segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A morte do Espírito...

A morte do Espírito... Wellington Balbo – Bauru SP

Atualmente discute-se muito sobre segurança, mortes no trânsito, drogas, balas perdidas e tantas outras formas de violência .

São assuntos que, claro, devem ser sempre debatidos pela sociedade em geral para que os números diminuam e possa o Homem peregrinar por este planeta da maneira mais tranquila possível.
Entretanto, não obstante à violência que elimina o corpo físico do indivíduo, há outro tipo de violência que a meu ver é mais maléfica à criatura: a violência espiritual, a que mata o Espírito, a que arrebenta vidas por séculos e séculos.
Por conta de minha atividade profissional venho percebendo: o que mais mata as pessoas não é a violência física (claro, ela também mata), mas a violência espiritual que pode ser resumida numa palavra: Crueldade.
Sim, se um tiro mata o corpo, se um motorista embriagado ceifa vidas, não se pode esquecer que a crueldade mata o espírito.
A palavra cruel dita à uma criança sucessivas vezes, por exemplo, pode matar seu espírito para muitas existências...
Vocês dirão: O Espírito não morre!
É? Tem certeza que o Espírito não morre? Claro que morre; morre de crueldade.
Não podemos ser matadores de Espíritos!
A questão de número 208 de O livro dos Espíritos afirma que os pais exercem uma influência muito grande sobre a alma infantil, sendo, pois, responsáveis por educá-la nos caminhos do bem.
Ampliando um pouco mais compreende-se que a influência entre os Espíritos não se dá apenas na relação pais e filhos, mas de forma geral e sistêmica.
Estamos todos conectados neste Universo real e virtual!
Ou seja, ao estabelecermos contato com outras pessoas estamos influenciando e sendo influenciados, independentemente da idade biológica.
Gozações e piadas de mau gosto, por exemplo, feitas sucessivas vezes com um amigo adulto pode, obviamente, influenciá-lo a considerar-se um ser a parte na criação.
Muitos suicídios começam por ai. E, não pense que exagero, caro leitor, basta pesquisar o que se encontra por trás do autoextermínio e verificará o que aqui afirmo.
Portanto, jamais joguemos lama nos outros, isto é cruel de nossa parte.
Melhor a palavra que dá vida, que anima o espírito de disposição, que incentiva o outro a prosseguir em sua jornada, se possível feliz...
Porém, voltando às crianças, eu lido com elas diariamente e tenho visto a importância do reforço positivo em seus desenvolvimentos.
É necessário dar vida ao Espírito e não tirar-lhe o brilho nos olhos e a vontade de viver com alegria.
Percebo que, naquelas pequeninas almas velhas, a falta de brilho nos olhos é em decorrência de uma frase absurda ou um comentário maldoso dito sucessivas vezes à elas.
E isto, claro, vem aos poucos matando o seu espírito, a sua vontade de viver.
E, infelizmente, muitos pequenos crescem doentes, enfermos da alma, repletos de traumas, sem brilho nos olhos, sem vontade de viver por conta da violência que ficou impressa em seu espírito.
Por isso digo que o Espírito morre, não no sentido literal da morte, mas morre para a vida ao levar uma existência apática, sem brilho, sem cor.
Ah, se tivéssemos ideia real da força das palavras pensaríamos muito antes de “matar o Espírito”.
E, sejamos sinceros, para o Espírito retomar a vida depois de ser morto pela crueldade humana vai um tempo grande, mas muito grande mesmo, não raro, leva várias existências para tornar a viver...
Pensemos nisto com carinho...


Wellington Balbo (Bauru – SP) é membro da Rede Amigo Espírita
Wellington Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro "Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro Espírita Joana D´Arc, em Bauru.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

SACRIFÍCIOS DE ANIMAIS NOS LABORATÓRIOS É UMA PARVOÍCE “CIENTÍFICA”

