AFINAL, OQUE É OPÇÃO SEXUAL?
Um menino de 13 anos, escolarizado, provavelmente sabe mais sobre sexo do que o seu bisavô de 80 anos. Nosso conhecimento sobre a sexualidade humana deu um salto estratosférico nas últimas décadas, o que, em parte, contribuiu para a melhoria da qualidade de vida pela superação de preconceitos e tabus. Ainda assim, o território da sexualidade continua habitado por incontáveis mistérios e muitas ilusões de ótica. A sociedade “liberada” sexualmente segue tropeçando em conceitos e práticas equivocados que produzem mais dores que prazeres.
Quando estaremos aptos a desfrutar e a exercer (sim, isso também gera consequências!) nossa sexualidade com a mesma naturalidade com que respiramos e nos alimentamos? Quando, enfim, nossa vida sexual se livrará da culpa que sustenta as posturas radicais, da repressão apoiada em tabus aos espasmos compulsivos?
Se você observá-los com equidistância, vai perceber: há um elo que ata o puritano ao depravado. Ambos reagem a um desconforto interior que os impede de lidar em equilíbrio com a própria energia sexual. Entre as polaridades desse continuum ficamos nós, mergulhados na dificuldade de entender e viver nossa sexualidade, perdidos entre conceitos confusos.
Não fosse assim e já teríamos descartado a expressão “opção sexual”, tão recorrente na boca de liberais e conservadores, especialmente quando o tema é homossexualidade. Afinal, o que é isso? O que é opção sexual?
Você, leitor, saberia dizer quando e como optou por ser heterossexual? Como enfrentou o dilema de escolher entre deitar com mulheres ou com homens? E se você é homossexual, quando resolveu “orientar” sua sexualidade para ter prazer apenas com pessoas do mesmo sexo?
Obviamente ninguém conseguiria responder com honestidade a tais questões pelo simples fato de que - até onde alcançam os olhares da ciência - a sexualidade se apresenta não como resultante de um ato de vontade, mas uma construção lenta, e ainda misteriosa, a partir da interação provável de genes e, posteriormente, do sistema nervoso com o ambiente. A base desse edifício se consolida já na primeira infância, antes do sete anos, portanto, quando a criança ainda é inapta para avaliar e escolher.
Homossexualidade, como heterossexualidade, é condição e não opção. Nem mesmo é orientação, algo gerado sob uma influência exterior prevalente. Filhos de homossexuais (lembre-se: há homos também no casamento convencional), em sua maioria são héteros perfeitos e os homossexuais geralmente são filhos de heterossexuais plenos.
Opção sexual é expressão inadequada que serve ao preconceito e à discriminação de uma minoria. E isso só é superado quando vemos a sexualidade de cada pessoa (e não o seu comportamento) como uma expressão natural e aceitável.
Jomar Morais
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