quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Tragédia na família Pesseghini faz rever educação dos filhos


A mídia dava vasão ao assassinato de cinco pessoas de uma mesma família, naquele momento as autoridades policiais detectavam de indícios de que o filho único e menor, com apenas treze anos  de idade pudesse ser o autor dos quatro homicídios e finalmente ter se suicidado. Parece algo muito distante da realidade de uma família normal, e por isso o crime dividiu opiniões, tanto que muitas pessoas, meros expectadores se manifestaram em seu anonimato totalmente descrentes de ser o pequeno Marcelinho o culpado por aquele cenário trágico que chamou a atenção do Brasil e do mundo.

Nossa cultura deu-nos a ideia de que crianças e adolescentes são "sem opinião e vontade própria", daí pouco se atenta para o desenvolvimento de determinados comportamentos de nossos filhos. Observamos que em sua maioria somos ao extremo ou muito permissivos, ou mesmo repressivos no processo de educação de nossos menores, não chegando mesmo a darmos chance de observar quais as tendências que eles trazem inatos em sua personalidade, pois são espíritos individuais e com vivências próprias.
A ideia preconcebida de apenas ser provedor do lar faz com que muitos pais ou cuidadores se percam quando da transferência de valores morais para nossas crianças. Partindo da premissa de que somos espíritos imortais, carregamos em nós muitos traumas e fobias de longas datas que parecem imperceptíveis no primeiro momento, todavia se buscarmos nos aprofundar de forma cuidadosa vamos "descobrindo" os comportamentos intrínsecos dessas criaturinhas que a Providência Divina nos confiou 
educá-las no sentido mais amplo e integral da palavra. A educação para a vida não se baseia somente na transferência de conhecimentos, mas na vivência da cumplicidade verdadeira entre pais e filhos.
Não podemos negar que a vida corrida do dia a dia afastou em boa parte os membros de uma mesma família que acorda e adormece na tela do computador. Surge nessa sociedade contemporânea uma visão globalizada da família, no entanto o assassinato da família paulista fez rever educação dos filhos, pois no simples ato de uma refeição à mesa que parece apenas um formalismo,  tem feito muito falta para que por um tempo se dialogue. Os compromissos assumidos além do lar provocam certa crise de autoridade em casa, pois a imagem de "pais amigos" muitas vezes é ultrapassada pela visão das redes sociais, onde sem limites geofísicos se pode estabelecer "relações profundas" com uma pessoa no primeiro dia de conversa on line. Essa inversão de valores em muitos casos é responsável pelas crises ocultas que podem acontecer com crianças e jovens que acabam vendo no ambiente familiar um local sem afinidade alguma. No caso do jovem Marcelinho tudo indica que algumas outras causas endógenas foram responsáveis por essa explosão de agressividade, muito embora vinham acontecendo aos poucos essas transformações psicológicas sem que por tanto despertasse a atenção dos pais, demais familiares e ainda aos profissionais da área de educação e saúde, uma vez que o garoto necessitava da tratamento contínuo.

Muitos pais ou cuidadores podem imaginar que possuem total conhecimento e controle sobre a situação que envolva seus filhos, entretanto em verdade como nos ensinou o Cristo é preciso "orar e vigiar". Durante muito tempo se imaginou que o maior vilão na educação dos filhos fosse apenas as drogas, entretanto a modernidade da vida pode ser um grande complicador  do relacionamento familiar se não buscarmos o melhor lado da questão, buscando extrair lições de vida e crescimento de cada contato, de cada encarnação. Devemos nos esforçar para educar com amplo amor, buscando estimular nossos rebentos para que mesmo utilizando das facilidades desse mundo moderno, não permitam serem influenciados de forma negativa. O tempo que é gasto na conversa com os filhos, jamais será demais, pois em verdade ainda será pouco diante das necessidades contínuas de trocarmos experiências uns com os outros. A família desse novo mundo de regeneração, não poderá mais ser aquela que se baseie no medo, mas aquela que se amplie também além dos laços consanguíneos, reforçando-os na certeza de que os laços espirituais sobrevivem sempre e solicitam de nós verdadeiro heroísmo nas lutas diárias. Aos membros da família Pesseghini, nossas vibrações maiores fugindo aos julgamentos e tentando sob a ótica do amor e do perdão, compreendermos que ele, o amor sempre vencerá.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013


Homossexualidade analisada pela ótica Espírita


'' Homossexualidade analisada pela ótica de uma pessoa espírita. 

