quinta-feira, 31 de maio de 2012


COISAS TERRÍVEIS E INGÊNUAS FIGURAM NOS LIVROS BÍBLICOS

      A palavra de Deus não está na Bíblia, mas na natureza, traduzida em suas leis. A Bíblia é simplesmente uma coletânea de livros hebraicos, que nos dão um panorama histórico do judaísmo primitivo. Os cinco livros iniciais da Bíblia, que constituem o Pentateuco mosaico, referem-se à formação e organização do povo judeu, após a libertação do Egito e a conquista da Canaã. Atribuídos a Moisés, esses livros não foram escritos por ele, pois relatam, inclusive, a sua própria morte.
     
    As pesquisas históricas revelam que os livros da Bíblia têm origem na literatura oral do povo judeu. Só depois do exílio na Babilônia foi que Esdras conseguiu reunir e compilar os livros orais (guardados na memória) e proclamá-los em praça pública como a lei do judaísmo, ditada por Deus.
      
     Os relatos históricos da Bíblia são ao mesmo tempo ingênuos e terríveis. Leia o estudante, por exemplo, o Deuteronômio, especialmente os capítulos 23 e 28 desse livro, e veja se Deus podia ditar aquelas regras de higiene simplórias, aquelas impiedosas leis de guerra total, aquelas maldições horríveis contra os que não crêem na sua "palavra". Essas maldições, até hoje, apavoram as criaturas simples que têm medo de duvidar da Bíblia. Muitos espertalhões se servem disso e do prestígio da Bíblia com "palavra de Deus", para arregimentar e tosquiar gostosamente vastos rebanhos.
     
     As leis morais da Bíblia podem ser resumidas nos Dez Mandamentos. Mas esses mandamentos nada tem de transcendentes. São regras normais de vida para um povo de pastores e agricultores, com pormenores que fazem rir o homem de hoje. Por isso, os mandamentos são hoje apresentados em resumo. O Espírito que ditou essas leis a Moisés, no Sinai, era o guia espiritual da família de Abrão, Isaac e Jacob, mais tarde transformado no Deus de Israel. Desempenhando uma elevada missão, esse Espírito preparava o povo judeu para o monoteísmo, a crença num só Deus, pois os deuses da antiguidade eram mitos.
      
     O Espiritismo reconhece a ação de Deus na Bíblia, mas não pode admiti-la como a "palavra de Deus". Na verdade, como ensinou o apóstolo Paulo, foram os mensageiros de Deus, os Espíritos, que guiaram o povo de Ismael, através dos médiuns, então chamados profetas. O próprio Moisés era um médium, em constante ligação com Iavé ou Jeová, o deus bíblico, violento e irascível, tão diferente do deus-pai do Evangelho. Devemos respeitar a Bíblia no seu exato valor, mas nunca fazer dela um mito, um novo bezerro de ouro. Deus não ditou nem dita livros aos homens.

(José Herculano Pires - do Livro Visão Espírita da Bíblia)

sábado, 26 de maio de 2012

CARAVANA DA FRATERNIDADE REGIONAL FASE 4

Na noite deste dia 25 de maio de 2012, na Casa Espírita Chico Xavier, estiveram reunidos os trabalhadores do Movimento Espírita de Dom Pedrito, na Caravana da Fraternidade Regional em sua penúltima fase, restando agora somente a cidade de Livramento para ser visitada. 


A Direção Executiva do Conselho Regional Espírita da 6ª Região Federativa, ficou muitíssimo feliz com a presença massiva dos irmãos trabalhadores e direções das Casas Espíritas de nossa cidade, as fotos mostram, apenas uma parte dos presentes no início dos trabalhos, o público multiplicou-se logo após o registro das fotos.
São respostas como essas que nos deixam realizados e nos dão forças para continuarmos o trabalho que verte nos Planos Superiores da Vida, para que nós possamos desenvolver as atividades que nos dizem respeito, intermediando, desenvolvendo, o trabalho que fará com que o Movimento Espírita de nossa Região se faça mais forte.
Nosso agradecimento a todos que conosco estiveram nessa noite de júbilo para todos nós, valeu Dom Pedrito. Jesus nos abençõe.

