadêmico das ciências humanas, reclamavam a falta de um trabalho que fosse ao mesmo tempo abrangente e síntese historiográfica, preenchendo o enorme vácuo deixado pelo célebre escritor inglês.
Como o próprio autor afirma em sua introdução, este estudo está longe de ser a obra definitiva sobre o assunto, mas certamente é, até agora, a continuidade de uma construção histórica e uma boa oportunidade para compreendermos o passado, o presente e o futuro do Espiritismo.

O que deve ser a história do Espiritismo


“A propósito dessa história, sobre a qual dissemos algumas palavras, várias pessoas nos perguntaram o que compreenderia ela e, a propósito, nos enviaram diversos relatos de manifestações. Aos que pensaram assim trazer uma pedra ao edifício, agradecemos a intenção, mas diremos que se trata de algo mais sério que um catálogo de fenômenos espíritas, encontradiço em muitas obras.
Tendo que se destacar o Espiritismo nos fastos da humanidade, será interessante para as gerações futuras saber porque meios ter-se-á ele se estabelecido. Será, pois, a história das peripécias que tiverem assinalado os seus primeiros passos; das lutas que tiver enfrentado; dos entraves que lhe terão oposto; de sua marcha progressiva no mundo inteiro.
O verdadeiro mérito é modesto e não busca fazer-se valer.
É preciso que a humanidade conheça os nomes dos primeiros pioneiros da obra, daqueles cuja abnegação e devotamento merecerão ser inscritos em seus anais; das cidades que marcharam na vanguarda; dos que sofreram pela causa, a fim de que os abençoem; e dos que fizeram sofrer, a fim de que orem, para que sejam perdoados; numa palavra, de seus amigos dedicados e de seus inimigos confessos ou ocultos.
É preciso que a intriga e a ambição não usurpem o lugar que lhes pertence, nem um reconhecimento e uma honra que lhes não são devidos. Se há Judas, devem ser desmascarados. Uma parte que não será menos importante é a das revelações que, seguidamente, anunciaram todas as fases dessa nova era e os acontecimentos de toda a ordem, que as acompanharam.
Aos que achassem a tarefa presunçosa, diremos que não temos outro mérito senão o de possuir, por nossa posição excepcional, documentos que não pertencem a ninguém e que estão ao abrigo de quaisquer eventualidades; que, incontestavelmente, estando o Espiritismo sendo chamado a desempenhar um grande papel na História, importa que seu papel não seja desnaturado, e opor uma história autêntica às histórias apócrifas que o interesse pessoal poderia fabricar.
Quando aparecerá ela?
Não será tão cedo e talvez não em nossa encarnação, pois não se destina a satisfazer a curiosidade do momento. Se dela falamos por antecipação, é para que ninguém se equivoque quanto ao seu objetivo e seja anotada a nossa intenção. Aliás, o Espiritismo está em começo e muitas outras coisas terão passado até lá. Então, é preciso esperar que cada um tenha tomado o seu lugar, certo ou errado.”
Allan Kardec - Revista Espírita – ANO V, outubro de 1862

sexta-feira, 19 de outubro de 2012


Quem nos deu a esponja para apagar o horizonte?


