quinta-feira, 30 de agosto de 2012

VALIOSAS INSTRUÇÕES DE ALLAN KARDEC




“[adeptos sinceros são] ...todos os que militam pela causa com coragem, perseverança, abnegação e desinteresse, sem segunda intenção pessoal, que buscam o triunfo da doutrina pela doutrina, e não pela satisfação de seu amor-próprio.” [Grifos meus]

Allan Kardec. O Espiritismo é uma ciência positiva. Alocução de Allan Kardec aos espíritas de Bruxelas e Antuérpia. Revista Espírita, novembro de 1864..

“Aquele que tem a intenção de organizar um grupo em boas condições deve, antes de tudo, assegurar-se do concurso de alguns adeptos sinceros, que levem a doutrina a sério e cujo caráter conciliatório e benevolente seja conhecido. [Grifos meus]

Allan Kardec – Organização do Espiritismo, item 14. Revista Espírita, dezembro de 1861.

“Como se vê, nossas instruções se dirigem exclusivamente aos grupos formados por elementos sérios e homogêneos; os que querem seguir a rota do Espiritismo moral, visando o progressode cada um, fim essencial e único da doutrina.” [Grifos meus]

Allan Kardec – Organização do Espiritismo, Revista Espírita, dezembro de 1861, item 17.

“Sem homogeneidade, não há união simpática entre os sócios, não há relações afetuosas; sem união, não há estabilidade; sem estabilidade, não há calma; sem calma, não há trabalho sério. De onde concluímos que a homogeneidade é o princípio vital de toda sociedade ou reunião espírita.” 

Allan Kardec – Sociedade Espírita, dita da caridade de Viena – Austria -
 Revista Espírita, Junho/ 1862. 

“Cultivemos, acima de tudo, as plantas férteis, que não pedem senão para germinar. Elas são bastante numerosas para ocupar todos os nossos instantes, sem consumir nossas forças contra os rochedos inamovíveis, que Deus se encarrega de abalar ou de remover quando chegar o tempo...”

Allan Kardec – A luta contra o passado e o futuroRevista Espírita, março/1863

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ESCRIVÃO




Jerri  Almeida

“Escravidão! Quando se pronuncia esse nome, o coração sente frio, porque vê à sua frente o egoísmo e o orgulho” Allan Kardec – Revista Espírita/ Fevereiro de 1862.

A escravidão fez parte das sociedades desde a mais remota Antiguidade. De acordo com as especificidades de cada povo ou sociedade, os escravos poderiam ser prisioneiros de guerras ou mesmo pessoas que, por não poderem pagar alguma dívida, eram conduzidas àquela condição. Havia, também, o fato de pais que vendiam os próprios filhos como escravos.
Na Grécia, o escravismo desenvolveu-se de forma muito significativa. Raras eram as atividades produtivas onde os escravos não eram empregados, tanto no meio urbano como no meio rural. Estima-se, por exemplo, que Aristóteles em suas pesquisas sobre as formas de alimentação e reprodução dos animais, contasse com mais de mil escravos, a sua disposição,  trazendo-lhe animais para suas experiências.
O processo escravista foi, sem dúvida, uma grande violência contra a dignidade humana, através da subjugação moral, pela força ou por qualquer outro meio de coerção servil. Evidentemente, devemos compreender esse processo de dominação no âmbito de povos embrutecidos espiritualmente, atrelados a ideia de riqueza em face da exploração violenta do semelhante.
No Mundo Antigo a instituição da escravidão era algo natural no seio das sociedades e, não raras vezes, recebia a própria legitimação das estruturas religiosas. Na Bíblia há diversas passagens sobre a questão da escravidão justificada.
Paulo, em carta aos Efésios afirma:

“Vós, servos, obedecei aos vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo.” [Efésio 6:5]

Os Efésios eram os moradores de Efeso, cidade grega no território da Lídia, no Litoral Oeste da Ásia Menor. Essa cidade era um grande centro comercial e religioso e já havia sido visitada por Paulo anteriormente em suas viagens. É curioso, no entanto, observar que Paulo destaca o “senhor segundo a carne”, justamente, para diferenciar do “Senhor” como sinônimo de Deus. Deixando claro que o servo ou escravo deveria obedecer aos seus  “donos”. Isso evidentemente, em nosso ver, não invalida o admirável trabalho de Paulo na divulgação do Cristianismo nascente, tão somente, mostra a face de um homem situado em seu tempo, sujeito ao equívocos e às influências naturais de seu meio.
Em carta aos Colossenses reafirma:

“Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus.” [Colossenses, 3:22]

Aqui temos a reprodução do Deus temeroso, punitivo e cruel que não se coaduna com o Deus de amor  e bondade ensinado por Jesus.  Um Deus que justifica a dominação do homem sobre o homem jamais fez parte dos ensinamentos do Cristo. Aqui, parece-nos que sobressai a influência do Deus apresentado por Moisés ao povo hebreu. E por falar em Moisés, vejamos o que ele nos fala sobre a escravidão:

“Escravos e escravas para vos servires, podereis adquiri-los entre os povos circunvizinhos. Poderes também comprá-los dentre os filhos dos estrangeiros, que peregrinam entre vós e dentre suas famílias, nascidos e crescidos na vossa terra, e serão vossa propriedade.” [Levítico 25:44-45]