sexta-feira, 25 de maio de 2012


MUTAÇÕES: A Condição Humana


A aspiração por uma sociedade mais justa e feliz, esteve presente em vários momentos, na história do pensamento ocidental. O humanista inglês, Thomas More, ao escrever seu livro A Utopia, no século XVI, imaginou uma ilha aonde seus habitantes viviam felizes, num sistema social justo e sábio, retomando a ideia da república em Platão. Condorcet, no final do século XVIII, havia escrito nas páginas de seu Tableau, dez etapas para o avanço triunfal da humanidade, rumo à ciência, à sabedoria e à felicidade.  Mais tarde, Victor Hugo, em sua magistral obra: Os Miseráveis, de 1862, escreveu: “Cidadãos, o século XIX é grandioso, mas o século XX será feliz [...]. Não se terá mais a temer a fome e a exploração, [...] a miséria, as batalhas e todas as rapinagens do acaso na floresta dos acontecimentos. Poder-se-ia quase dizer: não haverá mais acontecimentos. Seremos felizes.[...]”. Havia um imaginário, um otimismo literário no tocante aos avanços e promessas de um mundo melhor, trazido pelo desenvolvimento científico.
Atravessamos os portais da história e chegamos ao século XXI, triunfantes na inteligência mas, vivendo os inúmeros dilemas e mutações de um mundo que aspira renovação. O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, afirmou que a maneira como a sociedade atual molda seus membros é ditada, acima de tudo, pelo dever de consumir, associado a uma cultura que preconiza o individualismo. Bauman considerou que há uma ressonância natural entre o estímulo para se viver o “agora”, ocasionada pela tecnologia compressora do tempo, e a lógica da economia orientada para o consumidor.[1]
Continuadamente exposto a novas tentações, num estado de constante excitação, o ser humano da sociedade pós-globalizada, vive sua constante insatisfação. Vivem-se ávidos por novas atrações e sensações e, logo que estas são satisfeitas, outras necessidades surgem sedutoras, convidando os indivíduos a um novo consumo.
Apesar dos avançou da biotecnologia e da tecnociência, vivemos confinados ou encarcerados em burgos modernos, diante da necessidade de segurança, posto que a violência atinge, em escala planetária, níveis alarmantes. O consumidor é consumido pela cultura que induz ao individualismo e menospreza o valor da condição humana. Nada, estranho, portanto, que a depressão, a insônia e outras patologias ocupem lugar de destaque no cotidiano de tantas criaturas.
Recentemente, um grupo de pensadores, do Brasil e de outros países, reuniu-se num evento intitulado: “Mutações: A condição humana”[2]. Psicanalistas, filósofos, críticos de arte, sociólogos, analisaram as novas configurações do mundo atual. Algumas conclusões podem ser destacadas: o homem contemporâneo vem perdendo sua imagem, ou seja, nossa civilização vive uma espécie de crise de identidade, mergulhada num vazio, onde concepções políticas,  crenças, ideias, referenciais, que antes pareciam dar sentido a existência, perdem o seu valor.[3]
A sociedade ocidental, vivendo seus impasses mutações e possibilidades, vem atravessando diversos ciclos, notadamente, sob a égide de um pragmatismo materialista. O Ocidente se tornou “cristão”, mas – para usarmos uma expressão de Signates – não se “cristianizou”. Atingimos, nesses tempos de pós-modernidade, o fenômeno da mundialização da comunicação e da hipercomputação, os avanços da biotecnologia, e, mesmo assim, onde está o homem? 
Para Novaes: “[...] estamos na confluência de dois mundos, um que não acabou inteiramente e outro que ainda não começou inteiramente e, por isso, as velhas definições e conceitos tornam-se inoperantes.” [4] Vivemos uma qualificação da técnica e uma desqualificação da sensibilidade. Isso, de certa forma, nos leva a uma ruptura com a ideia de civilização construída sob a égide do estágio hegemônico da técnica, para vislumbrarmos uma ideia de civilização centrada no humano, na sensibilidade e nos sentimentos.
Os mais pessimistas poderão pensar numa “quase-morte do sujeito”, onde a noção de verdade, de esperança, as ideologias, estariam solapadas pela ruptura com um tempo linear, uma vez que se vive no Time is money ou Moneyteísmo.  Tudo é veloz e volátil e a noção de tempo se fixa, exageradamente, no presente. A grande tragédia do homem pós-moderno, é a de ter perdido o endereço de si mesmo. Apesar de tudo, o espírito continua sendo o fundamento da vida! É necessário retomarmos um otimismo espiritual, não utópico, mas fundamentado numa consciência que agrega, solidamente, o saber físico e metafísico, resgatando o papel do sujeito, espírito imortal e pluriexistencial.