Jerri Almeida

Sobre Deus já se disse muito. Desde que não existe, até de que já morreu. Tema fundamental não somente da teologia, mas da filosofia, o pensar sobre Deus, em tempos de hipermodernidade, continua atual. É natural, no entanto, que Deus assuma diversos significados conforme o contexto histórico e mental de cada época. Platão, no século IV a.C., foi um dos primeiros pensadores a definir Deus como uma potência superior com ilimitada inteligência e bondade: o Demiurgo, uma espécie de ordenador do mundo.  Em seu texto denominado Timeu, Platão afirma que Deus é esse poder que dá ao mundo as expressões mais perfeitas do existente: o bem, a justiça, o amor, a beleza...
O caminho direto para Deus está aberto! Não ouviram falar daquele homem louco que em plena manhã acendeu uma lanterna e correu ao mercado, pondo-se a gritar incessantemente: “Procuro Deus! Procuro Deus!” O episódio do louco de Nietzche sob um olhar contemporâneo, marca a morte do deus idealizado e temerário, capaz de castigar severamente, sem perdoar o homem infantilizado que ele próprio criou. Quanto há para pensarmos sobre Deus?
Pois é exatamente essa a proposta de João de Deus Brasil, pseudônimo adotado pelo escritor Lebrum Marques, ao publicar: Por que creio em Deus. Minha amizade, ao longo dos anos com o autor, me permite percebê-lo profundamente culto e sensível. Trata-se de um escritor que transita com segurança pelo mundo das palavras e dos argumentos. Afirma que: “muitos de nós atravessamos a existência aferrados a conceitos absurdos e não nos permitimos avançar.” E, por isso, nos conduz o raciocínio para acompanhá-lo em suas experiências que, no conjunto, propõem-se responder à questão-título desse livro.
Não se trata de um texto religioso, muito menos de memórias. Com fina habilidade, o autor utiliza-se de recortes de sua vida pessoal e familiar, para evidenciar fatos de natureza transcendentes e, ao mesmo tempo, universais. Soube interpretá-los com maturidade, extraindo imperiosas lições, como no capítulo: “O Cristo redentor”, onde relata a dramática viagem aérea com sua família, em 1967. Ao leitor compete examinar a força dos fatos, tirando suas próprias conclusões.
Passando, em sua juventude, pelas fileiras do ateísmo, o autor foi vencido pelas evidências dos fatos. Sim, possivelmente não existam ateus verdadeiramente ateus! Ainda hoje, cosmólogos e astrofísicos se indagam: como é possível o “nada” ter criado tudo? Camille Flammarion, o celebre fundador do observatório de Juvisy-sur-Orge, na França, com seu espírito perquiridor asseverava: Dieu dans la nature. Também o autor concorda com a presença de Deus na natureza, como quando apresenta o exemplo da “borboleta-coruja”, enfatizando a “assinatura do Criador ao pé de Sua obra.”
No fundo, o imperativo de Deus está inscrito, conforme observou Jung, no inconsciente coletivo. Negá-Lo, já é atestar, a priori, Sua existência. Como negar algo que não existe? Todavia, a construção da convicção sobre Deus é algo pessoal e obedece aos ditames de um aprimorado olhar sobre a vida. Cada indivíduo possui seu ritmo próprio para percorrer essa trajetória mental.
O ateísmo de hoje, projetado no tempo, transformar-se-á em ditosas reflexões e perquirições de elevado alcance sobre os mecanismos da vida e sua causalidade divina. Na medida em que a humanidade avança, o conhecimento se complexifica, desvelando novos saberes e novos horizontes conceituais. De tal forma que, inexoravelmente, não obstante os profetas do negativismo de ontem e de hoje, marchamos para uma percepção mais nítida de Deus.
Mas o autor nos evidencia, também, os fenômenos insólitos vivenciados por ele e sua família no ano de 1973, quando passaram a habitar uma antiga casa na cidade de Porto Alegre. O fenômeno das chamadas “casas mal-assombradas”, também estudado por Flammarion, discute a presença e a participação direta dos chamados “mortos”, através de eventos observados que, com grande força de lógica, atestam a tese da imortalidade da alma e sua comunicabilidade.
O materialismo nunca apresentou provas científicas da inexistência de Deus e da alma. Sempre exigiu tais provas dos meios religiosos e espiritualistas. Todavia, o amadurecimento mental do sujeito humano torna imperativo um olhar mais ingente e profícuo para a natureza humana, sem limitá-la ao fisiologismo biológico. Vivemos dias de grandes conquistas do pensamento e, por isso, de fragilidade do reducionismo materialista. É como aquela velha história: de tanto estudar a árvore, acaba-se não percebendo o bosque.  
João de Deus Brasil, em seu livro, nos convida a olhar mais amplamente esse “bosque da vida”. O próprio autor assevera: “Se só existisse matéria, o comportamento futuro dos seres e o destino das coisas teriam de ser aleatórios e incertos e, portanto, imprevisíveis.” A estrutura do Universo não parece refletir essa imprevisibilidade.
O texto aqui apresentado descortina horizontes e nos leva a reflexões. Estimula a pensar sobre temas determinantes, que sempre inquietaram o pensamento humano. Para muitos parecerá combativo ao ateísmo e ao materialismo. Preferimos considerá-lo, no entanto, um livro de argumentos!  Sua tese é robusta, pois retoma elementos da cultura contemporânea e do pensamento universal.
A ideia sobre Deus e a alma não é privilégio desta ou daquela civilização.  Em sua obra intitulada “Purificações”, Empédocles de Agrigento (493-430 a.C.) se reporta a uma alma humana espiritual e imortal, sob o influxo das ideias órfico-pitagóricas, retomando as reflexões sobre a alma e seu destino, sobre o mortal e o não-mortal. O poeta grego Homero que viveu no século VIII a.C., na Jônia, Ásia Menor, ficou conhecido amplamente por suas obras: Ilíada e Odisséia.  A ideia da alma aparece em Homero de forma substancial: “a psyché escapa como uma fumaça”,[1] por ocasião da morte.  E mais: “Durante a noite apareceu a Aquiles, em sonhos, a alma de Pátroclo, rogando-lhe para apressar a cerimônia do enterro.”[2]
A finalidade do esforço feito por João de Deus Brasil, como ele mesmo reconhece, é estender ao maior número de pessoas elementos de reflexão para estimular uma fé racional. Cremos que tal intento é louvável, e mesmo oportuno, diante da liquidez dos valores da contemporaneidade. Diante da cultura do hiperconsumo, do descartável e do hedonismo, continuamos vivendo numa sociedade da decepção, conforme denominou Lipovetsky ao refletir sobre a chamada “era do vazio”.
Para ele, uma das possíveis causas que ajudam a explicar esse fenômeno contemporâneo é o enfraquecimento dos dispositivos religiosos de socialização. Apesar das religiões não impedirem as manifestações de amarguras e os desafios humanos, elas representam, em sua versão conservadora, uma espécie de “refúgio” ou um “ponto de apoio” ou de “consolação” insubstituível.
 Temos tudo, e nada temos! Está sempre faltando algo! Vivemos possuídos pela posse possuidora, e escravos da posse que ainda não possuímos! Não obstante, poderemos perceber que o que de fato nos falta é a presença de Deus em nossos corações, assim como a consciência de nossa imortalidade e eternidade da vida.