No Êxodo, lê-se:

“Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas ao sétimo sairá forro, de graça. Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo sairá; se ele era homem casado, sairá sua mulher com ele. Se seu senhor lhe houver dado uma mulher, e ela lhe houver dado filhos ou filhas, a mulher e seus filhos serão de seu senhor, e ele sairá só com seu corpo.” [Êxodo 21:2-6]

Há uma série de outras referências na Bíblia sobre a escravidão. Sem nos alastrarmos em mais citações, desejamos refletir sobre o caráter legislativo e, portanto, humano, dessas referências.
Poderia causar estranheza para alguém, que textos bíblicos fossem coniventes com a escravidão! Ora, um exame consciencioso das passagens bíblicas  demonstra que as religiões estiveram, praticamente, sempre vinculadas ao poder político, servido como justificativa moral para  salvaguardar determinados interesses, muitas vezes, obscuros e tendenciosos.
Os textos bíblicos, impregnados da cultura hebraica, tentavam naturalizar a escravidão como uma prática comum – até porque os hebreus haviam sido escravizados no Egito – e, como bem se percebe, cristalizada no cerne daqueles povo antigos.  Na verdade, a escravidão só começou a ser vista como uma prática “vergonhosa para a humanidade” no século XVIII.
Mas a Bíblia deve ser analisada sempre à luz da razão e do bom-senso, isto é, torna-se necessário diferenciarmos o que fazia parte da cultura e do contexto histórico da época, daquilo que realmente tem valor como verdades universais.
O Antigo Testamento, por exemplo, está cheio de representações simbólicas, contradições e mesmo práticas ancestrais, já superadas para os nossos dias. Não obstante, a Doutrina Espírita retira ou resguarda a essência do Velho Testamento consubstanciada no Decálogo. Este sim, de caráter universal, mantém-se válido nos dias atuais, personificando valores divinos e permanentes como: a vida, a justiça, a honradez, o amor, o respeito...
Jesus considerou a necessidade do Amor como sentimento capaz de unir os homens e de fazê-los crescer espiritualmente. Contrapondo-se aos regimes totalitários e opressores, ensinava, entre outras coisas, que a escravidão de qualquer forma e sob qualquer pretexto, é terrível violência contra a criatura humana. O Seu Evangelho é um hino de exaltação à prática dos valores nobres  e dignificantes, como medida possível para os homens encontrarem a paz.
No final da Idade Média, todavia, a Igreja Católica aceitou e promulgou a escravidão como uma prática institucional que  considerava justa, necessária ou inevitável. As escrituras não a condenavam e esse fato facilitou aos cristãos fazerem uso dela para dominarem, principalmente, os africanos, e pô-los a serviço do enriquecimento das monarquias Ibéricas.  Com São Tomás de Aquino e as interpretações sobre o pensamento de Aristóteles, admitiu-se a escravidão como derivada de uma suposta inferioridade moral e/ou espiritual dos escravizados.
Essa postura adotada é um sofisma perigoso, justamente, por tentar justificar o erro mediante aparentes motivos “justos”, que desrespeitam a integridade moral do próprio ser humano. É o “cristão” ignorando o Cristo!
Allan Kardec, retomando a questão em O Livro dos Espíritos obtém a efusiva assertiva dos espíritos:

“È contrária à lei de Deus toda sujeição absoluta de um homem a outro homem. A escravidão é um abuso da força. Desaparece com o progresso como gradativamente desaparecerão todos os abusos.” [Questão 829]

A questão 830 da referida Obra, é bastante conclusiva diante do exposto até aqui e, portanto, dispensa maiores comentários. Vejamo-la:
“- Quando a escravidão faz parte dos costumes de um povo, são censuráveis os que dela aproveitam, embora só o façam conformando-se com um uso que lhes parece natural?
R. O mal é sempre o mal e não há sofisma que faça se torne boa uma ação má. A responsabilidade, porém, do mal é relativa aos meios de que o homem disponha para compreendê-lo. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é sempre culpado de violação da lei da Natureza. Mas, aí, como em tudo, a culpabilidade é relativa. Tendo-se a escravidão introduzido nos costumes de certos povos, possível se tornou que, de boa-fé, o homem se aproveitasse dela como de uma coisa que lhe parecia natural. Entretanto, desde que, mais desenvolvida e, sobretudo, esclarecida pelas luzes do Cristianismo, sua razão lhe mostrou que o escravo era um seu igual perante Deus, nenhuma desculpa mais ele tem.”

Com esse breve artigo, pretendemos alertar para a necessidade de uma leitura racional e contextualizada das passagens bíblicas, no sentido de percebemos a essência dos ensinamentos morais, muitas vezes, em contraposição com as próprias práticas cristalizadas da época. Jesus, é bom lembrar, jamais se contradisse, o que fê-lo, evidentemente, um homem incomparável, jamais compactuando com a injustiça e a exploração humana.

