sábado, 12 de julho de 2025

A Visão Espírita sobre o Meio Ambiente. 

 O Espiritismo, doutrina codificada por Allan Kardec no século XIX, propõe uma compreensão profunda da vida e da existência, integrando ciência, filosofia e moral. A relação entre o ser humano e o meio ambiente é vista, à luz do Espiritismo, como uma expressão da lei divina de progresso, responsabilidade e solidariedade universal. 

Segundo o Espiritismo, a Terra é um planeta de provas e expiações, onde os Espíritos reencarnam para evoluir moral e intelectualmente. Como parte desse processo evolutivo, o cuidado com a natureza torna-se uma obrigação espiritual. O planeta é um bem coletivo, um organismo vivo que nos acolhe e nos oferece os recursos necessários à nossa sobrevivência e aprendizado. Destruí-lo ou explorá-lo de forma irresponsável é, portanto, um ato contra a lei de Deus. 

Na pergunta 705 de O Livro dos Espíritos, os Espíritos afirmam que “Deus concedeu à humanidade os bens da Terra para a conservação do corpo e como prova de inteligência, ao saber utilizá-los com equilíbrio”. Isso reforça a ideia de que os recursos naturais são dádivas divinas, e seu uso exige moderação, gratidão e consciência. 

Além disso, o Espiritismo nos ensina sobre a interconexão de todos os seres, visíveis e invisíveis. A degradação ambiental não prejudica apenas a natureza física, mas desequilibra o fluido universal e afeta a harmonia espiritual do planeta. Espíritos superiores alertam que o desequilíbrio ecológico reflete também o desequilíbrio moral da humanidade — um sinal de que ainda precisamos avançar em fraternidade, respeito e amor. 

Portanto, do ponto de vista espírita, preservar o meio ambiente é um ato de caridade, de justiça e de amor ao próximo, incluindo as futuras gerações. É também um compromisso com o próprio progresso espiritual, pois todo bem que fazemos à Terra retorna em benefício de nossa consciência e evolução.

 Pedro Peçanha.