Tenho uma postura que pode chocar alguns. Sou favorável ao contrato civil de união entre pessoas do mesmo sexo. Procurarei justificar minha posição nas linhas abaixo.
Com a lei da união civil entre pessoas do mesmo sexo uma união longa e estável de um "casal" homossexual seria reconhecida como uma sociedade civil gerando direitos legais tais como plano de saúde, pensão, herança... Isso não propicia e nem promove uma possível perversão, mas reconhece uma situação que existe de fato.
Todos sofremos quando assistimos cenas de discriminação em relação ás minorias. Temos horror daqueles que se julgam superiores a seus empregados e por isso precisam de um elevador exclusivo. Não entendo como estes seres superiores comem a comida preparada por pessoas com a qual não podem nem sequer dividir um elevador sob o risco de subversão da hierarquia social.
Quando nos defrontamos com uma cena de discriminação racial somos tomados de uma fúria politicamente correta. A mesma fúria se torna verde quando imaginamos a crueldade com animais para o simples prazer de se obter o mais belo casaco de peles ou para garantir que uma determinada maquiagem não é tóxica para o olho humano.
Só que não são apenas essas as cruéis discriminações que presenciamos em nossa sociedade. Discriminamos o feio, o magérrimo, o gordo. Discriminamos o pobre e o ignorante. Aceitamos apenas os nossos semelhantes. Aqueles que nos representem em uma espécie de espelho mágico dos seletos.
Proteger os animais e a mulheres são guerras “fashion”, chiques. Esta postura nos faz aceitos nas altas rodas. Se defendermos a união civil entre homossexuais em um ambiente que se diz familiar, seremos taxados de perversores da sexualidade humana, de desencaminhadores de indecisos.
Ora, ninguém passa a desejar fisicamente pessoas do mesmo sexo por imposição. O desejo sexual pode até ser reprimido em sua intensidade ou oportunidade. Agora, modificar sua qualificação, modificar a natureza do objeto que desperta esse desejo, isso não é uma possibilidade sujeita à simples vontade e decisão. O gosto pessoal é fruto de uma característica íntima, transcendente e intensa.
As pessoas não optam por serem homossexuais, elas o são. Nascem assim.
Imaginem um de nós que fosse fruto de um inusitado transplante total de corpo, uma experiência fantástica da ciência do faz de conta, e que acordasse em uma manhã qualquer, em um corpo do sexo oposto ao que utilizava. Nesta circunstância, estaríamos ainda impregnados de vivas impressões do corpo anterior e não seríamos capazes de mudar nosso foco de desejo sexual. Esta situação implicaria em uma transição instantânea, o que é um grande desafio. Portanto, seríamos, sim, de uma hora para outra, homossexuais.
Se, temos a nossa identificação sexual atual tão forte e nos gabamos disso, como se fosse um mérito, o que aconteceria se reencarnássemos em um corpo do sexo oposto? Certamente seríamos homossexuais. Quem garante que não passaremos por uma experiência assim um dia?
Ah! Diriam os pseudotolerantes:
- Isso não acontece, pois a homossexualidade se trata de punição “cármica” para quem usou mal a sexualidade em vidas pretéritas.
E quem usou mal do amor fraternal que deveria distribuir e discriminou seus irmãos homossexuais? Será que para correção desse equívoco, a experiência em um corpo discrepante em relação á sua identificação sexual atual, não propiciaria uma ótima oportunidade?
Se retirarmos do pool de dores morais que os homossexuais sofrem aquelas oriundas de nossa intolerância, estaremos exercendo a caridade cristã que permitirá que, eles, ao carregarem uma carga menor, consigam chegar mais longe.
A homossexualidade é descrita por Freud como conseqüência de uma identificação sexual inadequada por ausência da figura paterna ou por essa figura, se presente, ser fraca, dominada ou inexpressiva.
Mas nem sempre essa premissa está presente. Uma família com características predisponentes á construção de personalidades homossexuais pode assistir ao crescimento de crianças que se tornem adultos heterossexuais. Na realidade isso é o que acontece na maioria das vezes.
Temos, portanto, um componente ambiental, um emocional, um biológico e um espiritual envolvidos no complexo desenvolvimento de uma personalidade homossexual. Não acredito que se trate sempre de obsessão como querem muitos dos pseudotolerantes.