Referências Bibliográficas

PINSKY, Jaime. História da América Através de Textos. 5ª ed. São Paulo: Contexto,1994.
MELO, Mário Cavalcante de. Da Bíblia aos Nossos Dias. Curitiba: Livraria da Federação Espírita do Paraná, 1954.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 68º ed. Brasília: FEB, 1987.
A BIBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. 26ª impressão, Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1972.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

TANATOS


Jerri Almeida

Os Gregos buscaram, inicialmente, explicar ou representar a realidade através do mito. Aproximadamente entre os séculos XII e IX a.C.,  o pensamento grego encontro na faculdade mitogênica os modelos explicativos para a vida e a morte. O que desafiava o homem a produzir os mitos? O mistério. Nesse sentido se estrutura uma visão de mundo dualista, onde o físico se explica pelo transcendente e a busca pelo significado das coisas se processa pela imaginação.
Os mitos foram, sem dúvida, os modelos explicativos possíveis ao longo de diversas culturas e civilizações. Entretanto, não podemos vê-los como simples fantasias ou delírios da imaginação, pelo contrário, neles vemos toda uma forma de explicação simbólica da vida que, atualmente, encontra valiosos instrumentos interpretativos, por parte das ciências psicológicas.
Na mitologia grega, Tanatos é o deus da morte, filho de Érebo e da Noite que o criou sozinha, gêmeo de Hipnos, deus do sono. Daí a relação estreita entre a morte e o sono/o morrer e o dormir. Tanatos era representado como um homem alado, portando uma tocha apagada. Evidentemente não deveria ser um deus muito apreciado, provavelmente,  vivia na solidão, rejeitado pelos seres humanos em seu intento infame.
A filosofia grega tem seu nascimento entre os séculos VII e VI a C. não significou, contudo, uma ruptura total com o pensamento mítico, mas pode-se dizer que houve um amadurecimento na forma do pensar. O discurso filosófico busca um saber racional, construído em boa argumentação. 
Com Pitágoras (570-496 a.C.) a morte é vista como a libertação da alma que, encerrada no corpo, cumpre um processo de aperfeiçoamento através de várias migrações em busca de uma vivência ética perfeita. Pitágoras e os pitagóricos contribuíram para o surgimento do conceito de imortalidade da alma individual e da transmigração desta, de um corpo para outro. 
 As filosofias dualistas (orfismo, pitagóricos, platonismo, Socráticos...) consideravam, de forma geral, a morte não como o fim da vida do ser, mas o término de um ciclo existencial onde o físico somente se explica pelo extrafísico, supra-sensível, transcendente.
O culto aos mortos entre os romanos  foi, provavelmente, uma herança deixada pelos etruscos e antecedeu a adoração aos deuses.  Segundo Ferreira: “A tradição antiga de manter permanentemente acesso o fogo sagrado nos lares, em homenagem aos ancestrais, nasceu juntamente com a cidade e significava uma expressão do culto aos mortos.” [1] 
Os primeiros romanos praticavam o ato de sepultar e homenagear com alimentos e bebidas os seus mortos.  Os cemitérios romanos eram construído ao longo das estradas como uma forma de afastar os mortos do convívio das cidades [2].  Entre os romanos as ideias de castigos ou recompensas após a morte praticamente não existia. A prática de adoração dos mortos, entretanto, consubstanciava uma importante forma de compensação as pessoas que haviam “deixado a vida”.
Ao contrário dos gregos, os Romanos parecem não ter demonstrado grande preocupação com a ideia da imortalidade da alma e a vida no além. Entendia-se, mesmo, que a morte seria um “repouso” após uma longa viagem [3]. O problema da vida após a morte, por certo, começa a ser divulgada entre os romanos antigos, através das várias concepções religiosas vindas, principalmente, da Grécia, da Pérsia e da Palestina, em virtude das conquistas territoriais realizadas pelos exércitos romanos. Com o Edito de Milão em 313, o imperador Constantino[4] reconhece o Cristianismo como religião (ainda não oficial) e libera sua crença no Império. Daí em diante, as ideias cristãs sobre a vida futura ganharam, cada vez mais, adeptos entre os romanos.

Notas

[1] FERREIRA, Olavo Leonel. Visita à Roma Antiga. São Paulo, Moderna, 1997, P. 60
[2] ARIÉS, Philippe e DUBY, Georges. História da Vida Privada: Do Império Romano ao ano mil.  Vol. 1. São Paulo, Cia das Letras, 1997. P. 486.
[3] Idem. P. 210-211.
[4] MACEDO, José Rivair. Religiosidade e Messianismo da Idade Média. 1ª ed. São Paulo, Moderna. Cap. 1.