Recentemente ativistas invadiram o Instituto Royal localizado no estado de São Paulo e resgataram centenas de cachorros da raça beagle e vários coelhos mantidos em gaiolas do instituto. O protesto foi contra o uso dos animais em testes feitos para empresas farmacêuticas. Embora o Instituto Royal tenha permissão legal para o uso de animais em estudos “científicos” , é claro que os animais sofriam muitas mutilações invariavelmente. Para a Sociedade Brasileira para o progresso da ciência (SBPC) os ativistas desconhecem a “importância” do uso de animais para o desenvolvimento de novos medicamentos e tratamentos para o ser humano e para outras espécies. Mas, segundo a Anvisa, há dois anos houve um acordo de cooperação com o Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam), ligado ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS-Fiocruz), para que sejam utilizados métodos alternativos à pesquisa que dispensem o uso de animais. Será que uma pessoa sensata tem alguma dúvida que os testes em laboratórios causam sofrimento, ferimentos e transtornos psicológicos nos animais? Não é justo os animais sofrerem com os testes para a obtenção de medicamentos e produtos que supostamente “beneficiarão” o homem. A estupidez atinge o seu grau máximo quando os defensores de tal prática “científica” dizem que os experimentos com animais beneficiam os próprios animais, pois são usados no desenvolvimento de rações, vacinas e medicamentos veterinários. Desde a antiguidade, pesquisadores valem-se de animais (cobaias) para obter testes “científicos” e ensaio das mais diversas espécies. O coelho foi uma das primeiras espécies utilizadas em pesquisas e presentemente camundongos e rãs são espécies de eleição para experiências nos laboratórios. Será que esses “cientistas” desconhecem que o organismo de um animal não é o mesmo que o nosso? Será que esqueceram o grande fracasso do século XX - A TALIDOMIDA, que foi testada em animais e depois colocada no mercado? O experimento em animais é um método bestial, e por isso mesmo antiético e completamente destituído de validade científica. Sabemos que aproximadamente um terço dos doentes com problemas renais crônicos destruíram sua função renal tomando analgésicos considerados seguros depois de aplicados em animais. Todos os medicamentos tóxicos retirados do mercado por exigência dos órgãos de saúde foram testados antes em experiências com animais. 

Existem importantes movimentos de proteção animal que resistem para findar com a vivissecção (ato de dissecar um animal vivo com o propósito de realizar estudos de natureza anatomo-fisiológica. ). Os avanços em biotecnologia já permitiram substituir os animais por computadores ou tubos de ensaios. Em diversos campos estão sendo utilizados processos alternativos, como in-vitro, com culturas celulares. As células tronco já são uma alternativa e vão ser decisivas na substituição das cobaias. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um programa de computador que pode substituir o sacrifício de animais durante as aulas de fisiologia. O programa pode substituir o uso de animais nas aulas práticas de Fisiologia e Biofísica, ministradas nos cursos de Medicina, Ciências Biológicas, Enfermagem e Educação Física. Apesar de milhões de animais torturados e mortos, a dissecação anatômica não conseguiu obter um resultado frente às epidemias do nosso tempo. Ante a falácia de que os animais são utilizados em benefício da saúde pública, devemos nos lembrar que eles são seres vivos que sentem dor e que sofrem, por isso somos responsáveis por eles. Como é que experiências toxicológicas – durante as quais os animais são envenenados de forma mais ou menos rápida – podem ocorrer sem tortura e dor, sem sofrimento terrível para o animal atingido? São muitas experiências que representam para o animal um sofrimento atroz, que normalmente só termina com a morte. A ética na experimentação com animais é uma preocupação muito antiga, fundamentando-se na necessidade de se ter consciência de que o animal é um ser vivo, que possui hábitos próprios de sua espécie, inclusive o natural instinto de sobrevivência, sendo sensível a dor e a angústia. 

Ora, o que o Espiritismo explica sobre os animais? Eles têm alma? Progridem? Ou serão sempre animais? Eles sofrem? Os Benfeitores do Além afirmam que os animais não têm alma como nós humanos, mas têm um princípio espiritual que “sobrevive ao corpo físico após a morte”(1), ou seja, a alma dos animais “conserva, após a desencarnação, sua individualidade; porém, não a consciência de si mesma, apenas a vida inteligente permanece em estado latente.”(2) É bem verdade que o instinto domina a maioria dos animais; “mas há os que agem por uma vontade determinada, ou seja, percebemos que há uma certa inteligência animal, ainda que limitada.”(3) Rememoremos que os bichos “não são simples máquinas, embora sua liberdade de ação seja limitada pelas suas necessidades, e, logicamente, não pode ser comparada ao livre-arbítrio humano. Os animais, sendo inferiores ao homem, não têm os mesmos deveres, mas eles têm liberdade sim, “ainda que restrita aos atos da vida material.”(4) Os animais pensam, mas não raciocinam; os animais têm memória, e recorrem a ela; aprendem com o acerto e com o erro, e não com o raciocínio. Evidentemente, não conseguem teorizar, abstrair, prever eventos, solucionar problemas, mas são, de fato, mais inteligentes do que imaginamos. Estão em processo de evolução e, nesse sentido, devemos considerar que possuem, diante do tempo, um porvir de fecundas realizações, e através de numerosas experiências chegarão um dia ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos, no escoar dos milênios, a situação de espíritos puros. Referências bibliográficas: (1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg 597-a (2) idem perg. 598 (3) idem perg. 592 (4) idem perg. 595
 Jorge Hessen
Jorge Luiz Hessen (Brasília/DF)
é membro da Rede Amigo Espírita, servidor Publico Federal, residente em Brasília, palestrante,
escritor, articulista em diversos jornais e sites, com textos publicados na Revista Reformador da FEB, O Espírita de Brasília, O Imortal, Revista Internacional do Espiritismo, entre outros e além de conselheiro da revista eletrônica O Consolador.

terça-feira, 22 de outubro de 2013


VINÍCIUS LIMA LOUSADA

 
 “O Espiritismo estabelece como princípio que, antes de crer,
é preciso compreender.” 
– Allan Kardec[1]

A FÉ DO PONTO DE VISTA KARDEQUIANO - 
Do ponto de vista kardequiano, a fé pode ser compreendida como a confiança que o ser humano tem em suas próprias forças para a realização de determinada coisa, superando os obstáculos das dificuldades, da má vontade e das resistências.
Com fé em seus objetivos nobres e no próprio potencial, o indivíduo faz-se capaz de mover “montanhas” como os “preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo e as paixões orgulhosas”[2] que, ainda, procuram interpor-se ao progresso da humanidade.
A fé, segundo o estudo proposto pelo mestre Allan Kardec em O Evangelho segundo o Espiritismo, igualmente tem por significado a confiança que se tem na realização de algo, de tal modo que, pelo pensamento, se pode conceber antecipadamente a sua efetivação e os meios para tanto. Nesse caso, essa fé-confiança dá ao indivíduo tranquilidade na realização de seu tentame e favorece o êxito.
Todavia, Kardec não deixa de caracterizar a concepção de fé, à qual ele se refere como calma e geradora de paciência porque se apoia “na inteligência e na compreensão das coisas”[3], bem diferente do que ele chama de fé vacilante, aquela que se ressente de sua própria fragilidade e, motivada pelo interesse, torna-se violenta em uma tentativa irracional de suprir a força que lhe falta.  
FÉ E VIOLÊNCIA - Aliás, isso de alguma forma explica os fenômenos contemporâneos de terrorismo religioso onde, em nome de uma interpretação muito particular da doutrina do Islã, infelizes irmãos integrantes do Talibã se autorizam a explodir escolas no Paquistão[4]. Trata-se de manifesta declaração da insustentabilidade de suas convicções, mediante uma postura fundamentalista frente ao raciocínio e uma resposta obscurantista à liberdade de pensar, corolário do fim da escravidão humana de outros tempos.
Para Kardec, a fé não combina com a presunção e nem com a violência. A fé deve ser humilde porque, sendo raciocinada, compreende os seus limites e reconhece a sua fortaleza na vontade de Deus, “a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”[5]
A fé presunçosa denota orgulho, imperfeição humana que produz a cegueira intelectual e moral. O orgulhoso fecha-se em si mesmo e crê-se com mais luzes que os outros. Ele cerra os ouvidos ao diálogo e às opiniões contraditórias às suas crenças, desvalorizando a oportunidade de aprender com a leitura do outro sobre as suas convicções pessoais e, quem sabe, robustecer serenamente a própria fé. 
FÉ RACIOCINADA VERSUS FÉ CEGA - Do ponto de vista teológico, segundo Kardec, a fé costuma ser concebida como a crença em dogmas especiais que constituem, desse modo, as mais diferentes religiões no mundo.
Dessa perspectiva, a fé pode ser raciocinada ou cega. A fé cega consiste naquela em que o crente não se ocupa de verificar pela lógica o objeto de sua crença que, muitas vezes, choca-se com as evidências que os fatos lhe apresentam, tanto quanto colide frontalmente com o uso da razão.
A fé cega tende a produzir fanatismo, onde cada crente teria a pretensão de que a sua religião deteria todo o conteúdo das verdades espirituais da vida. O fanatismo, por sua vez, como erro de percepção do cosmo e das Divinas Leis, tende a degenerar em intolerância e violência, como no exemplo assinalado anteriormente.
Por outro lado, a fé raciocinada mantém a liberdade de pensar como premissa de sua efetividade, ela se fortalece no raciocínio sem preconceitos e no livre-exame proporcionado pela dúvida que investiga. Nesse sentido, a fé racional não teme o progresso intelectual da coletividade, muito pelo contrário, a sua capacidade de “encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”[6] é condição que a mantém inabalável, como ensinou o insigne codificador do Espiritismo.        
FÉ NÃO SE PRESCREVE - É de bom alvitre que recordemos que a fé não pode ser prescrita ou imposta a um indivíduo. No que tange aos valores espirituais básicos é uma aquisição pessoal amadurecida a cada reencarnação do Espírito, atualizada sob a influência de questões socioculturais, contudo, é uma questão de foro íntimo.
Por fim, entendamos que a fé, para ser raciocinada, demanda que o seu ponto de apoio se estabeleça na compreensão clara e prefeita daquilo em que se crê, ou seja, em um método de raciocínio que se sustente em um sentido lúcido e profundo para a crença, no exame rigoroso dos fatos inerentes aos princípios filosóficos da escola de fé abraçada, sem deixar margem a nenhum mistério ou superstição.
Em matéria de crença aceitemos somente o que é inteligível à razão e, caso alguém queira nos impor uma fé cega, lembremo-nos da recomendação do Mestre Jesus a dizer-nos em seu Evangelho “Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.”[7]