NOTAS


[1] BAUMAN, Zygmunt. Globalização. As consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999. p. 88,89.
[2] O Evento foi realizado no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e contou com um ciclo de 10 conferências, entre os dias 11 a 22 de maio de 2009.
[3] Cf. NOVAES, Adauto. As novas configurações do mundo. In. Caderno Cultura. Jornal Z ero Hora. Porto Alegre, sábado 16 de maio de 2009. Pág. 2.
[4] Idem.

A CONVIVÊNCIA NA CASA ESPÍRITA


"O livro nos fala, fundamentalmente, do valor da convivência na casa espírita que, sendo fiel aos postulados kardequianos, logrará atender aos seus deveres maiores em consonância a função regeneradora da Doutrina dos Espíritos junto à humanidade.
            Na manutenção dos relacionamentos humanos na casa espírita, fica evidente na obra, que o “calcanhar de Aquiles” está em nossas próprias imperfeições que, por sua vez, podem prejudicar a missão institucional do centro espírita através de ações que as materializam no labor, quando a nossa sombra interior ainda predomina em nossos comportamentos.
            O autor também nos alerta quanto às “rachaduras” que favorecem a ação espiritual perturbadora no âmbito de nossas instituições, destacando dentre as posturas aflitivas adotadas: o ciúme, as intrigas, as disputas internas, os melindres e os corrosivos ressentimentos. Entretanto, não deixa de apontar os saberes necessários à superação dessas problemáticas através da perfeita comunhão de vistas e sentimentos, da cordialidade recíproca que deve nortear a nossa convivência e da presença predominante da caridade cristã, além do desejo real de instrução e melhoramento individual dos que fazemos parte do quadro de colaboradores dos grupos espíritas.
            Recordemos que, como alternativa à humanidade sedenta de espiritualidade e,  por vezes, perdida num deserto de sentido existencial aparentemente insolúvel nos discursos do materialismo científico, tanto quanto, na ilusão do formalismo religioso, o Espiritismo vem re-ensinar o Cristianismo do Cristo, comunicando os meios práticos de sua aplicação no planeta interno e na práxis social."

Vinícius Lousada
Mestre em Educação, escritor e expositor espírita

sexta-feira, 18 de maio de 2012

BÍBLIA, EVANGELHO E ESPIRITISMO

A Bíblia (que o nome quer dizer simplesmente: O Livro) é na verdade uma biblioteca, reunindo os livros diversos da religião hebraica. Representa a codificação da primeira revelação do ciclo do Cristianismo. Livros escritos por vários autores estão nela colecionados, em número de 42. Foram todos escritos em hebraico e aramaico e traduzidos mais tarde para o latim, por São Jerônimo, na conhecida Vulgata Latina, no século quinto da nossa era. As igrejas católicas e protestantes reuniram a esse livro os Evangelhos de Jesus, dando a estes o nome geral de Novo Testamento.

O Evangelho, como se costuma designar o Novo Testamento, não pertence de fato à Bíblia. É outro livro, escrito muito mais tarde, com a reunião dos vários escritos sobre Jesus e seus ensinos. O Evangelho é a codificação da segunda revelação cristã. Traz uma nova mensagem, substituindo o deus-guerreiro da Bíblia pelo deus-amor do Sermão da Montanha. No Espiritismo não devemos confundir esses dois livros, mas devemos reconhecer a linha histórica e profética, a linhagem espiritual que os liga. São, portanto, dois livros distintos.
O ESPIRITISMO