A obsessão só explica o aprofundamento de características já presentes nos indivíduos, ainda que latentes. Não é por sintonia que os obsessores agem? Nenhum obsessor é capaz de fazer uma mulher desejar outra, a não ser que ela já tenha, em si, trazido a tendência homossexual, o que abre as portas para obsessores afins. Existem obsessores de todos os matizes, conforme o número de seres humanos diferentes entre si.
A questão espiritual é importante nesta problemática. Um espírito ainda bastante identificado com as qualidades femininas vivendo em um copo masculino e vice-versa.
Outra forma de pseudotolerância é quando taxamos todos homossexuais de ex-perversos. Ou seja, estão colhendo os frutos de uma sexualidade transviada em encarnações anteriores. Sabemos que isto pode acontecer, em alguns casos, mas, se generalizamos, estamos construindo a estrutura básica dos preconceitos.
O que eu acredito que explica de forma mais fiel a situação é uma identificação intensa do espírito com o gênero sexual em que viveu na terra por muitas oportunidades, em geral seqüenciais. Em um determinado momento deve ser feita a transição para um corpo do sexo oposto com objetivo de possibilitar àquele espírito aprendizados mais próprios do outro gênero.
Quando o espírito já alcançou um grau de desmaterialização maior, ele consegue viver sua sexualidade conforme o corpo que recebe. Vemos muitos homens femininos e mulheres masculinas que não são homossexuais.
Se ainda está muito ligado ás experiências anteriores mantém o padrão que apresentava nestas outras oportunidades. Ele se sente prisioneiro em um corpo inadequado, estranho, impróprio.
Muitos de nós que nos vangloriamos de sermos “machos” ou “fêmeas” exemplares viveremos experiências semelhantes, no momento em que a transição se fizer compulsória.
Alguns homossexuais são verdadeiros missionários, enviados á terra para lutarem contra os preconceitos e para dignificarem seus irmãos homossexuais que ainda encontram-se perdidos na promiscuidade sexual. Muitas vezes isso se deve às intensas e profundas distorções de auto-imagem e auto-estima que a interação com uma comunidade preconceituosa geram.
Quando aceitamos o homossexual com a condição de que ele não pratique sua opção sexual, os estamos condenando á solidão. Quais de nós abriria mão de sua vida sexual de forma definitiva, no grau de evolução em que nos encontramos atualmente, em função de uma tese? Ou de um dogma? Apenas alguns ....
Qual o prejuízo que essa prática gera a sociedade?
É claro que não estamos falando de promiscuidade. Alguns homossexuais são promíscuos, e isso é um erro. Ser homossexual e praticar a relação homossexual com parceiros selecionados e de forma segura não pode ser considerado um pecado. É uma prática condizente com as necessidades físicas do ser humano.
O heterossexual promíscuo está errado, a mulher casada que mantém relação sexual com seu marido em troca de benefícios financeiros é prostituta. O heterossexual desleal também está em pecado. Se alguém assumiu um compromisso com um determinado parceiro e foge ao compromisso de forma desonesta, ele peca.
Trair não é um ato físico. Trair é descumprir um acordo. Se um casal hetero ou homossexual não respeita um acordo consensual feito previamente, eles estão sendo desleais e anticristãos. Se existe uma situação nova que impede o cumprimento do acordo inicial, este deve ser revisto de forma clara e até desfeito, se for o caso.
O ideal é que tenhamos um único parceiro em toda a nossa vida. Se tivermos a benção e a sabedoria de acharmos um par compatível com nossas expectativas e possibilidades podemos viver essa situação ideal. Só que neste mundo ela ainda é rara.
Estaremos todos em um grau maior de aproximação com a Divindade no momento em que tivermos a condição de praticar o que a Bíblia propõe, em termos de sexualidade, de forma natural, automática, plena.
Pessoas que tiveram inúmeros parceiros sexuais são aquelas que ainda não acertaram em sua busca. Ninguém tem o direito de tirar as esperanças de um irmão sedento de felicidade. É claro que a medida em que evoluímos, a nossa felicidade passa a depender mais de nós mesmos do que do objeto de nossa afeição ou de conquistas materiais. Mas ainda estamos na terra e não no paraíso. 
Se ainda somos dominados por impulsos animais e estes serão vencidos por nossa evolução, creio que o processo, para ser bem sucedido envolve um caminhar conjunto e solidário.