[1] Revista Espírita de Fevereiro de 1867, Livre pensamento e livre consciência.
[2]  O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item 2.
[3] O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item 3.
[5] O Livro dos Espíritos, questão 1.
[6] O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XIX, item 7.
[7]Mateus, 15:14.
 

Vinícius Lousada é educador, pesquisador e editor do blog
www.saberesdoespirito.blogspot.com, residente em Bento Gonçalves-RS.  

sábado, 19 de outubro de 2013

CUIDEMOS DAS CRIANÇAS


Cuidemos das Crianças
O uso de drogas por crianças, algumas chegando à adolescência, assim como a tendência para outros vícios, o suicídio, a violência e a depressão que elas vêm apresentando, têm sido uma constante preocupação por parte de pais, professores, autoridades governamentais e do povo em geral.

 Como evitar que isto ocorra, é a pergunta que normalmente se faz. Em comentário à questão 685, de O Livro dos Espíritos, que trata de assunto de interesse social no qual este se inclui, Allan Kardec observa: "Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança (...). Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem?" Destaques de Allan Kardec.) A Doutrina Espírita nos ensina, e a ciência humana gradativamente confirma, que somos Espíritos imortais em processo de permanente aprimoramento moral e intelectual. Ensina-nos, também, que o período em que o Espírito está mais sujeito a mudanças interiores é o que vai da sua concepção, como embrião, em nova reencarnação, até a sua adolescência.

 É a fase mais propícia à influência na formação do seu caráter. Destaque-se, todavia, que a influência que a criança mais absorve é a do exemplo. Na busca de se integrar no contexto social em que inicia nova existência, ela procura amoldar-se mais ao comportamento dos que a cercam e menos ao que lhe dizem. Desta forma, para afastar a criança das drogas, de outros vícios, do suicídio e da violência, necessário se faz que ofereçamos a ela exemplos de muito amor, representados por claras manifestações de interesse pelo seu progresso intelectual, moral e, acima de tudo, espiritual; pela saúde, alimentação, integração familiar e social; e oferecendo-lhe, ainda, atenção afetiva, ensino adequado e energia construtiva. Estas atitudes preenchem o vazio do seu coração - provocado pela sensação de rejeição e abandono -, dando-lhe um sentido nobre para a vida e restituindo-lhe a fé na própria existência. Lembrando a observação de Jesus - "Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham"¹, eduquemos todas elas para a vivência do amor, independentemente da raça, cultura, cor ou condição social que apresentam, amando-as com os nossos melhores sentimentos e gestos. 