Notas

[1] HOMERO. Ilíada, Canto XXIII
[2] Idem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tríplice aspecto do Espiritismo


A Doutrina Espírita é de natureza tríplice, pois abrange princípios filosóficos (é uma “filosofia espiritualista”1), científicos e religiosos ou morais. Daí Allan Kardec afirmar: O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática consiste nas relações que se podem estabelecer entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem de tais relações.2

Tendo como referência essa orientação, o Espírito Emmanuel elucida: Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado [...]como um triângulo de forças espirituais. A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu.” 3 E acrescenta:
No seu aspecto científico e filosófico, a Doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam ao aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual. 3
 Em linhas gerais, o aspecto filosófico analisa a Criação Divina, explicando porque Deus criou o homem, qual é a sua origem e sua destinação, refletindo sobre as causas da felicidade e infelicidade humanas. O aspecto científico fornece comprovações a respeito da natureza e imortalidade do Espírito; a influência exercida pelos Espíritos e o intercâmbio mediúnico estabelecido entre  encarnados e desencarnados. O aspecto religioso trata das consequências morais do comportamento humano, definido pelo uso do livre arbítrio e governado pela lei de causa e efeito.
A melhoria moral, orientada pelo Espiritismo, fundamenta-se nos preceitos doutrinários do Evangelho de Jesus,  considerado “modelo e guia da Humanidade” 4: “Para o homem, Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua  lei [...].”4
Referências
  1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Folha de Rosto.
  2. ____. O que é o espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Preâmbulo.
  3. XAVIER, Francisco Cândido. O consolador. Pelo espírito Emmanuel. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Definição.
  4. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010, questão 625.