Sem dúvida, quando eu me identificar menos com as necessidades materiais talvez eu possa entender a possibilidade de sublimação do desejo sexual de forma não perniciosa. Por enquanto, quando penso nisso, lembro-me dos pedófilos escondidos em uniformes respeitáveis. 
A franqueza será sempre mais saudável que a dissimulação. Melhor um homossexual assumido do que um pseudo-sublimado corruptor e ocultado atrás de uma respeitabilidade fictícia.

Sei que um dia eu serei vencedora na luta pela perfeição, não sei se chegarei lá antes ou depois dos homossexuais que conheço. Mas isso não faz diferença....Estamos caminhando e é o que importa.
Amarmos ao próximo como a nós mesmos significa aceitar as opções e características individuais. Não exigir de ninguém o que não seríamos capazes de fazer. Quem de nós é capaz de abrir mão de sua vida sexual? Quem é livre do pecado e tem condição de atirar a primeira pedra? 

Giselle Fachetti Machado.

Giselle Fachetti Machado  (Goiânia/GO)
Médica Ginecologista e Obstetra. Graduada pela Faculdade de Medicina da UFG e,  Residência médica e especialização em Colposcopia no HC da UFMG. É responsável pelo Serviço de Colposcopia do Laboratório Atalaia de Goiânia. É membro da Comunidade Espírita Ramatís, em Goiânia e atuante no movimento em Defesa da Vida e na AME Goiás (Associação Médico Espírita). Nasceu em 20/05/1962 em Cianorte, no Paraná. Reside em Goiânia desde os 6 anos de idade. Oriunda de família espírita sendo que seu avö Osmany Coelho e Silva foi pesquisador espírita na década de 1940 no Rio de Janeiro. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

A POLÍTICA ELEITOREIRA ANTE A POLÍTICA DO EVANGELHO



Nas proximidades dos debates para eleições políticas, "esquenta" a discussão sobre o tema, se o espírita deve ou não participar da
política partidária. Sobre isso, um amigo me confidenciou que diretores
de uma federativa têm feito convites, aos espíritas, para o engajamento
na militância política. (pasmem!) Por lógica, essa tolice não mereceria
nossos comentários, pois já escrevemos muito sobre a questão. Todavia,
somos forçados a analisar essas insistentes posturas, totalmente
incompatíveis com o projeto Espírita na Terra. A Doutrina Espírita não
estimula o engajamento em idéias e políticas partidárias. Não coloca
sua tribuna a serviço da propaganda política de candidatos, de partidos
ou de movimentos políticos.

Em que pese a frase de um conhecido líder espírita, que proclama que "o problema não é de como o espírita entra na política, mas de como dela
sai", o espírita, se estiver vinculado a alguma agremiação partidária,
se deseja concorrer como candidato a cargo eletivo, tem total liberdade
de ação, mas que atue bem longe dos ambientes espíritas, para que tudo
que fizer ou disser, dentro da Instituição Espírita, não venha a ter
uma conotação de atitude de disfarçada intenção, visando a conquistar
os votos de seus confrades.

No Espiritismo, a cautela é recomendável, tanto quanto a discussão; não pode haver preconceitos. Todavia, em se discutindo políticas sociais, é
inadmissível trazer, para dentro dos Centros ou Instituições Espíritas,
a política partidária, embora, como cidadão, cada espírita tem a
liberdade de militar no universo fragmentado das ideologias políticas.
Até porque, o Espiritismo não é fragmento da política partidária, e
nem, tampouco, envolve-se com grupos políticos sectários, que utilizam
meios incoerentes com os fins de poder.

É muito importante distinguir a política terrena, da política do Cristo. O espírita, quando trabalha pela erradicação da miséria e da exclusão
social do ser humano, está adotando a política do Evangelho, ou seja, a
sua política, nesse sentido, é a da caridade sem fronteiras para todas
as classes. A política do legítimo espírita é a favor do ser humano e
de seu crescimento espiritual. Não se submete e não se omite diante do
poder político, e nem, tampouco, assume o lugar de oposição ou de
situação. Explica, Emmanuel, que "o discípulo sincero do Evangelho não
necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para
cumprir o ministério que lhe é cometido. O Governador da Terra, entre
nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes
de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade
de portarias e decretos, respeitáveis, embora". (1)

É inadmissível a utilização da tribuna espírita, como palanque de propaganda política. O Espiritismo não pactua com superficiais e
transitórios interesses terrenos. Por isso, ninguém pode deixar-se
escravizar à procura de favores de parlamentares, a ponto de, este,
exercer infausta influência nos conceitos espíritas. Outra hipocrisia é
um espírita nos palanques, implorando votos, qual mendigo, com sofismas
e simulação de modéstia, de pobreza, de humildade, de desprendimento,
de tolerância, etc., com finalidade demagógica, exaltando suas próprias
"virtudes" e suas "obras" beneficentes. O bom senso nos sussurra que o
ideal seria se esses "espíritas" (!?), que mendigam votos, optassem por
outro credo, para que lhes seja assegurada a não-contaminação dessa
infecciosa politicagem em nossas hostes, até porque, "não temos
necessidade absoluta de representantes oficiais do Espiritismo em setor
algum da política humana".(2)

Pela transformação de comportamento individual, lutando pelo ideal do bem, em nome do Evangelho, os espíritas não estão alheios à Política;
engana-se quem pensa o contrário. Os espíritas honestos, fieis à
família e aos compromissos morais, são, integralmente, cidadãos ativos,
que exercem o direito e/ou obrigação (depende do ponto de vista) de
votar; porém, sem vínculos com as querelas e questiúnculas partidárias.