Estaremos, desta forma, construindo homens de bem, distantes das perversões que os vícios provocam. O amor que educa à luz do Evangelho é a solução para todos os problemas. Sua falta é a causa de todos os males.  Marcos, 10:14.
Fonte: Editorial da Revista Reformador setembro/2002, Ed. FEB. 

sábado, 12 de outubro de 2013

SEJAMOS NÓS A MUDANÇA QUE NÓS QUEREMOS VER NO MUNDO

 
Jorge Hessen

















A atividade solar desenvolve-se em ciclos estudados e conhecidos pelos cientistas. Essa atividade atingiu um auge durante o período compreendido entre a década de 90 e o ano 2000. 

Sucessivamente ocorrem  ciclos telúricos no orbe , todavia  hoje o que está mais evidente é o enigma da instabilidade  climática, mormente em face do superaquecimento global . Considerando o calor insólito (1), sobretudo as secas surpreendentes, acreditamos estar na iminência de maiores catástrofes ecológicas, de consequências catastróficas, em face da rota de colisão entre o homem e a Natureza.
Desde o início da revolução industrial, em 1750, os níveis de dióxido de carbono (CO2) aumentaram mais de 30%, e os níveis de metano cresceram mais de 140%. A concentração de CO2 na atmosfera é agora maior do que em qualquer momento nos últimos 800 mil anos.  Quais serão as consequências  disso? A escala do impacto pode levar à escassez de água potável, trazer mudanças grandes nas condições para a produção de alimentos e aumentar o número de mortes por decorrência de  ondas de calor e secas.
Ao se desmatar as florestas, modificar cursos de rios, aterrar áreas alagadas e desestabilizar o clima, estamos destroçando as bases de uma rede de segurança ecológica extremamente sensível. Devemos ficar atentos para os alertas dos especialistas, pois já está demasiado claro que é apenas uma questão de tempo, para as consequências funestas das previsões começarem a afetar, brutalmente, as nossas vidas e, principalmente, as vidas de nossos filhos e netos. A Terra assemelha-se a um organismo vivo, com mecanismos para auto-regular suas funções. (2) Nestes últimos anos, os Estados Unidos passaram pela pior seca em mais de um século. Grandes extensões de terra da Rússia também não tiveram chuva suficiente. Até mesmo a temporada de monções na Índia foi seca. Na América do Sul, o índice pluviométrico tem permanecido abaixo da média histórica. (3)
As nações, frequentemente, lutam para ter ou manter o controle de matérias primas, suprimento de energia, terras, bacias fluviais, passagens marítimas e outros recursos ambientais básicos. "Esses conflitos tendem a aumentar à medida que os recursos escasseiam e aumenta a competição por eles".(4)  Precisamos nos adaptar ao meio como os demais entes vivos neste momento. 
Sabe-se que a maior parte da água potável do planeta vai para a irrigação.(5) Por essa razão há pesquisadores trabalhando vários projetos de sustentabilidade a fim de  fazer render mais a água utilizada na agricultura. Um das propostas é a chamada  "chuva sólida", ou seja, um tipo de pó apropriado que espalhado no solo consegue absorver e reter água em abundância e liberar o líquido gradativamente , a fim de  que os vegetais possam resistir mais tempo a uma seca.
Lamentavelmente ainda amargamos os contrastes de uma suprema tecnologia no campo da informática, das viagens espaciais, dos supersônicos, dos raios laser, ao tempo que ainda temos que conviver com muita indiferença ao meio ambiente. Por outro lado, e menos mal nos parece é que a  necessidade de destruição da natureza “se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria”(6). Realmente a consciência de proteção ambiental cresce com o nosso desenvolvimento intelectual e moral. Os recursos “renováveis” que se consomem e o impacto sobre o meio ambiente não podem ser relegados a questões de menor importância, principalmente, levando-se em consideração a utilização da água potável. Certamente no futuro a sua posse (água potável) pode ser o motivo mais explícito de confronto bélico planetário.
Na década dos anos 70, o USDA- Departamento de Agricultura dos Estados Unidos - desenvolveu um produto superabsorvente feito de uma espécie de goma(7) que mais tarde foi utilizada para hidratação de vegetais.   Sabemos que o meio ambiente em que renascemos, muitas vezes constitui a prova expiatória; com poderosas influências sobre nosso psiquismo, “faz-se indispensável que a pessoa esclarecida coopere na transformação do meio ambiente para o bem, melhorando e elevando as condições materiais e morais de todos os que vivem na sua zona de influência"(8).
"A Natureza é sempre o livro divino, onde a mão de Deus escreveu a história de sua sabedoria, livro da vida que constitui a escola de progresso espiritual do homem evoluindo constantemente com o esforço e a dedicação de seus discípulos".(9) Nesse elevado  empenho, Sérgio Jesus Velasco, um engenheiro químico, da cidade do México, conhecendo a invenção da USDA , desenvolveu com sucesso e patenteou uma versão diferente da fórmula gelatinosa. Seu invento hoje  é  misturada com o solo de áreas secas e consegue armazenar  grande quantidade de água de irrigação, redistribuindo gradativamente o líquido para a plantação.
A vida no planeta depende da convivência pacífica entre o homem e a Natureza. E nós espíritas? O que fizemos, ou o que pretendemos fazer? O iluminado  Mahatma Gandhi– que afirmou certa vez que toda bela mensagem do Cristianismo poderia ser resumida no sermão da montanha – nos serve de exemplo, quando diz: “sejamos nós a mudança que nós queremos ver no mundo”.(10)

