sábado, 28 de dezembro de 2013

MANUAL DE EMERGÊNCIAS AQUÁTICAS, SALVAMENTO POR AFOGAMENTO EM PISCINAS, RIOS, MAR E LAGOS!

http://sobrasa.org/biblioteca/Manual_emerg_aquaticas_2012_curso_dinamico.pdf

Atualmente, o número de óbitos por afogamento em nosso país supera os 6.500 casos por ano, isto sem falar nos acidentes não fatais que chegam a mais de 100.000. Nossas crianças, infelizmente, são as maiores vítimas dessa situação, pois tem entre 1 e 9 anos de idade, o afogamento como segunda causa de morte. Esses dados demonstram a ocorrência de uma catástrofe anual que necessita ser interrompida. 

Com o crescimento do número de pessoas que desfrutam do meio líquido, seja para o banho, a natação, a prática de esportes aquáticos, o transporte, ou mesmo para trabalho; em piscinas ou praias, tornou-se fundamental à orientação preventiva no sentido de evitar o acidente mais grave que pode ocorrer na água – o Afogamento! 

Infelizmente o afogamento é muito comum em nosso país, e ocorre em sua maioria na frente de amigos e familiares que poderiam evitar ou ajudar, mas desconhecem inteiramente como poderiam reagir. O desconhecimento ou a imprudência são muitas vezes, as causas principais destes acidentes na água. Sabemos que mais de 70% das pessoas que se afogam em nossas praias vivem fora da orla, e, portanto não estão habituadas aos seus perigos e peculiaridades.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NATAL - VERDADEIRO DESAFIO À REFLEXÃO ÉTICA

Jerri Almeida

Os historiadores do cristianismo empenham-se por encontrar os indícios materiais que comprovariam a existência do homem Jesus. Além da Bíblia, encontramos outras poucas referências a Jesus em autores como Flavius Josephus, um historiador judeu do primeiro século. Em sua obra: Antiguidades, ele afirma: “Havia por aquele tempo Jesus, um homem sábio, se for direito chamá-lo de homem...”
No século II, Tácito, um famoso historiador romano também se refere a: “...Cristo, que o procurador Pôncios Pilatos entregou ao suplício.” Seria desnecessário enumerar outras referências. O fato é que o cristianismo ganhou cada vez mais espaço dentro do declinante Império Romano, passando, também, a sofrer uma mistura cultural, quase inevitável.
 Dessa forma, a data que hoje conhecemos como atribuída ao Natal, foi definida no ano 336 d.C.  O 25 de dezembro, oficializado no século IV,  originou as festividades do nascimento de Jesus. Foi uma transposição cultural às comemorações, na mesma data, do nascimento de Mitra, o deus-sol de origem Persa.
O Natal, entretanto, aí está, quer seja nos seus aspectos simbólicos, ou no sentimento que impele o ser humano a uma profunda revisão de seus valores. Na crise de civilização que a humanidade  atravessa, a proposta cristã – fundada na ética do amor – é muito mais profunda do que as meras apelações comerciais construídas pela sociedade capitalista.
Na verdade, podemos identificar na mensagem natalina um verdadeiro desafio à reflexão ética. Muito embora sem nada escrever, Jesus Cristo continua influenciando milhões de pessoas, em todo o mundo.  Longe de estarem superados, os seus ensinos morais representam um admirável repositório de sabedoria. Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec na questão 625 indagando os benfeitores espirituais sobre quem seria o Ser que Deus enviou à Terra para nos servir de modelo e guia, obteve como resposta: “Jesus”.
Figura paradigmática, Jesus é o homem mais falado da história. Sobre nenhum outro personagem se escreveu tantos livros, seja para desvendar sua personalidade, para interpretar seus ensinos ou para mencionar seus fatos notáveis. Apesar disso, o jornalista e psicólogo espanhol Juan Árias chegou a afirmar sobre Jesus: “Esse grande desconhecido”.  Antes dele, no entanto, o historiador francês Ernest Renan já havia dito que Jesus era: “Um homem incomparável”.
O Natal não deve ser visto nos acanhados limites dos rituais religiosos ou nos festejos para troca de presentes. A proposta apresenta por Jesus nesses vinte e um séculos de cristianismo é profundamente inovadora, repercutindo numa nova ética para a vida.
Nos dias atuais, marcados por tanta rigidez dos sentimentos, de violência e de desigualdades sociais marcantes caracterizando uma sociedade que atingiu alto nível de desenvolvimento tecnológico, mas que ainda se encontra encarcerada nos grilhões da indiferença, a mensagem do Cristo continua emblemática.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