E, mais ainda, "iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritistas cristãos possuem patrimônios de entendimento muito acima da compreensão
normal dos homens encarnados." (3) Por isso mesmo, sabem, à saciedade,
que "a missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que
todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida.
Trocá-la, por um lugar no banquete dos Estados, é inverter o valor dos
ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face
da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do
progresso universal." (4)

É oportuníssimo lembrar que, nas pequeninas concessões, vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação. Urge que façamos uma
profunda distinção entre Espiritismo e Política. É bem verdade que
somos políticos desde que nascemos e vivemos em sociedade, sim, e daí?
A Doutrina Espírita não poderá, em tempo algum, ser veículo de
especulação das ambições pessoais, nesse campo. Se o mundo gira em
função de políticas econômicas, administrativas e sociais, não há como
tolerar militância política dentro das hostes espíritas.

Emmanuel nos comprova que não se sustentam as teses simplistas de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos, ao nosso alcance,
ajudaremos a melhorar o mundo. Recordemos que Jesus cogitou muito da
melhora da criatura em si. Não nos consta que Ele tivesse aberto
qualquer processo político-partidário contra o poder constituído à
época. Nossa conduta apolítica não deve ser encarada como conformismo.
Pelo contrário, essa atitude é sinonímia de paciência operosa, que
trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que
recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses
públicos, e PONTO FINAL.



Jorge Hessen

sábado, 17 de agosto de 2013

A CARNE É FRACA!......SERÁ MESMO? (Pedro de Almeida Lobo)

A CARNE É FRACA!......SERÁ MESMO?
                                            A explicação sobre um fato pode ser apresentada por muitas pessoas e de várias maneiras. Por vezes, bastam simples argumentos para que se exponha o que se pretende explicar.  Até  aí pode-se explanar com palavras não convincente ou não sobre a veracidade dos acontecimentos. 
    A justificativa tem-se que mostrar provas reais e cristalinas para que não  exista qualquer sombra que possa macular a verdade verdadeira atinente ao fato em tela.
       No tocante aos vícios. Há quem procure explicar e justificar o injustificável.
      Todos os vícios são frutos sistematizados  da compulsão, ou seja: uma pessoa começa a fazer algo, depois não tem a força moral para deixar de fazê-lo. Exemplo: quem é fumante. Ninguém de sã consciência fuma porque quer,  e sim porque não consegue deixar esse terrível mal. Isso acontece com outras anomalias psicológicas e sociais originárias  nas drogas lícitas ou ilícitas que prejudicam a saúde física, emocional, psicológica e até espiritual do ser humano. Mas não para por aí.
       São viciados também, aqueles  que têm a mania incontrolada de “cuidar” e falar mal da vida alheia. Com outra palavra - «fofoqueiro»; outros que utilizam o sexo desregradamente sem medir as conseqüências; há ainda quem  se endivida sem provisões financeiras para resgatar a dívida; e  vai por aí a fora.  Frente a tantos males, há quem  tenta explicar e justificar essas atitudes nefandas com esta expressão: “A carne é fraca”. Ledo engano. A carne não pensa. Tudo o que o corpo humano executa tem origem no pensamento do espírito que o habita. Portanto não pode ser responsabilizada pelas conseqüências das atitudes impensadas, levianas ou compulsivas originárias do pensamento espiritual que possam acarretar  doenças das mais variadas modalidade. O responsável é  o espírito que está doente. Tratando-se dele, a  explicação e justificativa vêm da nobreza de suas atitudes se agir com a consciência reta, com coração que ama e com mãos que trabalham, sem preocupar-se com as  coisas supérfluas e transitórias que o mundo mundano a ele oferece.
Cel Lobo

Pedro de Almeida Lobo (Campo Grande/MS)
é membro da Rede Amigo Espírita
Tenente coronel do exercito, representante da Cruzada dos Militares Espíritas de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (CME-MT/MS), dirigente e orador espírita em Campo Grande (MS)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Brigadas indígenas combatem o fogo no Parque Indígena do Xingu