Referências:
(1)           Na Austrália o calor muito acima da média fez com que o serviço de meteorologia deste país adicionasse novas cores na escala de temperatura para indicar quando os termômetros ficam acima de 50°C, foram adicionadas as cores roxo escuro e magenta para representar as temperaturas entre 51°C e 54°C.
(2)           Teoria que afirma ser o planeta Terra um ser vivo. Apresentada em 1969 pelo investigador britânico James E. Lovelock, a Teoria de Gaia, também conhecida como -Hipótese Gaia, diz ser a biosfera terráquea capaz de gerar, manter e regular suas próprias condições de meio-ambiente.
(3)           Disponível no site  http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121016_alimentos_c...
(4)           Trecho é encontrado na página 325 do relatório BRUNDTLAND, de 1988, da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no livro "Nosso Futuro Comum"
(5)           Conforme Relatório da  ONU – Organização das Nações Unidas  -
(6)           Kardec Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 2001, perg. 733.
(7)           À época, a invenção foi usada principalmente na fabricação de fraldas.
(8)           Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, questão 121
(9)           Idem , questões 27, 28
(10)        Trigueiro, André. Espiritismo e Ecologia, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2011

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O ESPÍRITO DE UM ANENCÉFALO: EVOLUÇÃO ATRAVÉS DA DOR 

(Artigo de Luiz Carlos Barros Costa)

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - QUESTÕES Nº 347. Que utilidade pode ter para um Espírito a sua encarnação num corpo que morre poucos dias depois de nascer?
— O ser ainda não tem consciência bastante desenvolvida da sua existência; a importância da morte é quase nula; frequentemente, como já dissemos, trata-se de uma prova para os pais.

Nesse caso, ao desligarem-se os laços, com retorno do Espírito ao mundo espiritual, inicia-se uma prova muito forte para os pais, pois passam a apresentar um abalo significativo em seus sentimentos, pois aguardavam que o fruto do amor fosse prosperar pelos seus dias terrenos.

Pode gerar também uma prova para o Espírito. Há os que se encontrarão por algum tempo inconsciente, mas há outros que em razão de uma evolução mais acentuada, não perdem por completo a consciente de si mesmos. Assim, esses Espíritos podem assistir a formação dos corpos, como o processo de desencarnação.