sábado, 13 de outubro de 2012

DOCUMENTÁRIO SOBRE REENCARNAÇÃO



A Fase Intermediária da moralidade subjetiva


J. Herculano Pires


"Para se projetar na existência o ser já desenvolveu em si as potencialidades vitais que antecedem, no plano racional-afetivo, o desenvolvimento da moralidade. A dialética subjetiva da racionalidade com a afetividade – razão versus sentimento – produz no ser a síntese da moral subjetiva, que engloba e disciplina as experiências longamente desenvolvidas nos planos inferiores de sua própria ontogênese, que estabelece nesta a realidade do em-si, esse pivô da formação ôntica, que isola o ser nascituro de suas conotações vitais com os reinos inferiores da Natureza, permitindo-lhe o desenvolvimento do egocentrismo. Esse ego solitário centraliza avaramente o progresso já realizado, despertando para consciência de si mesmo. Sartre, que negligenciou toda essa anterioridade, apresentou o ser como uma coisa limbosa e fechada em si mesma, que se projeta na existência em virtude da necessidade ôntica da comunicação. Essa parte metafísica de O Ser e o Nada, de Sartre, é a primeira contradição de sua filosofia. O ser que se lança na existência não é nem pode ser essa espécie de ovóide espiritual inconsciente, pois determina por si mesmo essa projeção por sentir a necessidade de novas experiências. O ato de lançar-se na existência equivale ao nascimento do ser como criatura humana. E tanto assim que o ser se transforma numa paixão inútil, que é a paixão do homem na vida em busca da transcendência que o fato da morte transforma em frustração.
A realidade viva e existencial do homem, entretanto, é real e universalmente o contrário disso. Lançada na existência, a criatura humana amadurece nas experiências vitais para resolver-se como existente, um ser que existe no plano material concreto e desenvolve a sua facticidade (a forma humana com que nasceu feito) num processo contínuo de transcendência. Desde o seu primeiro grito, o ser se projeta na transcendência horizontal da conquista do meio, prosseguindo na conquista do mundo e atingindo a transcendência final sobre a morte através da ressurreição, hoje confirmada pelas pesquisas científicas e tecnológicas.
Na família e na escola o ser pisa os primeiros degraus de sua escalada transcendente na existência. O egocentrismo inicial pode concentrar-se em egoísmo no período infantil e da adolescência, arrastando-se em certos casos mórbidos na idade madura, na forma de estagnação do infantilismo adulto de natureza psíquica. A moralidade se apresenta então como recurso natural de correção desse acidente. Forçado pelas exigências externas da moral social, o ser vai aos poucos se abrindo para a descoberta íntima da moral subjetiva ou endógena, que não pressiona de fora, mas de dentro, na sua própria intimidade. São os dois tipos de moral classificados por Bergson: a Moral Fechada (porque fechada numa estrutural social restrita) e a Moral Aberta, individual e endógena, pela qual a moralidade do ser se abre à comunhão humana irrestrita. Nesta moral o ser, a princípio biopsíquico, atinge as dimensões da moralidade, transformando-se num ser moral. A Moral Social ou fechada está sempre ligada a uma religião estática, tradicional, seguindo a proposição de Bergson, e a Moral Aberta ou individual corresponde às religiões dinâmicas, antidogmáticas e racionais. A Moral e a Religião livres constituem a fase de transição do ser moral para o ser espiritual. Neste ser o homem atinge a transcendência possível naExistência. Diante dele se abrem as vias da Espiritualidade Superior. A morte não existe para ele, pois vê diante dele as perspectivas do Infinito, com os mundos felizes em que as atividades humanas são substituídas pelas atividades divinas. Nele se cumpre a destinação do homem no após morte, com a vida em abundância a que se referiu o Cristo, o Nirvana de Buda, o Tao de Lao Tsé e assim por diante. Não podemos conceber, em nossos cérebros de origem animal, a grandeza ilimitada dessa transcendência cósmica, que é o destino natural de todas as criaturas humanas.
A Moralidade, que Pestalozzi considerava como a única religião verdadeira, colocando-a como o fim supremo da educação, representa o acabamento do homem como um ser humano, o cidadão universal. Esse homem formado para universalidade não tem pátria nem raça, mas não é um apátrida, por que todas as nações lhe servem de pátria. Não aceita nenhuma discriminação humana, pois a Humanidade é a sua família e a sua raça. Ele vê nos seus irmãos humanos, de todas as condições, criaturas que avançam para a divindade, esse delta espiritual em que deságuam todos os rios que se decantam nas corredeiras existenciais para atingirem o verdadeiro Mar da Serenidade, que não está na Lua, mas aqui mesmo na Terra dos Homens. E este não é um sonho de poeta lírico, nem uma alucinação ou miragem, mas a realidade que Jesus de Nazaré nos mostrou na face líquida do Mar da Galiléia. A pesca milagrosa dos Evangelhos se repete continuamente na visão espiritual dos que se entregam ao fluxo existencial.
A Moralidade, que é a Moral na sua plena atualização, transformada de potência em ato, revela-se então como o supremo ideal humano. Uma vez atingido esse ideal, o homem se transforma em Divindade, como a flor que se transforma em fruto.
Como se perdem na poeira da Terra os conceitos pragmáticos da moral que a reduzem à raiz latina de mores, de usos e costumes mantidos segundo as conveniências! A Moral não é um sistema de regras imediatistas, como quiseram os sociólogos materialistas. Como não é, também, uma entidade mística ou mitológica. É uma aspiração natural do homem, no anseio de realizar toda a sua perfectibilidade possível, segundo essa expressão de Kant. E nesse sentido é que ela paira acima da realidade perecível, mantendo incólume através dos tempos a sua atração de arquétipo sobre a consciência humana. Sua eternidade, sustentada pelos metafísicos e negada pelos materialistas e pragmatistas, é relativa à duração da Humanidade no cosmos. A concepção existencial do homem, como um ser projetado contra o alvo da morte, uma flecha disparada no sentido de transcendência, revelou-nos a natureza ôntica da sua eternidade. O conceito bastardo da moral como normativa social agrada aos que desejam libertar-se dos compromissos morais para se entregarem às atrações dos instintos animais e à irresponsabilidade das aventuras ilusórias. A falta de visão espiritual dos pesquisadores levianos, apegados aos fenômenos e esquecidos dobúmeno, ou seja, da causa, contribui negativamente para a deformação da moral e a conturbação do nosso tempo. Os moralistas fanáticos, e por isso mesmo incapazes de compreender a natureza verdadeira da moral, bem como as Ligas da Moral, respondem pelos surtos de imoralidade nos séculos de racionalismo superficial."

Fonte: Evolução Espiritual do Homem - Na perspectiva da Doutrina Espírita

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Chico Xavier vence e é eleito O Maior Brasileiro de Todos os Tempos
A grande final de O Maior Brasileiro de Todos os tempos aconteceu na noite desta quarta, 3 de outubro, na sede do SBT, em São Paulo. Após encerrada a votação, o jornalista Carlos Nascimento anunciouChico Xavier como o grande vencedor da competição.

Representado por Saulo Gomes, o ícone espírita obteve 71,4% dos votos do público pela internet e via SMS.

Chico Xavier sempre foi considerado um mensageiro do amor. Um homem sereno e humilde que tocou o espírito de seus seguidores. Com apenas 21 anos, psicografou o primeiro livro. Logo viriam mais publicações, os elogios e as críticas. Durante toda a sua vida, ele teve que lidar com acusações e desconfianças dos descrentes na sua obra. Sua mensagem chegou a milhões de pessoas. Muitos são os relatos de vidas transformadas através das suas palavras.

+ Comente a vitória de Chico Xavier

Chico Xavier O Maior Brasileiro de Todos os Tempos


Biografia

Chico Xavier foi um dos maiores expoentes do espiritismo no Século XX. Da infância pobre ao reconhecimento internacional, ele nunca pensou nele, e sim, no próximo.

Depois de conhecer seu guia espiritual, Chico levou o dom psicográfico às livrarias. Autores falecidos puderam continuar suas obras através do médium. Foram mais de 400 obras psicografadas e publicadas em diversos idiomas, uma vendagem superior a 50 milhões de exemplares.

Chico Xavier nunca ficou com um centavo do dinheiro arrecadado com as vendas. Toda renda, desde o seu primeiro livro, foi destinada a instituições espíritas e a seus trabalhos sociais, que ajudou sempre os mais necessitados.

O médium recebeu dezenas de homenagens de várias cidades. Porém, humildemente achava que esta admiração pertencia à doutrina espírita e não a ele.

Chico também era uma ponte de conforto para milhares de mães que buscavam nele a esperança de contato com os filhos já mortos. Um trabalho que passou a ter notoriedade graças ao seu empenho e disciplina.

Chico Xavier O Maior Brasileiro de Todos os Tempos


Curiosidades

• Chico Xavier venceu Ayrton Senna na fase semifinal do programa, com 63,8% dos votos.

• Sempre usava óculos escuros porque sofria de um tipo de catarata que não tinha cura.

