sexta-feira, 1 de março de 2013

PAZ FARROUPILHA 168 ANOS


          Os gaúchos se inflamam quando adentram a semana farroupilha. Fazem cavalgadas por todo o estado, cantam e dançam em festivais, fazem encontros dignos da altura da festa que promovem. Também no Paraná e Santa Catarina a gauchada se pilcha e assume os ares de liberdade para o Rio Grande do Sul. Sabemos, a história nos conta, que no amanhecer de 20 de setembro de 1835, as tropas armadas de Gomes Jardim e Onofre Pires entraram pela ponte da Azenha em Porto Alegre. Foi o inicio da Revolução Farroupilha, que somente em 1845, dez anos após teve fim, marcando assim a mais longa revolução de nosso continente.
A causa do conflito se deve ao Governo Central do Brasil, cobrar pesadas taxas sobre os produtos do Rio Grande do Sul. O charque, o couro e a erva mate sofreram pesados tributos, enquanto os produtos importados do Uruguai e da Argentina recebiam incentivos do governo brasileiro. O sal, produto importante na preparação do charque, passou a ter taxa de importação, considerada abusiva, o que revoltou o povo riograndense. Armas em punho guerrearam por 10 anos, contra a opressão do governo central.
Até hoje, passados tantos anos, o gaúcho ainda conserva o ideal da saga farroupilha dentro de seus costumes, elegendo a semana farroupilha como o marco tradicional de sua luta armada em favor da liberdade. Esse grito nunca calou na garganta do povo, que montou uma tradição e costumes típicos que extravasam na poesia, na dança, na vestimenta, na comida, no uso do chimarrão, na musica tradicionalista.
A partir de 1995, definida pelo Decreto Estadual 36.180 e amparado na lei federal 9.093/95, a data de 20 de setembro passou a ser feriado por ser a data magna do estado.
Espiritualmente vemos que muitos daqueles antigos guerreiros farrapos estão hoje de volta ao cenário riograndense e acendem a chama do antigo conflito em seus peitos, festejando a data com acendrado requinte. Naturalmente que a festa se reveste de brilho porque o povo entende que em suas veias corre o sangue de um ideal que nunca morreu, que vive a cada dia em suas atividades e em seus costumes.
Quantos dos gaúchos atuais viveram a guerra naquele tempo? Acredito que milhares viveram e morreram por aquele ideal. Hoje estão no mesmo estado, nas mesmas coxilhas, nos mesmos campos, nas mesmas fazendas, nas mesmas cidades. É o mesmo céu, o mesmo azul, as mesmas paisagens daquele tempo, e os mesmos espíritos que retornaram para atender os quesitos de evolução que todos nós temos.
Deus, em sua infinita misericórdia, permite que os atores de um drama voltem à mesma cena para modificar suas atitudes e seus conceitos. Também concede o poder para que sejam artífices de modificações necessárias para tornar as estruturas do poder mais democráticas, justas e coerentes com o desejo dos estados da confederação e que atendam os desejos do povo. Porque dirigentes e dirigidos são os mesmos espíritos em estágios e missões diferentes, mas todos estão em busca da anelada perfeição.A velha chama crioula permanece viva nos corações dos que guerrearam e morreram por uma causa nobre. Hoje são outros ideais e outros parâmetros num novo Brasil ainda cheio de problemas.
Penso que na espiritualidade não estava desenhado o projeto de um país novo no extremo sul do Brasil, isto porque Humberto de Campos em seu fabuloso livro “Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, através da abençoada mediunidade de Chico Xavier, conta que quando Jesus chegou com sua coorte de anjos e com Helil ao continente que seria descoberto (América do sul), no final do século XIV, por volta do ano 1.360, vislumbraram o cruzeiro do sul, e visualizaram que aqui no Brasil seria transplantada a árvore do Evangelho que estava deteriorada na palestina e na Europa. O Brasil teria a forma de um coração para abrigar todos aqueles que desejassem lutar pela Doutrina do Senhor. A iniciativa teve como conseqüência imediata à reencarnação de Helil na cidade do Porto em 1.394, para dar o impulso decisivo às navegações atlânticas, e proporcionar o descobrimento da América em 1.492, por Cristóvão Colombo e, em 1500 do Brasil, por Pedro Álvares Cabral. Consolidava-se assim à vontade de Jesus em transplantar a árvore do Evangelho para uma nova terra.
No mesmo livro o autor diz que as forças armadas de D. João VI em 1821, por inspiração de Carlota Joaquina, anexa de forma indébita a Província Cisplatina. A imposição era impopular. Por não ser produto elaborado pela Pátria do Evangelho, se separa definitivamente do coração geográfico do mundo, graças à mediação pacifica da Inglaterra para formar a Republica Oriental do Uruguai. Não era do alvitre espiritual que o Uruguai estivesse unido ao Brasil, por isso a anexação foi desfeita.
Nessa linha de pensamento aprendemos que o Brasil não pode ser separado nem ter em seu território o acréscimo de outras terras que venham a ser conquistada. Tudo deve ficar tal como está. Os defensores da separação vão espernear, mas nada podemos fazer. Nós nos conformamos quando aprendemos com os espíritos superiores que em 1865, nos revelaram que a terra haveria de se transformar de um planeta de provas e expiações para um planeta de regeneração.
O problema é que entremeio a este destino, Deus permitiu que espíritos inferiores pudessem voltar a terra, pelos canais da reencarnação, para resgatar seus débitos e melhorar sua condição, como fator decisivo para permanecer neste planeta. Com certeza aqueles que não aproveitarem a oportunidade, deverão ter um destino diferente daqueles que habitarão a Terra regenerada. Fica a certeza de que o Brasil vai melhorar a qualidade de seus dirigentes e de seu povo, no momento em que espíritos bons estiverem reencarnados por aqui. Então teremos um país voltado para o bem comum, com justiça, lealdade, preconizando o que escreveu Humberto de Campos: o Brasil será o coração do mundo e a pátria do evangelho. Assim, convém arregaçar as mangas e colocar mãos a obra meu amigo. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte neste projeto grandioso da espiritualidade.
Meu amigo, se você tem algum ideal de seus ancestrais correndo em suas veias, cultive essa tradição, lembrando que cada um carrega no coração aquilo de que a alma esta repleta. E se a alma viveu essas experiências é normal que ela se engalane para vivenciar as conquistas da grande PAZ FARROUPILHA. Mas não podemos perder de vista a conquista da Paz Farroupilha, onde, comemoramos hoje primeiro de março de 2013, os 168 anos do Tratado da Paz Farroupilha e viva os Gaúchos do passado e do presente que buscaram e ainda buscam os recursos materiais e morais para a elevação do Rio Grande do Sul e sua gente.

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