A antiga religião hebraica é geralmente conhecida como Mosaísmo, porque surgiu e se desenvolveu com Moisés. A nova religião dos Evangelhos é designada como Cristianismo, porque vem do ensino do Cristo. Mas, assim como nas páginas da Bíblia está anunciado o advento do Cristo, também nas páginas do Evangelho está anunciado o advento do Espírito de Verdade. Este advento se deu no século passado, com a terceira revelação cristã, chamada revelação espírita. Cinco novos livros aparecem, então, escritos por Kardec, mas ditados, inspirados e orientados pelo Espírito de Verdade e outros Espíritos Superiores. Os cinco livros fundamentais do Espiritismo, que tem como base O Livros dos Espíritos, representam a codificação da terceira revelação. Essa revelação se chama Espiritismo porque foi dada pelos Espíritos. Sua finalidade é esclarecer os ensinos anteriores, de acordo com a mentalidade moderna, já suficientemente arejada e evoluída para entender as alegorias e símbolos contidos na Bíblia e no Evangelho. Mas enganam-se os que pensam que a Codificação do Espiritismo contraria ou reforma o Evangelho é apenas a sua continuação.
José Herculano Pires (Visão Espírita da Bíblia)

domingo, 13 de maio de 2012

CASA ESPÍRITA CHICO XAVIER 06 ANOS

Dia 13 de maio de 2006, às 14h00min, inauguramos a Casa Espírita Chico Xavier, na Rua Coronel Longuinho, l534, no lado leste da cidade, conforme tinha sido a idéia inicial, tendo em vista que as demais instituições espíritas estavam localizadas, todas, do lado oeste, havia, portanto, necessidade de oferecermos opção aos moradores daquela região, e assim foi planejado e colocado em execução a obra, que, dois anos após o início das obras foi inaugurado com um público extraordinário, teve como Palestrante o irmão Teltz Cardoso de Farias da cidade de Santa Maria.
Hoje, 13 de maio de 2012, estamos comemorando seis anos de bons trabalhos prestados a sociedade Pedritense. Parabéns aos trabalhadores, freqüentadores e direção da CASA ESPÍRITA CHICO XAVIER.


sexta-feira, 11 de maio de 2012


FEIRA DO LIVRO DE DOM PEDRITO

Do dia 01/05 à 06/05/12, ocorreu a 8ª Feira do Livro de Dom Pedrito, onde o Centro Espírita João Batista e Casa Espírita Chico Xavier estiveram presentes com os livros Espíritas da Livraria Francisco Spinelli, da Federação Espírita do Rio Grande do Sul, onde foi divulgada a Doutrina Espírita ou Espiritismo.

Na sexta-Feira dia 04/05, às 20h00min, a Palestrante da FERGS Gládis Pedersen de Oliveira, Palestrou no Auditório da Feira, com o tema: Era de Regeneração, tivemos um público que atendeu as expectativas da direção do Centro Espírita João Batista e Casa Espírita Chico Xavier, podemos ver o aspecto parcial do do público na foto abaixo.
Em um terceiro momento das 21h00min, até às 22h30min, do mesmo dia, agora na sede do Centro Espírita João Batista, ocorreu um trabalho com a Palestrante Gládis, sobre Mediunidade, este trabalho específico para trabalhadores, cuja foto abaixo demonstra o público presente. Assim agradecemos a presença do público, trabalhadores e de mais autoridades presentes aos referidos trabalhos.




segunda-feira, 7 de maio de 2012

As Razões de Cada UM


Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa (...)”.

Evangelho Segundo o Espiritismo Cap X – Item 10.

A subjetividade é um capítulo admirável da ética espírita quando enfocado sob o ângulo da formação de juízos morais.

As razões humanas para explicar as próprias atitudes são algo inerente à individualidade da cada ser. Mesmo os perversos encontram “motivos justos” para as suas ações, nas justificativas pertinentes a seus raciocínios egoístas.

Juízos éticos sempre serão subjetivos e, por isso mesmo, não constituem bons argumentos para fundamentação de defesas a medida e projetos que visem colaborar na restauração da reorganização de nossa Seara. Assinalar condutas morais de pessoas ou instituições, com base para propor mudanças, é fragilizar nossas disposição de cooperar, porque penetramos um campo essencialmente individual e inacessível. E mais a mais, julgar é concluir veredictos sobre o comportamento alheio, no qual, quase sempre, falhamos.