sábado, 11 de agosto de 2012

O CASO ILDEU E MARCELA



No livro Ação e Reação, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o espírito André Luiz narra o caso de Ildeu e Marcela. Ele era o esposo problemático, de temperamento agressivo, facilmente seduzido pelo álcool e por outras mulheres. Marcela era esposa dedicada. O casal tinha três filhos: Roberto, Sonia e Marcia. Não raras vezes, Ildeu chegava de madrugada em sua casa, alcoolizado e exibindo sinais de aventuras sexuais. Mara, uma jovem mulher que tornara-se sua amante, não lhe saía da cabeça como sendo a mulher ideal.  No outro dia tornava-se agressivo e grosseiro com sua esposa, nutrindo especial antipatia de seu filho Roberto. Com suas filhas era, no entanto, cheio de cuidados e carinhos.
Com o tempo, a situação do lar tornava-se cada vez mais complexa. Ildeu mostrava-se ainda mais irritadiço. Fascinado pela amante, passou a odiar terrivelmente sua esposa. Não amava a Roberto, o filho pequeno que o olhar o acusava sem palavras. Mas não imaginava afastar-se de suas duas filhas. Em caso de separação, certamente elas ficariam com a esposa. Foi assim que lhe surgiu na mente a ideia de assassinar Marcela. Passou a articular um plano, para que a morte da esposa fosse vista, aos olhos do mundo, como um suicídio. O filho se livraria depois. Para isso, alteraria o comportamento doméstico, especialmente com a esposa. Tornou-se mais brando, afastou-se, temporariamente do álcool, e assumiu a máscara do esposo atencioso e gentil.
Ildeu armava mentalmente o quadro criminoso. Certa noite, quando a família já estava dormindo, entrou sorrateiramente em casa com um revólver em punho. Ao chegar em seu quarto, encontrou Marcela dormindo. Diante dos quadros de oração e da conduta ilibada de Marcela, os orientadores espirituais, percebendo o fato, alertaram uma das filhas do casal que encontrava-se desdobrada espiritualmente para que retornasse ao corpo. A pequena Márcia, experimentando o terrível quadro que se configurava, volta ao corpo como quem voltasse de um grave pesadelo. Gritava para que o pai não matasse sua mãe.
Diante do alvoroço geral, Marcela acorda e percebe Ildeu com a arma na mão. A mulher incapaz de suspeitar da verdadeira intenção do marido deduz que ele está disposto a se suicidar. Ela lhe implora que não cometa tão desatinado ato, esclarecendo que sabe que ele não é feliz naquele lar e que se for de sua vontade ela lhe daria o direito de separar-se, de viver definitivamente com sua amante. Ildeu aproveita o mal-entendido da esposa para evadir-se do lar, cedendo ao princípio do prazer.
Os orientadores esclarecem a André Luiz que em outra encarnação Ildeu também era esposo de Marcela. Abandonou-a para aliciar duas jovens, com quem passou a viver. Marcela casou novamente e vivia feliz. Mas, após muitos anos, doente pela instalação de um câncer, o antigo marido retorna ao lar e percebendo sua ex-esposa casada, termina por assassinar seu marido. Na seguinte reencarnação, retornam novamente na expectativa de que Ildeu eduque sua sensibilidade e repare seus equívocos. Marcela aceita ser novamente sua esposa, o filho a quem ele não gostava era o antigo marido da esposa a quem ele assassinou, as filhas com quem tinha afinidade maior eram as jovens que foram aliciadas por ele no passado.  Ildeu continuou cometendo os mesmos erros do passado.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