NATAL - VERDADEIRO DESAFIO À REFLEXÃO ÉTICA

Jerri Almeida
Os historiadores do cristianismo empenham-se por encontrar os indícios materiais que comprovariam a existência do homem Jesus. Além da Bíblia, encontramos outras poucas referências a Jesus em autores como Flavius Josephus, um historiador judeu do primeiro século. Em sua obra: Antiguidades, ele afirma: “Havia por aquele tempo Jesus, um homem sábio, se for direito chamá-lo de homem...”
No século II, Tácito, um famoso historiador romano também se refere a: “...Cristo, que o procurador Pôncios Pilatos entregou ao suplício.” Seria desnecessário enumerar outras referências. O fato é que o cristianismo ganhou cada vez mais espaço dentro do declinante Império Romano, passando, também, a sofrer uma mistura cultural, quase inevitável.
 Dessa forma, a data que hoje conhecemos como atribuída ao Natal, foi definida no ano 336 d.C.  O 25 de dezembro, oficializado no século IV,  originou as festividades do nascimento de Jesus. Foi uma transposição cultural às comemorações, na mesma data, do nascimento de Mitra, o deus-sol de origem Persa.
O Natal, entretanto, aí está, quer seja nos seus aspectos simbólicos, ou no sentimento que impele o ser humano a uma profunda revisão de seus valores. Na crise de civilização que a humanidade  atravessa, a proposta cristã – fundada na ética do amor – é muito mais profunda do que as meras apelações comerciais construídas pela sociedade capitalista.
Na verdade, podemos identificar na mensagem natalina um verdadeiro desafio à reflexão ética. Muito embora sem nada escrever, Jesus Cristo continua influenciando milhões de pessoas, em todo o mundo.  Longe de estarem superados, os seus ensinos morais representam um admirável repositório de sabedoria. Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec na questão 625 indagando os benfeitores espirituais sobre quem seria o Ser que Deus enviou à Terra para nos servir de modelo e guia, obteve como resposta: “Jesus”.
Figura paradigmática, Jesus é o homem mais falado da história. Sobre nenhum outro personagem se escreveu tantos livros, seja para desvendar sua personalidade, para interpretar seus ensinos ou para mencionar seus fatos notáveis. Apesar disso, o jornalista e psicólogo espanhol Juan Árias chegou a afirmar sobre Jesus: “Esse grande desconhecido”.  Antes dele, no entanto, o historiador francês Ernest Renan já havia dito que Jesus era: “Um homem incomparável”.
O Natal não deve ser visto nos acanhados limites dos rituais religiosos ou nos festejos para troca de presentes. A proposta apresenta por Jesus nesses vinte e um séculos de cristianismo é profundamente inovadora, repercutindo numa nova ética para a vida.
Nos dias atuais, marcados por tanta rigidez dos sentimentos, de violência e de desigualdades sociais marcantes caracterizando uma sociedade que atingiu alto nível de desenvolvimento tecnológico, mas que ainda se encontra encarcerada nos grilhões da indiferença, a mensagem do Cristo continua emblemática.

domingo, 15 de dezembro de 2013

A Lição do Escravo

Há muito tempo, quando ainda existia a escravidão no Brasil, um negro velhinho, de cabelos de neve, chamado Bastião, vivia numa fazenda grande e bonita.

O senhor, dono das terras, era mau e prepotente. Por qualquer coisa, chicoteava os escravos; e, se suas ordens não fossem obedecidas ou se o negro tentasse fugir, era colocado no tronco, onde ficava acorrentado sem comer e sem beber por muitos dias.

Por isso, os escravos eram revoltados e não gostavam do patrão. Mas Bastião era diferente. Dono de coração bom e generoso estava sempre contente da vida e tentando ajudar a todos.

A filhinha do fazendeiro, menina meiga e gentil, se afeiçoara ao velho Bastião e passava o tempo junto do escravo, ouvindo suas histórias.

Certo dia, um dos escravos, não suportando mais os maus-tratos, tentou fugir. Encontrado pelo feitor e aprisionado, foi acorrentado ao tronco.

O filho do escravo fujão, menino de apenas cinco anos, vendo o pai amarrado, aproximou-se em lágrimas, agarrando-se nas pernas dele.

Irritado com os gritos do pequeno, o senhor mandou que o atirassem no meio do mato para não mais ouvir seu choro.

O fazendeiro não percebeu, porém, que sua filhinha Ana, condoída da sorte do negrinho, embrenhara-se também pelo mato para fazer-lhe companhia.