Juízes eminentes declaram sentenças injustas, conquanto se preparem para não fazê-las, e a maioria de nós, na rotina das relações, costumamos emitir sentenças e pareceres pelo hábito de criticar e analisar defeitos dos outros, sem qualquer sintonia com a verdade sobre tais pessoas, ou apenas analisando-as superficial e parcialmente.

O fato de cada individualidade ter suas razões é motivo com sobras para que respeitemos cada qual em seu patamar, o que não significa tenhamos que concordar e adotar passividade ante suas movimentações. Aqui penetramos em um dos mais delicados tópicos do relacionamento interpessoal, em nossos ambientes de reeducação espiritual: a convivência pacifica e construtivas frente à diversidade de opiniões, entendimentos e posturas, por parte daqueles que integram a comunidade nas lides doutrinárias.

A tendência marcante da nossa personalidade é estabelecer idéias pré-concebidas, expectativas mal dimensionadas e estereótipos sobre as ações alheias, e, mesmo quando nosso julgamento é pertinente, preferimos a referência mordaz e o destaque para a parte menos construtivas a ter que conjeturar, em clima de indulgência e misericórdia, sobre as motivações que ensejaram os comportamentos alheios.

Somos, comumente, escravos do nosso orgulho que procura defeitos nos outros para tentar fazer-nos melhor. Entretanto, o próximo é o espelho dos nossos valores e imperfeições, e, quando lhe destacamos uma deficiência, precisamos voltar-nos para a intimidade e descobrir nosso elo de atração com a questão em pauta; isso será um verdadeiro exercício de autodescobrimento.

A dificuldade consiste em redirecionar nosso milenar costume de ver o cisco no olho do outro e não perceber a trave no nosso(ESE).
Um bom princípio para a reeducação de nós mesmos será sempre o cultivo do sentimento de piedade e compreensão para com todos. Metalizarmo-nos, todos, em um só barco com a presença do Mestre conduzindo-nos pelas tempestades de nossas extensas carências espirituais, e jamais deixar de recordar que estamos em patamares variados de crescimento para Deus.

Isso exigir-nos-á o vinculo com a atitude de alteridade, ou seja, o reconhecimento da diferença, da distinção da qual o outro é portador, a fim de nutrirmos constante indução mental na formação do hábito de respeitar as diferenças no modo de ser de cada qual.

As defesas apaixonadas no campo dos julgamentos morais têm feito muito mal aos nossos ambientes de amor, nas leiras doutrinárias. Conquanto muitas vezes sejam verdadeiros, devemos aprender com Jesus, nosso guia e modelo, como externá-los para não ferir e conturbar. Saber apresentar discordâncias e falhas é uma arte da qual temos muito a aprender.

Lembremos o episódio inesquecível da mulher adúltera para termos uma noção lúcida sobre como se portar frente à verdade dos que nos cercam. Naquela oportunidade, Jesus não faltou com o corretivo e nem julgou-a; utilizando-se de um extraordinário recurso pedagógico, devolveu a subjetividade dos juízos à concordância de cada um através do pronunciamento atirem a primeira pedra os que se encontrem isentos do pecado, (ESE) e todos sabemos qual foi o efeito desse recurso na vida pessoal dos que ali se encontravam.

Nossa necessidade de guardar idéias, em forma de juízos definitivos e inflexíveis sobre as criaturas, é o fruto do nosso orgulho. Nossos julgamentos manetas pecam pela ausência de bons sentimentos, pela parcialidade e, acima de tudo, pelas projeções que fazemos de nós mesmos.

A dificuldade de aceitação das pessoas com elas são, enquadrando-as em concepções e padrões definidos pela nossa ótica de vida, precisa ser corrigida para ensejar um melhor nível de entendimento em nossa seara bendita. A inaceitação chega a ser tão ostensiva que nos magoamos com facilidade com as ações que não correspondem as nossas expectativas, ainda que tais ações não nos prejudiquem. Devido a essas expectativas que depositamos em pessoas e instituições, ocorrem muitas cobranças injustas e ofensas dilacerantes que só inspiram o revanchismo e a invigilância.

