Diante do bem, não pronuncies a palavra
“impossível”.
Certamente, sofres a
dificuldade dos que herdaram a luta por
preço das menores aquisições.
Ainda assim, lembra-te de que a
virtude não reside no cofre.
Onde encontrarias ouro puro a
fazer-se pão na caçarola dos infelizes?
Em que lugar surpreenderias
frágil cobertor tecido de apólices
para agasalhar a criança
largada ao colo da noite?
Entretanto, se o amor te faz
lume no pensamento, arrebatarás à
imundície a derradeira sobra da
mesa, convertendo-a no caldo
reconfortante para o enfermo
esquecido, e farás do pano pobre o
abrigo providencial em favor de
quem passa, relegado à intempérie.
Uma garganta de pérolas não
emite pequenina frase consoladora
e um crânio esculpido de pedras
raras não deixa passar leve fio
de ideação.
Todavia, se o amor te palpita
na alma, podes falar a palavra renovadora
que exclui o poder das trevas e
inspirar o trabalho que expresse o apoio e a esperança
de muita gente.
Respeita a moeda capaz de fazer
o caminho das boas obras,
mas não esperes pelo dinheiro a
fim de ajudar.
Hoje mesmo, em casa, alguém te
pede entendimento e carinho
e, além do reduto doméstico,
legiões de pessoas aguardam-te os
gestos de fraternidade e
compreensão.
Recorda que a fonte da caridade
tem nascedouro em ti mesmo
e não descreias da
possibilidade de auxiliar.
Para transmitir-nos semelhante
verdade, Jesus, a sós, sem fiança
terrestre, usou as margens de
um lago simples, ofertou simpatia
aos que lhes buscavam a
convivência, confortou os enfermos da
estrada, falou do Reino de Deus
a alguns pescadores de vida singela
e transformou o mundo inteiro,
revelando-nos, assim, que a
caridade tem o tamanho do
coração.
Meimei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário