quarta-feira, 27 de maio de 2020

A HISTÓRIA DO ESPIRITISMO.

No século 19, um fenômeno agitou a Europa: as mesas girantes. Nos salões elegantes, após os saraus, as mesas eram alvo de curiosidade e de extensas reportagens, pois moviam-se, erguiam-se no ar e respondiam a questões mediante batidas no chão (tiptologia). O fenômeno chamou a atenção de um pesquisador sério, discípulo do célebre Johann Pestalozzi: Hippolyte Léon Denizard Rivail. Rivail, pedagogo francês, fluente em diversos idiomas, autor de livros didáticos e adepto de rigoroso método de investigação científica, não aceitou de imediato os fenômenos das mesas girantes, mas estudou-os atentamente, observou que uma força inteligente as movia e investigou a natureza dessa força, que se identificou como os “Espíritos dos homens” que haviam morrido. Rivail fez centenas de perguntas aos Espíritos, analisou as respostas, comparou-as e codificou-as, tudo submetendo ao crivo da razão, não aceitando e não divulgando nada que não passasse por esse crivo. Assim nasceu O livro dos espíritos. O professor Rivail imortalizou-se adotando o pseudônimo de Allan Kardec. A Doutrina codificada por ele tem caráter científico, religioso e filosófico. Essa proposta de aliança da Ciência com a Religião está expressa em uma das máximas de Kardec, no livro A gênese: “O espiritismo, marchando com o progresso, jamais será ultrapassado porque, se novas descobertas demonstrassem estar em erro sobre um certo ponto, ele se modificaria sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará”.

quarta-feira, 11 de março de 2020

AMOR DESCARTÁVEL.

Quando chegam as festas de final de ano, multiplicam-se os planos para comemorações.
São dias acelerados, atropelados pelas tantas ações a serem empreendidas.
É comum, se observar, nesse período, um acréscimo do abandono de animais domésticos. São os considerados de estimação, mas que parecem ser de nenhuma estima.
Dezembro e janeiro se constituem em período de muitas viagens. Por isso, reacende a preocupação de autoridades e de defensores dos animais para essa estratégia utilizada por alguns.
O abandono se enquadra no crime de maus-tratos, segundo a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente.
Para identificar os promotores de tal maldade, câmeras de seguranças de casas e estabelecimentos comerciais têm sido utilizadas.
No entanto, o que precisamos é nos indagar como podemos ter um animal em nossa casa, oferecer-lhe comida, abrigo, carinho durante dez meses e simplesmente descartá-lo.
É o cão que nos aguarda no portão nos oferecendo afagos e latidos.
É o mesmo animal que dorme, muitas vezes, na nossa cama ou dos nossos filhos.
Que mensagem estamos ensinando aos nossos pequenos? De que afeição é descartável? De que afeto não tem importância alguma? É simplesmente algo passageiro, para dias em que não temos algo mais importante a fazer?
Pensamos, acaso, o que acontecerá com o animal? Acostumado ao lar, a tudo receber em horas certas, de forma adequada, onde arranjará comida? Abrigo?
Alguns nem sabem andar em meio ao trânsito e acabam sendo atropelados.
Em nosso país, foi criado o Dezembro Verde, uma campanha que objetiva coibir esse mau procedimento.
E se descartamos animais domésticos, algo mais surpreendente ainda ocorre em alguns lares. O descarte temporário dos idosos.
Não é alarmante que queiramos afastar do lar, das nossas comemorações, o idoso que vive conosco?
Não imaginamos que ele apreciaria gozar das luzes do Natal, das alegrias da ceia em família, da troca dos presentes?
Por que retirá-lo das nossas presenças exatamente em momentos tão significativos?
Se sua fragilidade física ou comprometimento de saúde o exigem, perfeitamente aceitável.
Contudo, importante ponderarmos as razões que nos movem. Lembramos que a História registra as grandes atrocidades que foram realizadas quando a palavra descarte foi utilizada na Humanidade.
Os genocídios nos demonstram que quando a vida humana passa a ser desconsiderada, tudo pode ocorrer.
Começa-se por acreditar na inutilidade de uma pessoa, na sua incapacidade de se autogerir, em sua deficiência física ou mental.
Qualquer item é suficiente para se estabelecer o descarte.
Com certeza não desejamos reprises dessas situações trágicas que, em pleno Século XX, tiveram lugar na Europa e na Ásia.
A vida nos merece respeito. E se iniciamos por sermos cruéis com os animais, não valorizando o que nos oferecem, logo mais estaremos mirando as pessoas.
Pensemos a respeito. Exercitemos o amor.
Amor aos animais. Amor aos seres humanos. Amor à vida.
 Redação do Momento Espirita.

sexta-feira, 6 de março de 2020

FELIZ APOSENTADORIA (do burro).

Nos primeiros anos do Século XX, era comum verdureiros percorrerem as ruas das cidades ofertando os seus produtos, diariamente.
Na cidade de Matão, no interior do Estado de São Paulo, havia um desses que, todas as manhãs, transitava com sua carroça cheia de legumes, verduras e frutas.
Certo dia, ele parou em frente à uma farmácia. Estacionou sua carroça e entrou para comprar um medicamento.
Enquanto era atendido, o dono da farmácia, homem bom, foi até a porta e ficou olhando para o animal atrelado à carroça.
Era um burro velho, maltratado, magro que, muito ofegante, suportava parado o peso enorme do veículo de madeira e das mercadorias. Tinha um aspecto feio.
Notava-se, de longe, que tudo aquilo era demais para ele. Não tinha mais condições de continuar naquele trabalho.
Quando o verdureiro saiu da farmácia, viu o proprietário parado à porta e o cumprimentou:
Olá, senhor Cairbar, tudo bem?
E recebeu, de retorno, uma proposta: O senhor quer me vender o seu burro?
Claro que não, foi a resposta pronta. Preciso dele para me levar, com toda a mercadoria, de um lado a outro da cidade.
Cairbar voltou a insistir: Diga o preço. Quem sabe, faremos um bom negócio.
O verdureiro continuou argumentando que não venderia o animal. Mas Cairbar insistiu e insistiu, até que ele resolveu dar um preço: uma quantia muitas vezes acima do valor real. Era para não vender.
No entanto, Cairbar olhou para o burro, que continuava ofegante, foi para o interior da farmácia, pegou o dinheiro na gaveta e entregou ao dono do animal.
Agora, ele é meu, falou. Pode levar a carroça para casa e depois me traga o burro.
O homem ficou assustado. Olhou para a soma que recebera. Era o suficiente para comprar cinco animais e melhores do que aquele.
Agradeceu e se foi rapidamente. Voltou mais tarde, puxando o burrinho por um pedaço de corda e o entregou ao novo dono.
Cairbar afagou o animal, levou-o devagar para um pasto próximo e o soltou.
A notícia se espalhou pela cidade. Quando os amigos souberam, foram perguntar para que ele queria um animal velho, maltratado, quase morrendo.
E ele respondeu, de forma natural:
Não preciso do animal para nada. Está aposentado. Vai viver seus últimos dias usufruindo desse direito. Merece porque está velho e já trabalhou muito.
E o velho burro viveu sua aposentadoria no pasto, solto. Tudo graças a quem teve olhos de ver e tinha um nobre coração.
* * *
Os animais nos merecem cuidados. Eles nos servem de muitas maneiras e é nossa responsabilidade atendê-los em suas necessidades.
Nas suas enfermidades, necessário que lhes providenciemos os cuidados adequados: a medicação, a cirurgia, os curativos.
E, quando velhos, cansados, aguardam que lhes respeitemos os anos de dedicação que nos ofereceram, seja como animais de estimação ou de outra forma.
Pensemos neles como queridos amigos ou velhos servidores e lhes retribuamos o que nos ofertaram por dias, meses ou anos com carinho, atenção, medicação, cuidados.
Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 4 de março de 2020

VAMOS FALAR DE COISAS BOAS.