Katia Yukari Ono (*)
Foto: Katia Yukari Ono/ISA, 2010

Teve início, em 10 de agosto, no Parque Indígena do Xingu (MT), a formação de cinco brigadas de prevenção e combate aos incêndios florestais, resultado de uma parceria entre as comunidades indígenas, o Instituto Socioambiental (ISA) e a Empresa Guarany – responsável pelo treinamento e doação dos equipamentos.
Foram realizados treinamentos, durante 20 dias, nas aldeias Ngojhwêrê (povo Kisêdjê), Tuba tuba (povo Yudja), Capivara e Tuiararé (povo Kawaiwete), e Moygu/Pavuru (povo Ikpeng). Essa iniciativa atraiu ainda participantes do Posto Indígena Diauarum e das aldeias Samaúma, Pequizal e Paksamba, totalizando 112 pessoas. Grande parte deste grupo é constituído por jovens, em sua maioria homens, mas conta também com a participação de jovens mulheres, adolescentes e homens mais velhos.
Os trabalhos focaram três linhas de ação: uso, manutenção e funcionamento dos equipamentos; prática de queimadas controladas ou planejadas – levando em conta a construção de aceiros, linhas de segurança e abordando questões como hora mais propícia para a queima – e combate de incêndios florestais.
Foto: Katia Yukari Ono/ISA, 2010

Nas aldeias Ngojhwêrê, Tuiararé e Moygu, os participantes se depararam com a realidade dos incêndios que já estavam ameaçando as florestas mais próximas. Apesar do pouco tempo que tiveram nas ações de combate ao fogo nessas florestas, foi possível testar o que foi aprendido no treinamento, ainda que fosse necessário mais tempo para controlar efetivamente essas queimadas. Os índios estão mobilizados para procurar soluções que segurem o fogo até o período das chuvas que se inicia geralmente em outubro.
As práticas de queimada sempre fizeram parte das atividades cotidianas dos povos do Xingu. Fogueiras na beira do rio, dentro de casa, fogo para a colheita do mel, para espantar marimbondos e para preparação das roças são alguns exemplos de seu uso. No entanto, fatores como o aumento do desmatamento no entorno do Parque e a degradação ambiental contribuem para que essas queimadas rotineiras hoje se propaguem com uma rapidez inesperada devido à diminuição da umidade do ambiente.
Diante desta recente condição, as comunidades indígenas se dão conta cada vez mais da necessidade constante de medidas para o controle das queimadas. É nesse sentido que novos treinamentos ainda estão para acontecer no Parque Indígena do Xingu, replicando esta experiência positiva para mais pessoas.

(*) Ecóloga, assessora técnica do Projeto Desenvolvimento de Alternativas Econômicas Sustentáveis e Formação de Agentes Indígenas de Manejo de Recursos Naturais