Esse não deveria ser o nosso clima. E como ficam os princípios imortais que deveriam esculpir o nosso caráter?

A maior decepção é aqui na “imortalidade”, quando somos todos convocados a novas concepções sobre fatos, pessoas, instituições e conceitos esposados ao longo de toda a nossa reencarnação. A imortalidade quase sempre traz-nos muitas surpresas nesse sentido.

A maioria delas de incômodos íntimos desagradáveis para quantos optaram por juízos éticos rigorosos, excludentes e intolerantes.

Não existe a presença da perversidade na seara, e, ainda que houvesse, deveria ser tratada como imaturidade emocional e moral. Em verdade, o que temos entre nós são necessidades extensas nos terrenos da melhoria espiritual, sendo necessário aos seguidores de Jesus e Kardec compreender que ninguém faz o que faz para magoar ou no intuito de denegrir. São hábitos arraigados contra os quais estamos em permanente batalha.

Virá o instante do entendimento, da complacência e da tolerância como veredas de esperança para um tempo melhor. A isso chamamos união e fraternidade. Nessa hora, quando assentamos à mesa dispostos a contemplar a diversidade do outro e dialogamos como irmãos de ideal, descobriremos, estupefatos, quão distantes da realidade se encontram nossos julgamentos, porque compreenderemos melhor quais eram as razões de cada um.
Do Livro Unidos pelo Amor - Ética e Cidadania à Luz dos Fundamentos Espíritas – Ditado pelos espíritos Ermance Dufaux e Cícero Pereira - Psicografia de Wanderley S. de Oliveira- Primeira parte: Capítulo 17



sexta-feira, 4 de maio de 2012

A psicografia como prova no processo judicial


Apresentada como tese de mestrado no UNIVEM, em Marília-SP, a dissertação alcançou a nota máxima
A jovem confreira Michele Ribeiro de Melo (foto), de Tupã-SP, defendeu no dia 10 de fevereiro deste ano, no UNIVEM - Centro Universitário Eurípedes de Marília, na cidade de Marília-SP, sua dissertação de Mestrado em Teoria Geral do Direito e do Estado que teve como tema "A Psicografia como Prova Judicial".
A tese da mediunidade como fenômeno natural e o caráter científico da Doutrina Espírita, legitimado pela comunidade científica, fundamentaram a dissertação apresentada, que obteve a nota máxima e o incentivo à publicação do estudo em um livro, previsto para ser publicado no segundo semestre deste ano.
O professor orientador foi o Dr. Nelson

Finotti Silva. A Banca examinadora (foto) foi constituída pelos professores-doutores Marcelo Souza Aguilar, Nelson Finotti Silva e Oswaldo Giacóia Júnior.
O texto a seguir é um resumo da dissertação   apresentada, redigida, a pedido nosso, pela própria autora.


