No livro Ação e Reação, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o espírito André Luiz narra o caso de Ildeu e Marcela. Ele era o esposo problemático, de temperamento agressivo, facilmente seduzido pelo álcool e por outras mulheres. Marcela era esposa dedicada. O casal tinha três filhos: Roberto, Sonia e Marcia. Não raras vezes, Ildeu chegava de madrugada em sua casa, alcoolizado e exibindo sinais de aventuras sexuais. Mara, uma jovem mulher que tornara-se sua amante, não lhe saía da cabeça como sendo a mulher ideal. No outro dia tornava-se agressivo e grosseiro com sua esposa, nutrindo especial antipatia de seu filho Roberto. Com suas filhas era, no entanto, cheio de cuidados e carinhos.
Com o tempo, a situação do lar tornava-se cada vez mais complexa. Ildeu mostrava-se ainda mais irritadiço. Fascinado pela amante, passou a odiar terrivelmente sua esposa. Não amava a Roberto, o filho pequeno que o olhar o acusava sem palavras. Mas não imaginava afastar-se de suas duas filhas. Em caso de separação, certamente elas ficariam com a esposa. Foi assim que lhe surgiu na mente a ideia de assassinar Marcela. Passou a articular um plano, para que a morte da esposa fosse vista, aos olhos do mundo, como um suicídio. O filho se livraria depois. Para isso, alteraria o comportamento doméstico, especialmente com a esposa. Tornou-se mais brando, afastou-se, temporariamente do álcool, e assumiu a máscara do esposo atencioso e gentil.
Ildeu armava mentalmente o quadro criminoso. Certa noite, quando a família já estava dormindo, entrou sorrateiramente em casa com um revólver em punho. Ao chegar em seu quarto, encontrou Marcela dormindo. Diante dos quadros de oração e da conduta ilibada de Marcela, os orientadores espirituais, percebendo o fato, alertaram uma das filhas do casal que encontrava-se desdobrada espiritualmente para que retornasse ao corpo. A pequena Márcia, experimentando o terrível quadro que se configurava, volta ao corpo como quem voltasse de um grave pesadelo. Gritava para que o pai não matasse sua mãe.
Diante do alvoroço geral, Marcela acorda e percebe Ildeu com a arma na mão. A mulher incapaz de suspeitar da verdadeira intenção do marido deduz que ele está disposto a se suicidar. Ela lhe implora que não cometa tão desatinado ato, esclarecendo que sabe que ele não é feliz naquele lar e que se for de sua vontade ela lhe daria o direito de separar-se, de viver definitivamente com sua amante. Ildeu aproveita o mal-entendido da esposa para evadir-se do lar, cedendo ao princípio do prazer.
Os orientadores esclarecem a André Luiz que em outra encarnação Ildeu também era esposo de Marcela. Abandonou-a para aliciar duas jovens, com quem passou a viver. Marcela casou novamente e vivia feliz. Mas, após muitos anos, doente pela instalação de um câncer, o antigo marido retorna ao lar e percebendo sua ex-esposa casada, termina por assassinar seu marido. Na seguinte reencarnação, retornam novamente na expectativa de que Ildeu eduque sua sensibilidade e repare seus equívocos. Marcela aceita ser novamente sua esposa, o filho a quem ele não gostava era o antigo marido da esposa a quem ele assassinou, as filhas com quem tinha afinidade maior eram as jovens que foram aliciadas por ele no passado. Ildeu continuou cometendo os mesmos erros do passado.
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