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

SER CRISTAL



           A este grupo de amigos presentes hoje, estudiosos, pesquisadores e mestres ao mesmo tempo, à esta equipe interessada no desenvolvimento da humanidade, o nosso pedido de licença.
            Hoje gostaríamos de rascunhar algumas palavras aos jovens desatentos da matéria, aos jovens que já ultrapassaram os limites das idades cronológicas da matéria e permanecem na condição de sonhadores na condição de seres pouco comprometidos com as responsabilidades da abençoada vida. Queremos relembrar aos espíritos adormecidos do severo compromisso com a própria evolução. Que muitos, sedentos da oportunidade da reconciliação com a própria consciência, imploravam ao plano supremo a oportunidade de retorno ao mundo da matéria para o reencontro com seus próprios compromissos, outrora fugiram ao compromisso com o plano superior. Os trabalhos muitas vezes pediam renúncias, pediam os desapegos necessários da matéria apara que se conseguisse o êxito logrado. Porém na trajetória de 70 anos, 80, neste mundo físico, esqueceram-se dos compromissos com a própria consciência e desataram estes laços entregando-se aos prazeres efêmeros do mundo material atraindo para si seres com intenções equivalentes no plano do prazer físico e passageiro. Áqueles que hoje retornam trazendo na consciência o compromisso dobrado, resignificando a vida em patamares mais evoluídos, e que muitas vezes estão novamente esquivando-se das cartas assinadas de próprio punho no compromisso com aqueles que se entrelaçaram através das próprias ações,gostaríamos de lembra-los que é passageiro o tempo neste plano físico e que muitos se entupiram de informações engordando suas mentes com informações inteligentes, com coerência no plano da espiritualidade. Que muitos passaram 30, 40 anos de suas vidas voltadas ao estudo do Espiritismo Cristão porém,  sem nenhuma ação no trabalho na própria reformulação íntima,alimentando dentro de seus corações e mentes pensamentos perniciosos, emoções de rebeldia contra os movimentos políticos esquecendo-se das leis de Jesus “ Daí a César o que é de César” .    Queremos destravar a visão do espírito que almeja patamares mais sublimes para a própria consciência. Queremos frisar a necessidade deste trabalho onde se eliminam as dores do mundo interno, que apesar de todo conhecimento adquirido na leitura dos livros a mente se vê entrelaçada e abraçada com desejos ligados a matéria, a satisfação do ego que mantém aprisionados e agrilhoados as emoções que impedem a evolução, o compartilhar das energias mais sublimes. É hora de abandonar os trajes mundanos que ludibriam a mente e enganam o espírito. Lembremo-nos das grandes lições dos grandes mestres que em toda a parte do mundo alertam sobre o risco da ganância, o risco do enriquecimento unicamente material. Queremos lembrar aqueles que destinam seu tempo na matéria simplesmente para obtenção do dinheiro através do trabalho, utilizando o seu tempo para enriquecer seus cofres e deixando muitas vezes os seus lares vazios, empobrecidos de atenção, carinho e amor. Lembremo-nos que na última hora, as preces, a culpa, baterão à sua porta lembrando-te que mais uma vez fracassastes.É hora  de despertar os chamados da alma que banham a humanidade neste momento de renovação convidando todos os seus habitantes a esta transformação íntima, conseguindo objetivar o trabalho voltado para o Cristianismo Sagrado, objetivando as preces elevadas aos Reinos Celestes para que estes reinos se instalem em seu próprio coração divinizando assim o pensamento e a matéria. Alertamos contra os riscos desta cegueira que conduz o homem na própria perdição desviando-lhes os passos do caminho que o levaria aos braços de Deus.
            Queridos irmãos, na fé religiosa é que se encontra a similaridade dos pensamentos e ideais. Atentais aos movimentos da vida que chama a cada alma no seu particular, no seu íntimo, trazendo os questionamentos necessários para a aquisição do verdadeiro tesouro que reside na própria consciência de cada ser encarnado neste mundo. Queremos lembrá-los de que não há evolução sem amor. Não há luz em mentes obscuras, não há alegria em corações arrependidos, não há esperanças que possam ser atendidas quando há corações e mentes enraizadas na busca simplesmente do tesouro material. Olhai em volta, os conflitos que o cercam no dia a dia, e que chamais de obsessões infinitas trazendo-lhe a dor constantemente. Olhais vosso lar, as reações voltadas para o conflito do querer sempre mais. Olhais os dissabores e os descompassos deste grupo familiar que te acolheu, onde tu és responsável por nortear e iluminar o caminho dos pequeninos que te batem a porta como seres que se entregaram em seus braços, confiantes de que possas conduzi-los ao caminho da luz. Meus irmãos, de nada vale frequentar os Centros espalhados pelo planeta, chamados templos espíritas se a verdadeira voz que lhe bate o coração , abrindo-lhe as portas das consciência, se encontrarem fechadas. De nada valem os encontros cada vez mais populosos, mal e mal as salas comportam, os grandes auditórios que se enchem se em teu coração a fala da sua alma não pode ser ouvida. De nada vale a voz dos espíritos que clamam, se seus ouvidos estão voltados para os cantos da sereis deste mundo material. Queremos relembrar os compromissos que assumistes no divino salão celeste quando convocados, foram em grupos, alertados sobre os riscos da mediunidade divina para os compromissos de alerta-lhe e abrir-lhe os corações e mentes como instrumentos capazes de prover as necessidades exigidas pelos espíritos mais elevados. Cantamos em coro e pedimos os cuidados e alertas. Cuidado para não banalizar aquilo que foi dado com tanto amor, com tanto carinho para que pudessem construir um mundo melhor. Cuidado com as armadilhas que outrora abraçaram o Cristianismo nascente, transformando as igrejas, muitas delas em sepulcros, onde a palavra é fria e as mentes adormecidas. Clamamos aos dirigentes dos templos que acordem suas almas, seus corações.Não para as regras estabelecidas em livros,mas para os coros divinos que exigem sutileza no pensamento da alma para serem ouvidos. É necessário que o trabalho de reformulação interna seja feito para saciar a fome das almas, dos espíritos atormentados.  É necessária a sopa para a alma, é necessário o mantimento para o espírito, é necessário que as câmaras de passe fluidifiquem, materializem o amor daqueles que amam.
            Meus irmãos, o amor de Jesus lhe bate as portas. Que possamos fazer com que almas dos aflitos possam sorrir, pedimos que as almas atormentadas sejam abençoadas pelo amor que acolhe e nada pergunta. Pedimos responsabilidade nos compromissos de quem fala em nome do Evangelho de Jesus. Quantos oradores sobem a tribuna com as consciência entrelaçada com a raiva, com o desamor, com a desinformação. Iluminai para poder iluminar! Amai, para poder amar! Instrui-vos a alma para que possa ser instrumento da instrução e do saber divino.
            O amor de Jesus em vossos corações. Que a paz, que a harmonia possam colorir e apaziguar de fato, levar a paz aos que precisam, aos que lhe batem a porta. Para que os templos possam ser tratados antes que adoeçam de vez.
            Nosso grupo participa de um movimento maior que a espiritualidade vem fazendo para levar aos núcleos espíritas cristãos o alerta das responsabilidades que cada um assumiu no plano da própria consciência. Muitos estão fechados para os nossos apelos, muitos construíram centros particulares pregando o direcionamento do ego individual como proprietários do Evangelho,  travando verdadeiras batalhas de ego, de poder, de disputas, dificultando assim o nosso acesso em nome de Jesus. O nosso trabalho, o nosso grupo, está sob direção de um dos discípulos de nosso Mestre Jesus que continua na tradução do Evangelho de Jesus, vinculado ao Movimento Espírita Cristão.
Em nome de Jesus nós agradecemos e nos despedimos desejosos de que possamos ser ouvidos pelos corações e pela alma de nossos queridos irmãos.