• Aos 4 anos, Chico Xavier dizia que via espíritos. O pai pensou que o menino estava com o “demônio no corpo”.

• O primeiro livro de Chico Xavier tinha 259 poesias ditadas por 56 poetas mortos, entre eles Olavo Bilac e Castro Alves.

• Durante sua vida, Chico Xavier nunca ganhou dinheiro como médium. Trabalhou como operário e foi até datilógrafo.

• Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier, já teria vivido como um senador romano, um escravo e até mesmo um padre.

• A estreia do filme Chico Xavier ocorreu no mesmo dia em que o médium completaria 100 anos se estivesse vivo.

• Mesmo com problemas de saúde, como hérnia de disco e angina, Chico Xavier cumpriu sua missão espírita por toda a vida.

• Viajou para os Estados Unidos, em 1965, com intuito de divulgar o espiritismo no exterior.

• Tinha uma única vaidade: usava peruca para esconder sua calvície.

• Chico Xavier psicografou cerca de 10 mil cartas de desencarnados durante toda sua vida.

Chico Xavier O Maior Brasileiro de Todos os Tempos

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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PENSAMENTO E AUTORREALIZAÇÃO





       És o que cultivas no mundo íntimo através dos teus pensamentos. - Joanna de Ângelis[1]


Somos o que pensamos. O que pensamos reverbera no ser espiritual que somos, em conformidade com as emoções correspondentes, e se estende ao corpo somático através do perispírito.
         Desse modo, como força criativa e mobilizadora de fluidos, o pensamento erige a psicosfera particular em consonância ao nosso estado de elevação ou de instabilidade moral nutrida na vida interior e materializada em nosso cotidiano.
         A psicosfera de cada indivíduo revela o que ele traz no alforje do coração como reflexo das vivências encetadas nesta e noutras vidas, que se manifestam como condicionamentos refletidos nos hábitos e pensamentos atuais, formando um mosaico que denota a natureza moral daquele.
         Como estamos reencarnados tendo em vista o progresso espiritual que nos cabe efetivar, urge que eduquemos os pensamentos em prol da autorrealização, ou seja, do atendimento do programa reencarnatório elaborado, sob a assistência dos Benfeitores da Vida Maior, que diz respeito a um gênero de provas[2] necessárias ao desenvolvimento dos sentimentos nobres e da lucidez.
         Autorrealizar-se consiste em expandirmos as potencialidades do Eu por meio do trabalho, cuja concepção mais profunda consiste como “Toda ocupação útil”[3], ou seja, toda a ação que alavanca o progresso daquele que obra e do seu entorno.
         Para que possamos atender as tarefas que nos cabem nessa vida, de forma reta, progredindo e colaborando com o progresso da coletividade, os nossos pensamentos devem ser igualmente retos, disciplinados e postos a serviço desse auspicioso projeto.
         Para tanto, devemos começar a analisar a qualidade da vida mental que cultivamos. Cabe aqui uma pergunta: podemos aquilatar o teor moral dos pensamentos a que damos vazão diariamente?
         Tarefa pessoal, cada qual deve fazer essa análise investigando-se a si mesmo. A maior parte desses pensamentos tem sido nobres, libertadores, positivos e propositivos? Ou são inferiores, que nos agrilhoam às imperfeições, negativos e vinculados à insatisfação nada realizadora?
         É importante pensar sobre a natureza dos pensamentos produzidos diariamente porque eles determinam quem estamos sendo.
         Para dar conta dos deveres e programas renovadores trazidos para esta reencarnação, cabe a avaliação acima proposta porque o êxito da alma depende da força mental empreendida em prol disso tudo.
         Jesus afirmou outrora que obteríamos o que pedíssemos, o que nos permite inferir que nos realizaremos conforme os anseios alimentados na intimidade do ser.
         Nem sempre o que almejamos está em sintonia com aquilo que é importante, e boa parte dos propósitos superiores da alma se perdem no lodaçal do atendimento às paixões inferiores.
         Por outro lado, as atitudes enobrecidas que alteiam o nosso patamar evolutivo nascem no âmago de cada ser e aí são nutridas pelos pensamentos positivos, calcados no desejo lúcido de servir à coletividade e melhorar-se.
         Teus pensamentos emitem vibrações, angariam companhias espirituais e matizam os fluidos que te são habituais. Observa-os e coloca-os a serviço da vida, extuante, dinâmica e plenificadora.
         As melhores realizações, em sintonia com o gênero de provas que precisas superar para venceres a ti mesmo, nascem do planejamento e do cultivo mental que acalenta os nobres propósitos, fortalecendo a tua disposição para o bem.
         Pensa bem, com retidão, e a vida te responderá com o bem, favorecendo a tua consciente evolução.