De um modo geral, dizemos que o mundo está ruim, que a violência impera em todo lugar, que não se pode andar pelas ruas sem medo.
Também comentamos que as mídias veiculam mais notícias ruins do que boas. E, por isso, acreditamos que o mundo está pior, que existe maldade demais.
Que existem coisas ruins, fatos tristes, não há dúvida. Que existem pessoas que agridem, que furtam, é verdade.
Mas, o que não estamos nos dando conta é de que o número de pessoas boas é muito maior. Por isso, vamos falar de coisas boas?
Vamos falar daquela menina que visitou um dia, um lar de crianças com paralisia cerebral. Ela observou que faltavam cadeiras de rodas, que não havia para todas.
Dias depois, recebeu em sua casa um envelope de agradecimento. Eram quatorze bonequinhos de papel de mãos dadas.
Ela entendeu. Estava de mãos dadas com aquelas crianças. E resolveu provocar sorrisos naqueles rostinhos.
Então, soube que lacres de latinhas de refrigerantes podiam ser reciclados e trocados por cadeiras de rodas.
Com certeza, não seria uma tarefa fácil, considerando que ela precisaria juntar trezentos e cinquenta e dois mil lacres, ou seja, cem quilos de alumínio para conseguir uma cadeira de rodas.
Porém, quem tem luz no coração, não tem limites. Ela fez cartazes, espalhou na escola, escreveu bilhetes para amigos.
Em quatro meses, conseguiu uma cadeira de rodas. A alegria que sentiu pelo que fizera fez com que não parasse a campanha.
A sua mensagem se espalhou. Lacres continuaram a vir de todos os cantos. Empresas aderiram e ela chegou a doar quatrocentas e trinta cadeiras de rodas, pelo Brasil afora.
Em 2014, Júlia Macedo, a menina que desejou espalhar sorrisos, venceu o Prêmio Cidadania, conferido pela Globo Minas, Jornal O Tempo, Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e Fundação Dom Cabral.
Quantas Júlias haverá pelo nosso Brasil? No mundo? As boas ações costumam ser discretas e até tímidas.
Foi nosso Mestre Jesus quem lecionou: Não saiba a vossa mão esquerda o que dá a vossa direita.
Ou seja, faz-se o bem pelo bem. Simplesmente assim.
No entanto, boas ações devem ser vistas e alardeadas para que outros sigam o exemplo, para que outros se associem no mesmo plano.
Já se soube de pessoas que saíram de estado depressivo depois de aderir a alguma campanha, se dispor a algum trabalho voluntário.
Como aquela senhora que, sozinha, só pensava em morrer. A vida era algo escuro e vazio.
Até descobrir uma vizinha que inaugurou, em sua casa, uma usina de costura de enxovais para bebês. Ela foi, porque alguém insistiu. Entusiasmou-se com o que viu. Nunca mais parou de colaborar.
E cada vez que nasce um bebê, ela alegra seu coração porque sabe que uma das peças de roupa oferecida foi ela mesma quem confeccionou.
Preencheu o vazio da sua vida. Encontrou uma razão para viver. Afugentou a depressão.
Tudo isso porque fazer o bem faz bem.
Então, continuemos a descobrir e a falar de coisas boas. São muitas. Vamos descobri-las?
Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

ANALISAR, REPROVAR E RECLAMAR.

Três verbos existem que, bem conjugados, serão lâmpadas luminosas em nosso caminho: Aprender, Servir e Cooperar.

Três atitudes exigem muita atenção: Analisar, Reprovar e Reclamar.

De três normas de conduta jamais nos arrependeremos: Auxiliar com a intenção do bem, Silenciar e Pronunciar frases de bondade e estímulo.

Três diretrizes manter-nos-ão, invariavelmente, em rumo certo: Ajudar sem distinção, Esquecer todo mal e Trabalhar sempre.

Três posições devemos evitar em todas as circunstâncias: Maldizer, Condenar e Destruir.

Possuímos três valores que, depois de perdidos, jamais serão recuperados: A hora que passa, A oportunidade e A palavra falada.

Três programas sublimes se desdobram à nossa frente, revelando-nos a glória da Vida Superior: Amor, Humildade e Bom ânimo.

