O Espiritismo, doutrina codificada por Allan Kardec no século XIX, propõe uma
compreensão profunda da vida e da existência, integrando ciência, filosofia e
moral. A relação entre o ser humano e o meio ambiente é vista, à luz do
Espiritismo, como uma expressão da lei divina de progresso, responsabilidade e
solidariedade universal.
Segundo o Espiritismo, a Terra é um planeta de provas e
expiações, onde os Espíritos reencarnam para evoluir moral e intelectualmente.
Como parte desse processo evolutivo, o cuidado com a natureza torna-se uma
obrigação espiritual. O planeta é um bem coletivo, um organismo vivo que nos
acolhe e nos oferece os recursos necessários à nossa sobrevivência e
aprendizado. Destruí-lo ou explorá-lo de forma irresponsável é, portanto, um ato
contra a lei de Deus.
Na pergunta 705 de O Livro dos Espíritos, os Espíritos
afirmam que “Deus concedeu à humanidade os bens da Terra para a conservação do
corpo e como prova de inteligência, ao saber utilizá-los com equilíbrio”. Isso
reforça a ideia de que os recursos naturais são dádivas divinas, e seu uso exige
moderação, gratidão e consciência.
Além disso, o Espiritismo nos ensina sobre a
interconexão de todos os seres, visíveis e invisíveis. A degradação ambiental
não prejudica apenas a natureza física, mas desequilibra o fluido universal e
afeta a harmonia espiritual do planeta. Espíritos superiores alertam que o
desequilíbrio ecológico reflete também o desequilíbrio moral da humanidade — um
sinal de que ainda precisamos avançar em fraternidade, respeito e amor.
Portanto, do ponto de vista espírita, preservar o meio ambiente é um ato de
caridade, de justiça e de amor ao próximo, incluindo as futuras gerações. É
também um compromisso com o próprio progresso espiritual, pois todo bem que
fazemos à Terra retorna em benefício de nossa consciência e evolução.
Pedro
Peçanha.
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