[1] FRANCO, Divaldo. Atitudes renovadas. (Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis). Salvador/BA: LEAL, 2009, p. 33.
[2] O Livro dos Espíritos, questão 258.
[3] O Livro dos Espíritos, questão 675.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

UMA PALAVRA A RESPEITO DA FLORESTA TROPICAL


O que é uma floresta tropical?
Uma floresta tropical é uma das mais espetaculares maravilhas
naturais da terra! Imagine-se caminhando num tapete de
folhas molhadas. Olhando para cima você vê um guarda-chuva
de folhas verde-escuro. Apenas um ponto ou dois de céu azul
que se pode espreitar através da densa massa de galhos e
folhas de árvores. Existem muitas espécies de plantas e
animais na floresta tropical que se você ficar parado em um
ponto e girar em torno de si, você deve ver centenas de
diferentes espécies. Este incrível número de espécies de seres
vivos - biodiversidade - é uma das maiores diferenças entre as
florestas tropicais e as florestas da América do Norte. Os
cientistas acreditam que esta enorme biodiversidade é porque,
durante a era glacial, a última que terminou cerca de 10.000
anos atrás, as áreas congeladas dos pólos sul e norte cobriram
uma grande extensão do planeta terra, causando uma alta
taxa de animais e plantas em extinção. Mas o grande
congelamento não alcançou um número de refugiados nas
florestas tropicais. Daí por diante, plantas e animais
continuaram a se desenvolverem, transformando as florestas
tropicais em um dos mais diversos e complexos ecossistemas
na terra.
As florestas tropicais encontram-se localizadas ao redor do
equador - do trópico de Câncer ao norte até o trópico de
Capricórnio ao sul. As maiores áreas de floresta tropical estão
no Brasil (América do Sul), Zaire (África) e Indonésia (ilhas
encontradas nas proximidades do oceano índico). Outras
florestas tropicais localizam-se no sudeste da Ásia, Havaí e
Ilhas Caribenhas. Elas, também, são chamadas "florestas
úmidas" por receberem de 400 a 1.000 cm3 de chuva por ano.
Compare isto com a cidade de Los Angeles, a qual recebe
apenas uma média de 25 a 50 cm3 de chuva ao ano! Também,
porque as florestas tropicais localizam-se próximo ao equador,
a temperatura fica em torno de 24 a 27oC o ano inteiro. A
floresta tropical amazônica, na América do Sul, é a maior do
mundo, cobrindo uma área em torno de dois terços do
tamanho dos Estados Unidos.
O mundo da floresta tropical estende-se desde,
aproximadamente, um metro abaixo da terra até sessenta
metros sobre ela. Na parte mais alta estão as árvores
emergentes, os gigantes dispersos da floresta, com mais de 50
Fonte: Cézar-Matos, Arlinda. 2001. Valorando a Vida.
ISBN 0-9710044-0-4 USA
metros de altura. Cerca de 10 metros abaixo, está o dossel,
uma camada contínua de copas de árvores que estende-se
além do alcance das nossas vistas. Esta ordenação espacial da
floresta tropical protege o solo e oferece mais espaço nos
nichos que outros habitats terrestres. O dossel consiste em 3
subcamadas: dossel superior - a camada mais alta (abaixo
dos gigantes dispersos), com 40-50 metros de altura e 30-40
árvores/ha, dossel médio - abaixo da dossel superior,
árvores ao redor de 30 metros de altura e 80-160 árvores/ha,
dossel inferior – aqui encontram-se palmeiras, bambus e
árvores jovens, 5-20 metros de altura e, 400- 500 árvores/ha.
Pousadas nos troncos e galhos das árvores estão as epífitas ou
trepadeiras, plantas que não possuem raízes fincadas no chão
ou precisam do amparo de outras árvores com troncos firmes,
para erguerem-se. Ainda temos o chão da floresta - aqui a
matéria morta protege a capa superficial do solo e é o único
recurso significativo de nutrientes. Os microorganismos
chamados decompositores, transformam esta matéria orgânica
em nutrientes, "alimento" que as plantas da floresta absorvem