 Brasil, 28 de julho de 2013

Em caso de divulgação em outros sites ou blog favor manter este endereço de origem. http://sercristalemgaya.blogspot.com/

sábado, 10 de agosto de 2013

DIA DO PAI

 (por Maurício de Araújo Zomignani)

DIA DO PAI
Houve um tempo na história da humanidade, nós sabemos, e também na vida de cada um, pelo menos dos mais velhos, que se procurava ficar longe do Pai. O Pai era distante, rígido, um grande vigia do comportamento que punia rigorosamente os filhos, uma relação baseada no medo. Todos ensinavam que os melhores filhos eram os tementes ao Pai, enquanto que aos piores só cabia o sofrimento.

Mas houve um tempo, e disso nós também sabemos, em que tudo isso mudou. Contam que veio uma luz para a alma das pessoas que lhes disse ser momento de estabelecer uma nova relação. O Pai agora era presente, muitíssimo próximo, suas condenações não eram eternas e irrevogáveis, a punição já não era a marca de sua presença, a relação com ele agora era baseada no afeto. Ensinava, aquela luz, que os melhores filhos tinham carinho pelo Pai, os piores eram sempre perdoados e novamente ensinados.

Foi um momento excepcional na vida do ser humano, aprendizado que divide toda a sua história em antes e depois. A Mãe foi fundamental para tal mudança. Seu afeto foi quem abriu os corações e proporcionou, a todos os filhos, a possibilidade de compreender o cuidar e o servir como o novo padrão para essa fundamental relação.

Era o Dia do Pai. Depois de viver longo período em função de filhos carentes e ególatras, revelava-se aos filhos, pedia-lhes respeito e consideração, mas lhes ensinava que o fizessem através do respeito de um irmão pelo outro. Nada deixa o Pai mais feliz que ver os irmãos cooperando e se apoiando. Hoje sabemos que não interessa a experiência que você teve, se muito errou com ele, não importa que você ficou paralisado de medo, se você o tem acusado por injustiças. Não importa nem o nome que o Pai tenha para você, ele só nos pede respeito aos irmãos.     
E hoje é, novamente, o Dia do Pai. Dia de você abrir o coração para perdoar e pedir perdão, para entender um pouco mais de sua lógica, sua natureza, das ideias que ele tem para você, momento de abrir mão definitivamente do medo, da culpa e do rancor. Hoje você será apresentado mais uma vez ao novo Pai, na verdade o mesmo, mas que agora você, na sua maturidade, pode ver e tentar compreender. Hoje é dia para começar a viver uma nova relação, que vai limpar o padrão competitivo que você sempre viveu com seus irmãos, libertá-lo da relação de dependência que você desenvolveu com sua Mãe, a relação de menosprezo que alimentou consigo mesmo.

Hoje, finalmente, é o dia do Amor. É a hora de tornar à casa do Pai, depois de longo período vivendo para o prazer e para si mesmo. Nada mais necessário às pessoas e a esses tempos em que vivemos que se reconciliar com ele. Sujo, estropiado, condenado pelo mundo, indigno de si mesmo, hoje você poderá conhecer a verdade: que não importa o que tivermos feito para ele nós sempre estaremos em seu coração, que se pudermos colocá-lo também no centro de nosso coração, retirando todo o lixo e sujeira que temos acumulado, ganharemos a condição de sermos novamente chamados Filhos do Pai como um dia, em seus braços, nós fomos. Felizes em ser.
Maurício de Araújo Zomignani é membro da Rede Amigo Espírita, assistente social por formação e um dos responsáveis pelo curso Aprendizes do Evangelho no Centro Espírita Semente de Luz em São Vicente - SP. Vem cumprindo a função de palestrista nesse e em mais uma dúzia de Centros das cidades de Praia Grande, São Vicente, Santos e Guarujá. Vem contribuindo, há mais de 20 anos, com artigos dos mais variados temas no maior jornal da região, com privilégio para a temática espiritualista.