A MORTE E SEUS MISTÉRIOS



 Ernesto Bozzano
(Parte 21)
Damos sequência nesta edição ao estudo do livro A Morte e os seus Mistérios, de Ernesto Bozzano, conforme tradução de Francisco Klörs Werneck.
Questões preliminares
A. Há relatos de Espíritos confirmando a experiência da “visão panorâmica”? 
Sim. Esses relatos é que compõem a 3ª categoria dos casos examinados neste livro, embora, segundo Bozzano, não apresentem eles valor científico dada a impossibilidade de verificar, diretamente, as afirmações das personalidades mediúnicas. (A Morte e os seus Mistérios. Casos de "visão panorâmica". 3ª categoria.)
B. Existe, mesmo assim, algum valor nas comunicações mencionadas?
Como as sessões, em que foram obtidas, tiveram lugar em épocas diferentes e continentes diversos e, não raramente, na presença de pessoas que ignoravam a existência deste gênero de fenômenos, este concurso de circunstâncias, indiretamente, reveste de certo valor as comunicações assim feitas. Ademais, se grande número de personalidades sonambúlicas, comunicando-se mediunicamente, em momentos diferentes, em continentes diversos e na presença de pessoas que ignoram a existência de determinada categoria de fenômenos, relatam a ocorrência desses fenômenos, somos logicamente levados a admitir que eles não podem ser explicados de outra maneira senão reconhecendo sua origem francamente espírita. (Obra citada. Casos de "visão panorâmica". 3ª categoria.)
C. Que sensações uma pessoa experimenta durante a crise da morte?
Elas variam conforme os indivíduos. Segundo Jim Nolan, morto na guerra de secessão norte-americana, a sensação é a mesma que se experimenta quando o sono se apodera da gente, deixando, porém, que se possa lembrar de alguma ideia que tenha tido antes do sono. Um pouco antes da crise fatal, a mente de Jim Nolan tornou-se, porém, muito ativa e ele lembrou-se subitamente de todos os acontecimentos de sua vida. Viu e ouviu tudo que fizera, dissera, pensara, todas as coisas a que estivera associado. Recordou-se até dos jogos e brincadeiras do acampamento militar, e gozou-os como quando participou deles. (Obra citada. Casos de "visão panorâmica". 3ª Categoria: Caso XV.)
Texto para leitura 
325. A 3ª categoria dos casos examinados neste livro compõe-se de relatos feitos por Espíritos que afirmam ter passado pela experiência da "visão panorâmica". Segundo Bozzano, tais casos não apresentam valor científico dada a impossibilidade de verificar, diretamente, as afirmações das personalidades mediúnicas. Contudo, semelhantes afirmações são dignas de ser aqui mencionadas, de modo complementar, ao estudo do tema proposto, porque em todos os episódios, a seguir narrados, dá-se esta circunstância: as personalidades mediúnicas comunicantes fazem menção espontânea da experiência da "visão panorâmica" pela qual passaram na crise da morte e nunca a pedido dos experimentadores.
326. Como as sessões, em que foram obtidas essas informações, tiveram lugar em épocas diferentes e continentes diversos e, não raramente, na presença de pessoas que ignoravam a existência deste gênero de fenômenos, este concurso de circunstâncias, indiretamente, reveste de certo valor as comunicações assim feitas. Ademais, se grande número de personalidades sonambúlicas, comunicando-se mediunicamente, em momentos diferentes, em continentes diversos e na presença de pessoas que ignoram a existência de determinada categoria de fenômenos, relatam a ocorrência desses fenômenos, somos logicamente levados a admitir que eles não podem ser explicados de outra maneira senão reconhecendo a sua origem francamente espírita.
327. Caso XIII - O seguinte episódio é devido à mediunidade de eminente precursor do movimento espírita: o juiz Edmonds, de New York. Pouco antes havia ele perdido um dos seus mais caros amigos, o juiz Peckham, da Corte de Apelação da mesma cidade, o qual morrera, tragicamente, com a esposa, num acidente de colisão entre dois vapores. Numa experiência pessoal de escrita automática, manifestou-se o falecido amigo, fornecendo-lhe excelentes provas de sua própria identidade e narrando a visão de sua morte, assim como sua presente vida espiritual.
328. De sua comunicação, destaca-se o seguinte: "Se eu tivesse podido escolher o modo de separar-me de meu invólucro corporal, certamente que não teria preferido o que me levou a desencarnar. Todavia, isso agora já não me interessa, depois do instante em que, bruscamente, me achei transportado a ambiente tão belo e tão extraordinariamente variado... No momento da morte, revi, integralmente, toda a minha existência terrena. Todas as ações, todas as cenas, todos os incidentes da vida se desenrolaram diante de meus olhos, tão vivamente expressos como se tivessem sido gravados na minha mente em fórmulas luminosas. Nem um só de meus amigos foi esquecido. No instante em que mergulhei no mar, com minha esposa nos braços, apareceram-me meu pai e minha mãe, e foi esta que nos tirou da água com um facilidade cuja natureza só agora compreendo."
329. Era a primeira vez que o juiz Edmonds ouvia falar de "visão panorâmica" e, quando a sua mão traçou essa comunicação, ele se achava sozinho. É, pois, evidente que, com a hipótese das personalidades subconscientes, não se consegue explicar semelhante alusão espontânea feita a um fenômeno real, mas ignorado pelo médium. Fica, assim, confirmado o que fora observado acima, isto é, que os fenômenos deste gênero só podem ser explicados pela aceitação de sua origem espírita.