através das suas raízes. Este processo é conhecido como ciclo
dos nutrientes. Infelizmente esta delicada rede é destruída
facilmente pelas queimadas. As espécies da floresta tropical
tendem a ser altamente especializadas, interdependentes e,
portanto, vulneráveis às perturbações do habitat.
Em tudo na natureza e, especialmente, nas florestas tropicais,
plantas e animais dependem uns dos outros para sobreviver.
Isto é chamado interdependência. Por exemplo, alguns
insetos podem sobreviver em apenas um tipo de árvore,
enquanto alguns pássaros comem apenas um tipo de inseto.
Se essa árvore é destruída, os insetos ficam sem lar. Se os
insetos morrem, os pássaros, os quais, contam com eles para
alimentarem-se, irão morrer de fome. Por causa dessa
interdependência, se um tipo de planta ou animal se torna
extinto, vários outros poderão, também, estar em perigo de
extinção.
Fatos a respeito da floresta tropical
As florestas são essenciais - não apenas para aqueles que
vivem nelas ou em seus arredores, mas para todos no planeta
inteiro. Elas ajudam a controlar o clima global. No entanto,
quando as florestas são desmatadas e queimadas, carbono é
liberado para a atmosfera causando o aquecimento da
temperatura. Isto é chamado de efeito estufa.
Fonte: Cézar-Matos, Arlinda. 2001. Valorando a Vida.
ISBN 0-9710044-0-4 USA
Alguns dos remédios que nós usamos, atualmente, vêm de
plantas da floresta tropical, tais como, aspirina, tratamento
para doenças cardíacas e analgésicos. Talvez algum dia a cura
para o câncer ou AIDS seja descoberta em uma floresta
tropical. Muitos produtos podem ser retirados das florestas
sem destruí-las, mas outros - madeira, ouro, petróleo -
requerem um método mais destrutivo de extração. Os
comércios de madeira e mineração têm contribuído muito para
a destruição das florestas tropicais. Elas cobrem menos de 2%
da superfície da terra, mas abrigam cerca de 50% de todas as
formas vivas do nosso planeta. Entretanto, a taxa de
destruição global é espantosa. Se começarmos a contabilizar,
seria: 1 hectare de floresta é destruído a cada segundo, 60ha
por minuto, 86.000ha por dia - uma área equivalente a cidade
de "New York" - e 31 milhões de hectares por ano. Os
cientistas estimam que se o processo de destruição continuar
dentro dessas taxas, aproximadamente, toda floresta tropical
desaparecerá no ano 2030 [Myers, Norman. 1989. Deforestation
Rates in Tropical Forest and its weather implications].
Uma grande razão para as florestas estarem sendo destruídas
é a carne de gado. Milhões de acres de floresta estão sendo
desmatados e queimados. A terra clareada é, então,
transformada em pastos para a criação de gado, que depois
de abatido é, freqüentemente, enviado para os Estados Unidos
para ser usado em “hamburgers” de lanchonetes, produtos de
carne congelados e comida enlatada para animais de
estimação. Para cada 114 gramas de carne de “hamburgers”
que vêm das florestas, 16 m2 de área florestal são destruídos.
O equivalente ao tamanho de uma cozinha pequena. E
isto é apenas para fazer um “hamburger”!
Uma outra causa da destruição mundial das florestas é a
exploração de petróleo, que vem do subsolo das florestas.
Muitos produtos que nós usamos diariamente - incluindo
gasolina, isopor, plástico - são produtos derivados do petróleo.
Perfuração de poços de petróleo prejudica as florestas porque
as árvores são derrubadas para dar lugar a estradas, que são
utilizadas para o transporte, tubulação e maquinário. Em
alguns lugares, as pessoas, depois da instalação da companhia
petroleira, começam a construir novos povoados ao longo da
estrada, o que resulta na derruba de mais árvores. Outro
problema é que quando as companhias exploram petróleo,
inevitavelmente, ocorrem derramamentos, contaminando o
solo e os rios.
Fonte: Cézar-Matos, Arlinda. 2001. Valorando a Vida.
ISBN 0-9710044-0-4 USA