A psicografia como elemento de prova judicial
Primeiramente abordou-se na dissertação a questão da concepção de ciência, enfatizando-se que a teoria espírita é científica, uma vez que não afronta os critérios de legitimação do conhecimento científico produzido e reconhecido pela comunidade científica internacional, mas, ao contrário, é por ela legitimada.
A Ciência Espírita não entra em conflito com qualquer teoria científica madura, como por exemplo a Física, e não se confunde com nenhuma delas, porque elas tratam de fenômenos diferentes; em verdade, elas se complementam.
No segundo capítulo tratou-se dos princípios constitucionais do processo e os princípios que regem as provas
Destacou-se o Princípio da Liberdade Probatória pelo qual em nosso sistema processual existe a liberdade de apresentação das provas, ou seja, não existe limitação quanto aos meios probatórios, dada a importância da prova no processo, pois é por meio dela que o juiz formará sua convicção para julgar. O único limite ou restrição existente diz respeito à prova obtida por meio ilícito.
Outro importante princípio citado no trabalho é o Princípio do Livre Convencimento Motivado, ou da Persuasão Racional, em que o magistrado possui liberdade para valorar as provas de acordo com seu livre convencimento, existindo a obrigação de fundamentar a decisão.
O direito à prova é uma garantia fundamental
No terceiro capítulo tratou-se das provas, enfatizando-se que o direito à prova, além de decorrer das garantias constitucionais da ação, ampla defesa e contraditório, é também ratificado pelo Pacto de São José da Costa Rica e pelo Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos de 1966. Em face disso, o direito à Prova é uma garantia fundamental.
Por fim, no quarto capítulo, analisou-se a utilização da psicografia no judiciário. Para tanto, houve a necessidade de conceituar alguns termos que fogem ao conhecimento jurídico como o que é Espírito, o que é mediunidade e quais os tipos conhecidos de mediunidade.
Nesse capítulo fez-se uma análise histórica do fenômeno mediúnico, que ocorre desde a Antiguidade, em que se observa a prática da mediunidade em diferentes povos e culturas, a exemplo da Grécia antiga, onde era comum a comunicação entre os homens e os Espíritos.
O estudo passou pela Idade Média e pela Moderna até chegar à Idade Contemporânea, destacando aí os fenômenos de Hydesville, os estudos de Ernesto Bozzano, Friedrich Zöllner, Camille Flammarion, Charles Richet, César Lombroso e William Crookes, entre outros pesquisadores citados no trabalho.
Destacou-se na contemporaneidade a mediunidade de Carmini Mirabelli, Eurípedes Barsanulfo, Divaldo Pereira Franco e Francisco Cândido Xavier.
Não há em nosso sistema limitações à prova
Tratou-se nesse capítulo da utilização da carta psicografada como prova judicial, observando-se que o texto psicografado, quando juntado aos autos processuais, terá o caráter de prova documental e dessa forma estará sujeito a todas as regras concernentes às provas documentais, podendo mesmo ser impugnado ou ter sua falsidade arguida.
A prova psicografada poderá ainda ser analisada pela perícia competente no estudo da grafia – a perícia grafotécnica. Destacou-se então a pesquisa realizada pelo professor e perito Carlos Augusto Perandréa em seu trabalho científico intitulado “A Psicografia à Luz da Grafoscopia”. Graças às pesquisas de Perandréa a comprovação das mensagens dos Espíritos foi comprovada cientificamente por meio da ciência grafoscópica.
Lembrou-se que ocorreram casos em que mensagens psicografadas foram levadas a juízo para serem valoradas como prova, porém em nenhum deles foi efetuado o estudo pericial grafotécnico da assinatura.
Foram citados ainda nesse capítulo os casos mais emblemáticos de mensagens psicografadas apresentadas como prova no Judiciário.
Salientou-se de novo que em nosso Sistema Jurídico não existem limitações quantos aos meios probatórios, admitindo-se as provas não especificadas nos códigos processuais com base no Princípio da Liberdade Probatória e do Livre Convencimento do Juiz. O único limite existente em relação à liberdade probatória é a vedação da prova considerada ilícita, mas a psicografia não é prova ilícita, uma vez que não foi colhida mediante violação de direito.
Dessa forma, não existe dúvida de que a prova psicografada pode ser admitida no processo como prova judicial.
A finalidade do processo é a busca pela verdade
A psicografia não ofende o Estado Laico, garantido pela Constituição Federal, que prevê a liberdade de crenças e cultos religiosos, uma vez que a psicografia não tem nada de sobrenatural, é um fenômeno próprio do ser humano, possui natureza científica e não se apoia em nenhum dogma religioso.
A psicografia, - lembrou-se então -,  não foi inventada pela Doutrina Espírita, uma vez que a mediunidade é fenômeno absolutamente natural. A Doutrina Espírita, por meio de seu codificador Allan Kardec, tão-somente explicou o que é mediunidade e qual o seu mecanismo.
Ressalte-se, ainda, que a psicografia não ofende os princípios constitucionais ou processuais e a negação de sua utilização é que acarretaria a inobservância dos princípios constitucionais como a ofensa à garantia fundamental do direito à prova.
Como os fenômenos mediúnicos, e portanto a psicografia, fazem parte do nosso contexto histórico, os casos de mensagens psicografadas levados a juízo para a valoração como prova tendem a aumentar, razão pela qual o Poder Judiciário precisa conhecer o assunto para solucionar os casos com justiça.
Conclui-se, portanto, que as mensagens psicografadas podem e devem ser aceitas como prova judicial, uma vez que a finalidade do processo é a busca pela verdade e, por conseguinte, a busca pela justiça.