Que o Senhor nos ajude, pois, em nossas necessidades, a seguir sempre três abençoadas regras de salvação: Corrigir em nós o que nos desagrada em outras pessoas, Amparar-nos mutuamente, Amar-nos uns aos outros.
Chico Xavier

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

CAIXINHA DE BEIJOS

Certo dia, um homem chegou em casa e ficou muito irritado com sua filha de três anos. Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçado fazendo um embrulho.
Porque o dinheiro andasse curto e o papel fosse muito caro, ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.
Naquela mesma noite, o pai descobriu num canto da sala, no local onde a família colocara os presentes para serem distribuídos no dia de Natal, um embrulho dourado não muito bem feito.
Na manhã seguinte, logo que despertou, a menininha correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte o seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.
Isto é pra você, paizinho! Foi o que ela disse.
Ele se sentiu muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas, logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia.
Gritou para a filha: Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?
A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:
Mas, papai, a caixinha não está vazia. Eu soprei muitos beijos dentro dela. Todos para você, papai.
O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.
Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.
* * *
De uma forma simples, cada um de nós, humanos, temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de nossos pais, de nossos filhos, de nossos irmãos e amigos.
Entretanto, nem sempre nos damos conta. Estamos tão preocupados com o ter, com valores do mundo, que as coisas pequenas não são percebidas por nós.
Assim, a esposa não valoriza o ramalhete de flores do campo que o marido lhe enviou, no dia do aniversário. É que ela esperava ganhar uma valiosa joia e não aquela insignificância.
O marido nem agradece o fato da esposa, no dia em que comemoram mais um ano de casados, esperá-lo com um jantar simples, a dois, em casa. Ele estava esperando uma comemoração em grande estilo, ruidosa, cercado de amigos e muitos comes e bebes.
Os pais não dão importância para aquele cartão meio amassado que os pequenos trazem da escola, pintado com as mãos de quem apenas ensaia a arte de dominar as tintas e os pincéis nas mãos pequeninas.
Eles estão mais envolvidos com as contas que a escola está cobrando e acreditam que, pelo tanto que lhes custa a mensalidade escolar, os professores deveriam ter lhes enviado um presente de valor.
É, muitos de nós não encontramos os beijos na caixinha dourada. Só vemos a caixinha vazia.
* * *
O amor é feito de pequeninas coisas. Não exige fortunas para se manifestar.
Por vezes, é um ato de renúncia, como a daquele homem que no dia de Natal, em plena guerra, conseguiu apenas uma laranja para a ceia dele e da esposa.
Então a descascou, colocou em um prato, criando uma careta com os gomos bem dispostos e entregou para a esposa, com um beijo e um pedaço de papel escrito: Feliz Natal!
E ficou observando-a comer, com vagar, feliz por ver os olhos dela brilharem e ela se deliciar com a fruta tão rara naqueles dias, naquele local.
Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

ADOLESCÊNCIA E VIDA.

À medida que a ciência e a tecnologia ampliaram os horizontes do conhecimento, proporcionando comodidades e realizações edificantes que favorecem o desenvolvimento da vida, vem surgindo audaciosos conceitos comportamentais que pretendem dar novo sentido à existência humana, consequentemente derrapando em abusos que conspiram contra o desenvolvimento moral e ético da sociedade.
Nesse sentido, as grandes vítimas da ocorrência são os jovens que, imaturos, se deixam atrair pelos disparates das sensações vigorosas de prazer que os anestesiam ou os excitam à exaustão levando-os ao desequilíbrio e ao desespero.
Quando cansados ou inquietos tentam fugir da situação, quase sempre enveredando pelo abuso do sexo e das drogas, que se associam em descalabro cruel, gerando sofrimentos inqualificáveis.
O único antídoto, porém, ao mal que se agrava e se irradia em contágio pernicioso, é a educação, considerando, porém, a educação no seu sentido global, aquela que vai além dos compêndios escolares, que reúne os valores éticos da família, da sociedade e da religião, fundamentados na moral vivida e ensinada por Jesus, como alerta o Eclesiastes no seu cap.11 vers 9:-
Alegra-te, mancebo, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo.
A advertência saudável ao jovem é um convite ao comportamento moral equilibrado, de forma que a sua mocidade esteja em alegria e pureza, a fim de evitar comprometimentos infelizes.
Torna-se urgente o compromisso de um reestudo por parte dos pais e educadores em relação à conduta moral que deve ser ministrada às gerações novas, a fim de evitar a grande derrocada da cultura e da civilização, que se encontram no bordo mais sombrio da sua história.
O ser humano é essencialmente resultado da educação, modela-lo sempre, tendo em vista um padrão de equilíbrio e de valor elevado, proporcionando-lhe o desenvolvimento dos valores que lhe dormem latentes, que se ampliam possibilitando a conquista da meta a que se destina, que é a perfeição.
Redação Jornal Mundo Maior.