330. Caso XIV - Este caso figura no livro da Sra. De Morgan intitulado From Matter to Spirit. A personalidade mediúnica do Dr. Horace Abraham Ackley descreve, nestes termos, sua própria experiência de separação entre o Espírito e o corpo somático: "Eu sentia que me soltava gradualmente de meu corpo, mas, achando-me em estado de consciência pouco lúcida, parecia sonhar. Experimentava a sensação de estar minha personalidade em duas partes que, entretanto, pareciam associadas por um laço indissolvível. Quando o organismo corporal deixou de funcionar, meu Espírito pôde libertar-se completamente e então me pareceu que as partes separadas de minha personalidade se recompunham em uma só. Simultaneamente senti-me levantado acima de meu cadáver, à pequena distância dele, de onde via distintamente as pessoas que rodeavam meu corpo. Não poderia dizer por qual poder consegui erguer-me e a tornar-me livre no ar. Depois desse acontecimento, suponho ter passado um período bem longo em estado de inconsciência (o que, aliás, acontece frequentemente, se bem que tal não acontece em todos os casos), deduzindo-o do fato de que, quando tornei a ver meu cadáver, achava-se ele em adiantado estado de putrefação. Logo que voltei a mim, todos os acontecimentos de minha vida desfilaram diante de meus olhos como num panorama; eram visões vivas, muito reais, em dimensões naturais, como se o meu passado tivesse se tornado presente. Foi efetivamente todo o meu passado que revi, inclusive o último episódio de minha desencarnação. A visão desfilou diante de mim com tal rapidez que quase não tive tempo de refletir, achando-me como que arrebatado por um turbilhão de emoções e, a seguir, desapareceu com a mesma rapidez com que se mostrava. As meditações sobre o passado e o futuro suscitaram em mim vivo interesse por minha condição atual.”
331. Prossegue o relato do Dr. Ackley (Espírito): “Já ouvira os espíritas dizerem que os Espíritos desencarnados eram acolhidos no mundo espiritual por seus parentes ou por seus Espíritos-guias. Não percebendo ninguém perto de mim, concluí que os espíritas estavam enganados, mas, apenas este pensamento me atravessou a mente, vi dois Espíritos que me eram desconhecidos e para os quais me sentia atraído por um sentimento de afinidade. Soube que haviam sido homens muito instruídos e inteligentes, mas que, como eu, não haviam pensado em desenvolver em si próprios os elevados princípios da espiritualidade. Chamaram-me pelo nome, embora não o tivesse eu pronunciado, e me acolheram com uma familiaridade tão benévola que me senti agradavelmente reconfortado. Deixei em companhia deles o meio em que desencarnara e que me conservara até aquele instante. Pareceu-me nebulosa a paisagem que atravessei, mas, dentro daquela meia obscuridade, fui conduzido a um lugar onde vi reunidos numerosos Espíritos, entre os quais muitos que eu conhecera na Terra e que já haviam morrido há algum tempo."
332. Do ponto de vista em apreço, o Espírito comunicante afirma ter passado pela prova da "visão panorâmica" de seu passado, prova que, neste caso, em lugar de se desenrolar espontaneamente, em consequência de uma superexcitação sui generis das faculdades mnemônicas (superexcitação produzida pela crise da agonia, ao que dizem os psicólogos), parecia antes provocada pelos "guias" espirituais com o propósito de predispor o Espírito recém-chegado a uma espécie de "exame de consciência".
333. Caso XV – Este caso foi extraído do livro do Dr. Wolfe Startling intitulado Facts in modern spiritualism (Maravilhosos fatos do neo-espiritualismo). Jim Nolan, o Espírito-guia da célebre médium Sra. Hollis - Espírito que afirmou e demonstrou ter sido soldado na guerra de secessão norte-americana e haver morrido de tifo num hospital militar - assim respondeu às seguintes perguntas formuladas por um dos experimentadores:
P. - Que impressão tiveste de tua primeira entrada no mundo espiritual?
R. - Parecia-me que despertava de um sono, com um pouco de atordoamento a mais. Já não me sentia enfermo e isso me espantava grandemente. Tinha vaga suspeita de que algo de estranho se passara, mas não sabia definir de que se tratava. Meu corpo estava estendido no leito de campanha e eu o via bem. Dizia para comigo mesmo: "Que estranho fenômeno!" Olhei ao derredor e vi três camaradas meus, mortos nas trincheiras diante de Viksburg e que eu mesmo enterrara. Entretanto, ali estavam na minha presença. Olhavam-me, a sorrir. Então, um dos três me saudou, dizendo:
- Bom-dia, Jim; também és um dos nossos.
- Sou dos "nossos"? Que queres dizer?
- Mas... que te encontras aqui, conosco, no mundo dos Espíritos. Não te apercebes disto? É um meio onde se está bem.
Estas palavras eram muito fortes para mim. Fui presa de violenta emoção e exclamei: "Meu Deus! Que dizes? Estou morto?" - "Não, estás mais vivo do que nunca, porém te encontras no mundo dos Espíritos. Para ficares convencido, não tens mais do que olhar para teu corpo." Com efeito, meu corpo jazia inerte, diante de mim, sobre uma tarimba. Como, pois, contestar o fato? Pouco depois chegaram dois homens que puseram meu cadáver em cima de uma prancha e o transportaram para perto de outro carro, em que o meteram, subiram à boleia e partiram. Acompanhei então o carro, que parou à borda de um fosso, onde meu cadáver foi arriado e sepultado. Fora eu o único assistente de meu próprio enterro...
P. - Quais as sensações que experimentaste na crise da morte?
R. – A que se experimenta quando o sono se apodera da gente, mas deixando ainda que se possa lembrar de alguma ideia que tenha tido antes do sono. É o que se dá por ocasião da morte. Mas, um pouco antes da crise fatal, minha mente se tornara muito ativa; lembrei-me subitamente de todos os acontecimentos de minha vida; vi e ouvi tudo que fizera, dissera, pensara, todas as coisas a que estivera associado. Recordei-me até dos jogos e brincadeiras do acampamento militar; gozei-os como quando participei deles."
334. No que diz respeito ao caso e querendo argumentar o modo pelo qual se exprime a entidade comunicante, pode-se dizer que, para ela, a recapitulação da morte se desenvolveu, antes, sob a forma de uma "síntese de recordações" do que sob a forma de uma "visão panorâmica", diferença que, naturalmente, não modifica os termos do problema a resolver e que demonstraria apenas que a entidade comunicante, na vida terrena, não pertencia ao que, em linguagem psicológica, é qualificado de "tipo visual", mas de preferência ao "tipo auditivo-mental".