-- 
Rosi Possebon
Vice-Presidente Doutrinário
Federação Espírita do Rio Grande do Sul

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Adolescência


                  


A adolescência é o período que se estende desde a puberdade – 12-13 anos, até atingir o estado adulto pleno – 22-25 anos. É variável entre os pesquisadores da personalidade juvenil, em virtude das diferenças na idade emocional e mental nos adolescentes. Período da existência que se caracteriza por transformações acentuadas de comportamento, acompanhando as mutações físicas, apresenta, muitas vezes, dificuldades de relacionamento com os pais e problemas complexos no caráter e no sentimento, desafiando orientadores e psicólogos. [...] O Espírito, ao sair da fase infantil e penetrar na adolescência, passa a apre sentar mudanças bruscas e imprevisíveis no seu comportamento, em virtude do fardo de estímulos sexuais que já carrega em si mesmo, como herança de si próprio, oriunda de séculos de experiência. Na fase da adolescência, o organismo passa a dar melhores condições para a manifestação mais profunda da alma. Começa a funcionar com mais intensidade o instinto sexual. A libido, de que fala a Psicanálise, não é nada mais do que a carga dos impulsos sexuais arquivados no Espírito imortal. [...] Os problemas psicológicos de solução difícil nos jovens adolescentes são o resultado das transgressões morais e dos abusos sexuais de vidas passadas, que naturalmente surgem no hoje, requisitando reeducação, a fim de aprender a dirigir suas próprias emoções e desejos. [...] Na atualidade, a fase da adolescência caracteriza-se por uma maior liberdade que o progresso da civilização proporcionou com as mudanças rápidas dos costumes, as facilidades dos meios de comunicação de massa universalizando novos hábitos, a complexidade social com os conglomerados humanos, a imprensa materialista, a pregação sistemática de liberdade por parte de escritores e filósofos, o conforto excessivo das horas livres sem ocupação edificante, o requinte nas diversões e no lazer. O mundo das novidades, hoje, cativa muito mais os jovens do que a vida afetiva dos pais, no calor humano do reduto doméstico. O mundo mental do jovem não está aprisionado às fronteiras do recinto familiar, como se encontrava na fase infantil. A fase da adolescência é muito mais perigosa do que a infantil. O jovem é como um filhote de pássaro que abandona o seu ninho, ensaiando os primeiros vôos, e passa a enfrentar maiores perigos, em virtude dos vôos baixos da fraqueza, da incompetência e inexperiência. A criança pode ser vigiada, corrigida e limitada nas suas liberdades, o que não é possível junto aos adolescentes, principalmente agora, no mundo das facilidades atuais. [...] A fase da adolescência precisa assim, não mais de sentinelas vigiando e amparando seus passos, mas, sim, de muito apoio e orientação dos pais no sentido de esclarecimento espiritual e diálogo evangelizado. O que acontece, normalmente, é o abandono dos pais, no campo da orientação, julgando que os filhos com essa idade já possuem condições para enfrentar e superar, por si mesmos, todas as circunstâncias da vida, dispensando até mesmo o simples diálogo.
Referência:
BARCELOS, Walter. Sexo e evolução. 3a ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. - cap. 12

terça-feira, 1 de maio de 2012

Mensagem - A Vida

GEM - A Vida


“A vida na Terra é, como no oceano, sempre agitada, com ondas de alegria e tristeza e de perdas e ganhos, correntezas em turbilhão de desejos e redemoinhos de paixão, cobiça e ódio. Para cruzar o oceano, a única jangada confiável é um coração cheio do Amor de Deus e do ser humano. O homem nasce para um propósito elevado, como o herdeiro de uma rica herança. Ele não deveria desperdiçar seu tempo em investigações pequenas e vaidades vulgares. Seu destino é conhecer a Verdade, viver nela e por ela. Apenas a Verdade pode tornar o homem livre e feliz. Se ele não é instigado por esse propósito elevado, a vida é um desperdício e um mero debater-se contra as ondas, pois o mar da vida nunca é calmo.”


Sathya Sai Baba