Na maioria das vezes são situações mal resolvidas em vidas anteriores, com as lições de prova no presente, para ensejarem as devidas libertações do mal no futuro, isentando essas almas das culpas que lhe perturbam, atualmente, a jornada evolutiva.

Na forma como foram realizadas as condutas, talvez com várias crianças, é possível a reiterada ocorrências dessas realidades reparadoras, para que a harmonia se instale de forma duradoura.

Os pais devem cultivar o estudo do Evangelho no Lar, preparando-se para as vicissitudes terrenas, que alcança a todos nós, a fim de que o ambiente doméstico ganhe qualidade espiritual, alegria e serenidade, com o objetivo maior: que a paz seja uma realidade constante.

São variadas as formas de reparação junto à Lei Divina. José Raul Teixeira analisa a situação dos Espíritos que recebem a técnica do congelamento de seus embriões:

Seriam “[...] entidades que se oferecem para vir atender ao progresso da ciência; elas são devedoras da sociedade; devendo reencarnar para sofrerem na Terra toda gama de tormentos que produziram no passado, oferecendo-se como prepostos do progresso do Planeta. Assim, são ligadas a esses embriões para que vivam hermeticamente vinculadas a eles. Para que sofram aquele processo de mutismo, enquanto o embrião estiver congelado.”

E conclui: “dessa forma, neste trabalho de servir à ciência possam conseguir o progresso, ao invés de renascerem na Terra e sofrerem situações de enfermidades variadas durante largos anos.”.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

03 de Outubro, uma data especial

O dia 03 de Outubro marca uma data importante, pois no ano de 1804, filho de Jean-Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel, voltava as aragens terrenas aquele que recebeu o nome de Hyppolyte Léon Denizard Rivail.
Inquestionável seu contributo a humanidade, não somente como educador, como filósofo de mais alto valor, mas principalmente como codificador de verdadeiro código de liberdade para as massas humanas, o Espiritismo.
Sendo aluno de Pestalozzi, logo cedo despertou suas qualidades intelectuais e humanistas, tanto que o mestre o autorizava a representá-lo quando de sua ausência. Poderíamos o considerar um prodígio, pois com apenas dezoito anos lança seu primeiro livro.
A frente de seu tempo o jovem Rivail dedicava-se a buscar a melhora do sistema de ensino da época. Por mais de trinta anos o professor Rivail iluminou a educação francesa, européia e mundial, todavia foi com cerca de cinquenta anos que ele se dedica aos estudos dos movimentos nascentes de comunicabilidade com os imortais, a partir de 1855 participa de reuniões investigando fenômenos, anotando em cadernos, e em 18 de Abril de 1857 nos oferece "O Livro dos Espíritos" o marco da doutrina nascente, surgia assim Allan kardec.
Discípulo amado do Cristo Kardec soube renunciar a titularidade das obras, pois em verdade sabia que elas provinham do alto;
Mais que um religioso ele foi compreensivo com as várias crenças de humanas;
Despido de ritualística, o pensador anulou a si mesmo para sistematizar um sistema de melhora da humanidade;
Sem pretensão soube aceitar as críticas com o olhar compassivo e imparcial, inclusive dando voz aos críticos;
Destemido, soube encarar a razão sempre comparando os  preceitos científicos com a mensagem espiritista;
Fiel nos ofereceu o Cristo descido da cruz falando diretamente aos nossos corações;
Entusiasta percorreu longas distâncias divulgando e discursando sobre o Espiritismo;
Amoroso se dedicava e recebia o total e importante apoio da esposa Amélie Gabrielle Boudet.
Mais que uma personalidade Kardec se fez fidedigno servo em serviço pela humanidade, nos reaproximando da caridade que ele além de pregar, viveu. Herói anônimo se fez a grande pena a nos instruir para rumarmos para o progresso a que estamos destinados.
Nesse dia em que comemoramos o teu nascimento nos sentimos honrados pela sua luz em nossos corações. O Espiritismo não se chega para os espíritas como uma nova verdade, mas se endereça a todos como um sistema desprovido de preconceitos e imposições para aliar ciência, filosofia e religião nesse caminho sublime da perfeição como lecionou Jesus.
Ave Allan Kardec!!