domingo, 5 de agosto de 2012

CHICO XAVIER VENCE CONFRONTO COM IRMÃ DULCE E VAI PARA A SEMIFINAL


Na noite desta quarta-feira, 1º de agosto,Carlos Nascimento comandou o primeiro confronto desta fase de O Maior Brasileiro de Todos os Tempos. De um lado, Chico Xavier, representado no palco por Saulo Gomes, do outro Irmã Dulce, defendida porPadre Antônio Maria.

Após uma semana de votação aberta pela internet e via SMS, Chico Xavier venceu com 50,5% dos votos o confronto e se tornou o primeiro semifinalista para o posto de Maior Brasileiro de Todos os Tempos.

CONHEÇA A TRAJETÓRIA DE CHICO XAVIER


Uma farsa para uns, um santo para outros. Mesmo 10 anos depois de sua morte, a imagem de Chico Xavier não caiu no esquecimento popular. Pelo contrário, tornou-se a maior referência do espiritismo no Brasil.

Graças a ele, o Brasil é hoje uma das maiores potências da doutrina espírita do mundo. Sua vasta coleção literária colaborou para essa divulgação em massa, superando inclusive barreiras entre outras religiões.

Repassando os direitos dos livros para suas obras sociais, Chico Xavier exerceu a solidariedade pensando no futuro, ajudando até hoje muitas famílias brasileiras. Esta escola é um fruto deste belo trabalho desenvolvido pelo médium aqui em São Paulo.

Seu trabalho no espiritismo levou conforto e esperança para milhares de pessoas, até mesmo para quem nunca chegou perto do médium.

Chico Xavier nos trouxe mensagens de amor e fé que serão eternizadas graças as suas obras. Lições que permanecerão na mente dos brasileiros por muito tempo.


LINHA DO TEMPO



Chico Xavier chegou ao mundo trazendo uma mensagem de luz e paz. Em terra firme, na cidade mineira de Pedro Leopoldo nasceu um homem que fez a ponte entre vivos e mortos. Um ser iluminado: Chico Xavier.

Aos 5 anos, ficou órfão de mãe e passou a morar com a madrinha. Porém, seu contato maternal continuou através de conversas espirituais.

Com 8 anos, Chico começou a trabalhar em uma fábrica de tecidos, dividindo o tempo com os estudos. Mesmo vivendo com uma família que seguia tradições católicas, foi no espiritismo que encontrou a cura de uma doença da irmã, até então desenganada pelos médicos.

A partir deste momento, Chico Xavier quis saber mais sobre o kardecismo. Em 1927, ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, onde fez suas primeiras psicografias. Era o início de uma nova etapa em sua vida: o Chico médium.

Em 1931, ele conheceu seu mentor espiritual, Emmanuel.  No ano seguinte, publicou seu primeiro livro: “Parnaso de Além-Túmulo”.

Em 1944, Chico lançou uma de suas obras mais populares: Nosso Lar. O livro é um dos campeões de vendas até hoje. Neste ano, suas publicações chegaram aos tribunais. Chico foi acusado de roubo pelos familiares do famoso escritor Humberto de Campos, que já havia desencarnado. Eles queriam parte dos direitos autorais da obra psicografada. Porém, a justiça deu causa ganha ao médium mineiro.

Em 1959, seguindo as orientações de seus benfeitores espirituais, Chico mudou-se para Uberaba. O número de fieis e seguidores não parava de subir.

Em 1965, viajou para os Estados Unidos para divulgar o espiritismo. Em 1971, Chico Xavier foi sabatinado por quase três horas, ao vivo, no programa Pinga-Fogo, da extinta TV Tupi. Respondendo perguntas de jornalistas e de curiosos sobre o espiritismo, gerou uma repercussão nacional extraordinária.


Em 1979, pela primeira vez, as cartas de Chico viraram provas num processo criminal. O morto declarou, através da psicografia, que tudo não passou de um acidente. As cartas recebidas foram reconhecidas pela família do jovem e aceitas pelo juiz. Graças às mensagens que o médium recebeu da vítima, o réu foi inocentado. Um caso inédito.

Em 1981, 10 milhões de pessoas indicaram Chico Xavier como o representante brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz. Mas, ele não saiu vitorioso.

No ano de 1995, sua saúde ficou ainda mais debilitada. Mesmo assim, seu trabalho ao lado do mentor Emmanuel não parou.

Chico Xavier dizia a familiares e amigos que havia pedido a Deus para fazer sua passagem no dia em que os brasileiros estivessem bem felizes.

* Fotos: Reprodução/SBT



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ESPIRITISMO OU DOUTRINA ESPÍRITA


O que é Espiritismo?

• É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

• É o Consolador prometido, que veio, no devido tempo, recordar e complementar o que Jesus ensinou, "restabelecendo todas as coisas no seu verdadeiro sentido", trazendo, assim, à Humanidade as bases reais para sua espiritualização.


O que revela?
• Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.

• Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da existência terrena e qual a razão da dor e do sofrimento.
Qual a sua abrangência?

• Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos.

• Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.


O que o Espiritismo ensina?

Pontos fundamentais:

• Deus é a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

• O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

• Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados (Homens), existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

• No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

• Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

• O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.

• Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

• Os Espíritos são criados simples e ignorantes, evoluem intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

• Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

• Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

• Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso, intelectual e moral, depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.

• Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

• As relações dos Espíritos com os homens são constantes, e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos impelem para o mal.

• Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

• A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela humanidade.

• O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.

• A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

• A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural, e é o resultado de um sentimento inato do homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.

• A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.


Prática Espírita

• Toda a prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: "Dai de graça o que de graça recebestes".

• A prática espírita é realizada sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.

• O Espiritismo não tem corpo sacerdotal e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: paramentos, bebidas alcoólicas, incenso, fumo, altares, imagens, andores, velas, procissões, talismãs, amuletos, sacramentos, concessões de indulgência, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios, rituais, ou quaisquer outras formas de culto exterior.

• O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeter os seus ensinos ao crivo da razão antes de aceitá-los.

• A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é um dom que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da diretriz doutrinária de vida que adote.

• Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.

• O Espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem, trabalha pela confraternização entre todos os homens independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença ou nível cultural e social, e reconhece que "o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza".


"Nascer, morrer, renascer, ainda,
e progredir sempre, tal é a lei."
"Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade".
"Fora da caridade não há salvação".