Do Livro:- Adolescência e vida.
Joanna de Ângelis/Divaldo Franco.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

NOVOS DIAS.

Nota-se cada vez mais frequente na mídia um tipo de notícia envolvendo jovens.
Talvez você imagine que estamos falando das incidências criminais, de atividades ilícitas ou de comportamentos estranhos.
Porém, embora muitos de nós tenhamos esse tipo de informação na memória, ou mesmo privilegiemos a leitura e os comentários a esse tipo de divulgação, outro é o nosso enfoque.
Falamos daqueles jovens, adolescentes que, antes dos seus vinte anos, já demonstram a que vieram no mundo.
São idealistas, nobres de caráter que, com as aquisições intelectuais e morais que trazem na alma, cedo começam a usá-las a benefício do mundo.
Assim acontece com Boyan Slat, o jovem holandês que desenvolveu o protótipo de um equipamento para retirar os resíduos plásticos dos oceanos, usando correntes marítimas naturais e os ventos.
O mesmo se dá com o americano Aidan Dwyer, que desenvolveu um método de captação de energia solar vinte por cento mais eficiente, inspirando-se nas folhas das árvores.
Ou ainda com William Kamkwamba, jovem do Malawi, que usando sucatas, construiu um moinho de vento para gerar energia elétrica e auxiliar sua comunidade, que desse benefício não dispunha.
O que dizer então de Jack Andraka, o norte-americano que, depois que um amigo da família morreu de câncer de pâncreas, ele, usando apenas a Internet, descobriu uma forma barata de detectar a doença antes dela se tornar mortal.
São inúmeros os exemplos dessas almas nobres que vêm nascendo ou renascendo na Terra para construir tempos melhores.
*   *   *
Se os dias em nossa sociedade, muitas vezes, parecem difíceis e tormentosos, tenhamos em mente: é apenas passageiro.
Natural que, em períodos de transição, de transformação da sociedade, haja dúvidas e aparentes incoerências.
Existem os que ainda persistem em viver com valores há muito abandonados pela legislação, pelo progresso e pela sociedade, que acreditam na violência, na castração das ideias, na supressão da liberdade de consciência ou de ação, como ferramentas de uso lícito.
Também os que usam da falsidade de caráter, da desonestidade e do seu poder temporal para a corrupção e enriquecimento desonesto.
Todos esses, porém, têm seus dias contados em nosso planeta.
O progresso há de levá-los de roldão, pois que insistem em não acompanhá-lo.
Novos dias surgem no horizonte da nossa Terra. Jovens, como os citados e tantos outros, anônimos pelas ruas do mundo, são os arautos.
Portanto, façamos também a nossa parte, para que a regeneração e reestruturação do mundo sejam aceleradas.
Abandonemos valores tolos e ultrapassados, que persistamos em carregar n’alma.
Inspiremo-nos com as atitudes dessas almas nobres. E, como trabalhadores da última hora, conforme ilustra Jesus em Sua parábola, contribuamos beneficamente para a Vinha do Senhor.
Dessa forma, o Reino do Bem, conforme prometido por Jesus, haverá de se instalar nas paragens terrenas, a breve tempo.
Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

SER MÃE.


