terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

 Fanatismo Religioso
As religiões, pelo seu caráter transcendental,  foram, muito mais que a política, as grandes formadoras de adeptos fanáticos. Isso se explica porque a palavra fanatismo - do latim fanaticus -, que vem de fanum = templo, lugar consagrado, significa aquele que era o possuído pelo deus.  Assim, fanatismo é a cega obediência a uma idéia, servida com zelo obstinado, até exercer violência para obrigar outros a segui-la e punir quem não está disposto a abraçá-la.
A conseqüência imediata do fanatismo religioso é o sectarismo, que encarcera a liberdade de consciência, pretendendo uma liberdade dirigida na espera do pensamento, que torna o homem escravo de postulados que lhe proíbem a expansão da alma pela idéia e pela razão. 
O fanático é a antítese do herói e do entusiasta. Enquanto o  herói e o entusiasta lutam por uma causa justa, o fanático assume uma atitude de intolerância às idéias alheias. O herói e o entusiasta podem até morrer pela causa que defendem, mas jamais o fazem para aumentar o número de prosélitos. O fanático, contrariamente, não recusa meios violentos e até cruéis para os conseguir.   
Os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, em que os próprios homens se transformam em bombas, é digno de lembrança. Pergunta-se: o que está por trás dessa resolução? Não é o fanatismo religioso? Se um líder faz a nossa cabeça, dizendo-nos que praticando tal ato nós seremos arrebatados ao céu, a sua ordem será imediatamente colocada em prática. 
E os Espíritas? Estão eles isentos do fanatismo? 
Como o fanatismo está geralmente ligado ao dogmatismo, isto é, à crença numa verdade ou num sistema de verdades que, uma vez aceitas, não devem mais ser postas em discussão e rejeitam a discussão com outros, é possível que o Espírita esteja sendo fanático, sem o perceber.  
Allan Kardec, por exemplo, em O Livro dos Médiuns, fala-nos dos médiuns que só querem receber um único Espírito, dos que não aceitam críticas em suas mensagens e daqueles outros que só querem  pensar pela própria cabeça. Diz-nos ainda que essas são as causas da obsessão e da fascinação: o começo de um monoideísmo, uma idéia fixa. 
Urge tomarmos consciência de nossas ações. Quantas não são as vezes que queremos impor as nossas idéias ao grupo que freqüentamos? Lembremo-nos do provérbio que diz: "Todo o excesso é prejudicial". Procuremos sempre o meio termo como nos aconselhava o filósofo Aristóteles, que colocava a  virtude no meio, ou seja, entre o excesso para mais e o excesso para menos. Não a colocava como uma média, mas como o ponto de equilíbrio entre os excessos. 
(Org. por Sérgio Biagi Gregório)

domingo, 12 de fevereiro de 2012


COMO ORIENTAR OS FILHOS, COM TANTA SENSUALIDADE E EROTISMO APRESENTADOS NA TV?
  O diálogo é a melhor forma de prevenção contra os excessos do mundo. Além disso, os pais devem ter a consciência de que eles, e não a televisão, são a influência mais importante para a formação dos filhos. Devem, por isso, utilizar pedagogicamente a televisão, utilizando suas imagens e informações para debater com eles as questões e problemas do mundo. Se houver presença e atenção deles, a televisão acabará sendo vista como uma mera janela distorcida do mundo com o qual é preciso conviver para melhorar. Em relação às questões de sexualidade, é preciso que o diálogo dos pais não seja tangido pelo tabu e o preconceito. O ato sexual não pode ser visto como algo sujo ou perigoso, e sim como um fato natural da vida, que será sempre belo e prazeiroso, quanto mais for movido por sentimentos de afeto e sinceridade. Eis o que deve ser tematizado com os filhos, ante as exibições televisivas. Nesse sentido, a censura e a proibição nem sempre são os melhores recursos, vez que, além de reforçarem uma visão preconceituosa de que o sexo é errado, podem ter o efeito inverso, isto é, podem aguçar a curiosidade da criança e se tornar depois o meio de contestação delas à sociedade e aos próprios pais. Nesse sentido, assim que a criança se mostrar em idade de compreender tudo isso, a sexualidade mostrada na televisão deve ser tematizada pelos pais, não no sentido de se proibir, mas de sempre se perguntar se os personagens do filme ou da novela se amam de fato e se há respeito de um para o outro. Assim, a criança perceberá claramente que nem tudo o que a televisão mostra é bom e deve ser imitado. E, além disso, ficará evidente para ela que há outras coisas na televisão, além de sexo, que também são importantes.