O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental para o correto conhecimento da Doutrina Espírita
 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O "ENTREVIDAS"

Com o crescente aumento de pessoas que buscam o espiritismo, é natural a disseminação dos conteúdos envolvendo a realidade humana em sua dimensão de espírito imortal e pluriexistencial. Da mesma forma, as valiosas elucidações espíritas sobre os conflitos existenciais e pessoais, tem oferecido estímulos a uma releitura da vida em seus múltiplos aspectos. Queremos afirmar, portanto, que o espiritismo tem contribuído de forma muito profícua para acelerar debates e investigações no mundo científico convencional. No final de outubro (2003) cientistas e religiosos se reuniram em Brasília em um congresso promovido pela LBV, para discutir a Morte e a Vida após Ela. Em congresso realizado na Holanda em junho de 2003, reuniram-se 230 representantes de associações e institutos de terapia regressiva, de várias partes do mundo. A psicóloga americana Linda Bacman que propôs o tema central desse congresso, dedica-se a pesquisar, através da terapia regressiva, o entrevidas, ou a vivência espiritual de seus pacientes no intervalo em que estiveram entre uma reencarnação e outra. Já a terapeuta carioca Célia Resende, assevera que a vida e a morte, tanto quanto o entrevidas, fazem parte de uma consciência global: “A vida atual, as passadas e o entrevidas são apenas etapas de experiências da consciência, alma ou espírito.” Segundo o relato de seus pacientes, no entrevidas: “há locais de natureza exuberante e prédios com equipamentos médicos e de comunicação altamente sofisticados. (...) As cidades espirituais possuem estações de transição e hospitais para acolhimento dos que chegam, situadas sobre diversas regiões do planeta”, assevera. A revista destaca ainda que: “A descrição do entrevidas mostra que também, e principalmente, as decisões de aperfeiçoar as relações conflituosas são tomadas nesse período.” Conforme a psiquiatra paulista Maria Teodora Ribeiro, com pós-graduação em análise transacional pela Universidade de Berkeley (EUA), “é comum os pacientes se verem programando a próxima volta à Terra. Aí a pessoa entende por que pediu para voltar naquele contexto.” Segundo os vários relatos apresentados na reportagem, destacamos o de Nicole Lerch, 45 anos, criada no protestantismo. “Ela sofria de uma tendinite crônica que a impedia de tocar violino. Em 1997, se mudou para o Rio de Janeiro, entrou na Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mas passou um ano sem trabalhar e só se livrou da tendinite com a terapia (regressiva). Ela se viu como um lenhador que teve o braço esquerdo amputado depois de um grave ferimento.” Vivenciando um desdobramento espiritual, “...encontrei Ivan, um grande amigo daquela vida. Ele me mostrou que meu braço estava inteiro. Eu tinha sido atingida apenas no físico e não no espírito.” Estamos, inexoravelmente, diante de um “desvelar” da realidade espiritual do homem. Allan Kardec, no Capitulo 1 de A Gênese, se reporta ao caráter da revelação espírita, asseverando que: “Toda revelação desmentida por fatos deixa de o ser...”. O que observamos, no entanto, é que a revelação espírita, ao contrário de ser “desmentida” está, cada vez mais, sendo comprovada. Na verdade, o caráter de universalidade dos ensinos espíritas tornar-se-ão conhecidos como princípios ou leis absolutamente naturais e, portanto, integrados ao contexto da vida. As demais áreas do conhecimento humano, integradas num todo harmônico, marcharam para o entendimento da universo humano numa dimensão multidimensional e multidisciplinar. É, ainda, Kardec que nos adverte: “O Espiritismo, dando-nos a conhecer o mundo invisível que nos cerca e no meio do qual vivíamos sem o suspeitarmos, assim como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte, é uma verdadeira revelação, na acepção científica da palavra.” Será, pelo que tudo indica, no contexto desse século XXI, que a ciência acadêmica ortodoxa/conservadora se verá diante das evidências plausíveis do espírito e da reencarnação. Vale destacarmos a posição do professor Waldyr Rodrigues, professor da Unicamp, matemático e doutor em física pela Universidade de Torino, na Itália, entrevistado por Isto é: “O professor lembra, no entanto, que as verdades científicas são às vezes efêmeras – o que é absolutamente certo hoje pode deixar de ser amanhã. Muitas teorias são aceitas sem uma rigorosa avaliação só por virem de profissionais de prestígio. ‘Ouvimos recentemente a tese de que o universo seria finito e teria a forma de dodecaedro. A topologia do universo é também uma coisa que não se pode provar, apenas deduzir. Por isso, erra quem diz que só acredita no que a ciência pode mostrar’.” Portanto, a posição defendida por alguns de que o espírito e a reencarnação não seriam verdades pelo fato da “ciência não poder mostrar”, cai por terra. Conforme o professor Waldyr se refere, há muitas teorias ou verdades científicas que são meras deduções e são aceitas nos meios acadêmicos. O que nos faz pensar que, em verdade, o que existe é, ainda, uma postura de preconceito por parte de alguns “cientistas” com relação ao objeto investigativo do Espírito. (A revista “Isto é” de 12 de novembro de 2003 (n º1780) traz em sua reportagem de capa o tema: “Além da vida” – pacientes de terapia de vivências passadas contam suas experiências no período “entrevidas”, entre uma reencarnação e outra.)