“Uma simples mulher existe que, pela imensidão
de seu amor, tem um pouco de Deus.”
(Dom Damon Angel Jara)
Deveríamos amar incondicionalmente todos os que tocam nossas vidas. Não raramente
esquecemos de fazê-lo, seja por causa da frenética correria que a vida impõe, seja por acreditarmos na ilusória
eternidade da vida carnal, quando, de fato, viveremos a transição pela morte para a vida espiritual. O tempo
passa e quando notamos ficou tarde demais.
Deixamos de demonstrar amor e gratidão às pessoas importantes e isso acontece também
em relação às mães, almas batalhadoras que doam de si mesmas em prol de outrem. Há nas mães um pouco
de Deus, como disse o então Bispo do Chile, Dom Damon Angel Jara, pois elas amam incondicionalmente e
por mais feridas que sejam pela vida ou pelas pessoas, continuam de mãos estendidas para socorrer e amar
seus filhos, sendo irrelevante para elas os laços biológicos.
O amor de mãe transcende as palavras, está nos atos, na permanência. Desde o
acompanhamento do feto que se desenvolve dentro dela, até a maturidade dos filhos aos quais, na vida carnal
ou em espírito, permanecem velando sem deles nunca se distanciarem.
Há mulheres que ainda não compreenderam o significado da maternidade, mas no tempo
certo perceberão seu papel fundamental diante das vidas pelas quais se tornaram responsáveis. Num
apaixonante processo de engrandecimento da alma, a mulher que se torna mãe aprende a ser uma espécie de
anjo para seus filhos.
Sou mãe e tal fato gera uma constante preocupação pelo bem estar de alguém além de
mim mesma. Sou mãe e nem sempre recebo sorrisos ou sou a parceira de segredos. Sou mãe e sei que meu
filho um dia irá embora construir a própria vida. E sendo mãe, de nada disso abriria mão, porque junto veio a
primeira palavra “mamãe”, as mãozinhas carinhosas, o abraço forte e quente, o “vem me buscar” e o “eu te
amo”.
Não menos importante, tornando-me mãe foi que compreendi o que é ser filha, entendi a
preocupação, o desejo da presença, a ânsia por um telefonema dizendo “cheguei”, percebi que ao nos
tornarmos mães crescemos, não importando nossas imperfeições.
Quantas mulheres esqueceram que são parceiras do Criador. Considerar a gestação um
fardo do qual nos podemos livrar, é atestar a incapacidade de criar um futuro que vale a pena, repleto de amor
e bênçãos.
Autor(a): Vania Mugnato de Vasconcelos

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A VOZ QUE ME DIRIGE OS PASSOS.

Ainda bem que no mundo existem os poetas...
São eles e seus versos encantados que nos ensinam enxergar um fato comum, por vezes banal em aparência, de uma forma nunca antes imaginada por nós.
São eles, principalmente os poetas do bem que, ao tratarem de questões graves da vida, nos ensinam a ter esperança.
Assim, deleitemos-nos com Gonçalves Dias - eminente poeta brasileiro - e sua bela visão sobre Deus e as dores do mundo:
Por que então maldiremos este mundo
       e a vida que vivemos,
       se nos tornamos do Senhor mais dignos,
       quando mais dor sofremos?
Quantos cabelos temos, Ele o sabe;
       Ele pode contar
       as folhas que há no bosque, os grãos d´areia
       que sustentam o mar.
Como pois não será Ele conosco
       no dia da aflição?
       Como não há de computar as dores
       do nosso coração?
Como há de ver-nos, sem piedade, o rosto
       coberto d´amargura;
       Ele, Senhor e Pai, conforto e guia
       da humana criatura?
Se o vento sopra, se se move a Terra,
       se iroso o mar flutua;
       se o sol rutila, se as estrelas brilham,
       se gira a branca lua;
Deus o quis, Deus que mede a intensidade
       da dor e da alegria,
       que cada ser comporta – num momento
      d´arroubo ou d´agonia!
Embora pois a nossa vida corra
       alheia da ventura!
       Além da Terra há céus, e Deus protege
       a toda criatura!
Viajor perdido na floresta à noite,
       assim vago na vida;
       mas sinto a Voz que me dirige os passos
       e a Luz que me convida.
                                                                                         * * *
O maior poeta que já esteve na face do orbe terrestre – inspirador de outros tantos poetas do bem que O seguiriam neste planeta – certa feita proclamou:
Bem-aventurados os que choram, pois que serão consolados.
Ora, quem há de oferecer consolo a tantas lágrimas que são vertidas a cada segundo na Terra?
De onde vem tal consolo, senão do Criador, de Suas Leis perfeitas e de Seu Amor maior por Suas criaturas?
É a Voz que nos dirige os passos... Sempre presente.
Redação do Momento Espírita.