Ao perguntar pela menina, que era a luz dos seus olhos, sentindo sua falta, lhe disseram que ela fora procurar o pequeno escravo.

Assustado, o patrão chamou alguns homens e foi atrás dela. Contudo, o velho Bastião, que percebeu o que estava acontecendo, já se adiantara e tinha ido procurar as crianças.

Quando o fazendeiro e seus homens chegaram, o encontraram com uma cobra venenosa morta nas mãos, e as crianças abraçadas e em segurança, encolhidas atrás de um tronco caído, trêmulas de medo.

Bastião matara a cobra, mas fora picado por ela.

Vendo o que tinha ocorrido, o senhor não sabia como manifestar sua gratidão, pois era evidente que o escravo defendera as crianças com a própria vida.

Abraçando a filhinha, que estava muito assustada, o patrão perguntou, pela primeira vez denotando gentileza no trato com um escravo:

— O que você deseja, Bastião, pela bravura que demonstrou salvando a vida da minha filha? Seja o que for que pedir, lhe será concedido.

E o velho escravo, em cujo organismo o veneno da cobra já fazia efeito, respondeu com os olhos úmidos de pranto, muito emocionado:

— Não salvei apenas sua filha, senhor, mas também a vida de um pequeno escravo, pois toda vida vem de Deus e é igualmente importante. Já que me permite externar um desejo, gostaria de lhe pedir que todas as criaturas fossem tratadas como seres humanos, sem distinção, uma vez que somos todos filhos do nosso Pai Celestial.

E percebendo o olhar de espanto do senhor perante seus conceitos, que não julgara possível encontrar num velho escravo, Bastião concluiu:

— Isso eu aprendi com Jesus Cristo.

Diante daquelas palavras que representavam uma lição para ele, uma vez que o escravo poderia ter-se vingado dele na pessoa de sua filha Ana, e não o fizera, o fazendeiro abaixou a cabeça, envergonhado, e concordou:

— É verdade. Você tem razão, Bastião. Seja assim como deseja. De hoje em diante eu prometo-lhe que os escravos serão bem tratados, com todo o respeito que se deve a seres humanos.

A partir desse dia, o fazendeiro melhorou consideravelmente a vida dos escravos, dando-lhes condições dignas de existência, melhorando suas moradias e fornecendo-lhes alimentação mais saudável.

Com a melhoria nas condições de vida, ele percebeu que o tronco não era mais necessário, pois os escravos passaram a gostar dele e do serviço na fazenda, e tudo o que faziam era de boa vontade e com um sorriso nos lábios.

Alguns anos depois, com o crescimento da ideia abolicionista no Brasil, esse fazendeiro foi dos primeiros a libertar seus escravos, transformando-os em trabalhadores assalariados.

E nunca mais o fazendeiro se esqueceu do velho escravo Bastião que, na sua simplicidade, dera um exemplo de amor tão grande, que modificara sua vida e a de todos quantos residiam naquela propriedade.

Célia Xavier Camargo - Fonte: O Consolador.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O ENTERRO DE MANDELA.

O enterro de Mandela.

Desnecessário para Nélson Mandela as inúmeras homenagens que lhe estão sendo prestadas.
Veja bem, eu disse desnecessárias para Mandela, mas não imerecidas, pois o líder mundial merece muito mais que isso. Merece que sigam seu exemplo de coragem, determinação e luta contra o preconceito.
Espíritos mais esclarecidos, como no caso de Mandela, preferem que as homenagens feitas pelos homens sejam levadas a sério e repercutam na mudança de atitudes dos líderes das nações e pessoas em geral.
O que foge disso para eles não tem grande relevância.
Pode ser que para o mundo um enterro rápido, sem homenagens seria como uma “falta de consideração”.
Entretanto, o que adianta louvar o corpo e deixar a memória do líder no esquecimento?
Ou seja, que se copie o que Mandela fez e que seu legado multiplique-se pelo mundo todo.
Isso certamente o que ele quer.
O Espiritismo esclarece que Espíritos como Mandela não estão "muito ai" para essas homenagens realizadas por pessoas que, não raro, guardam pouca afinidade com suas ideias.
Isso fica muito claro na resposta que os Espíritos deram a Kardec referente a questão 326 ao afirmarem que Espíritos com certo grau de evolução não se prendem tanto a essas homenagens.
Penso que deve servir apenas como uma boa lembrança, mas não se orgulham disso.
Fizeram o bem não porque queriam reconhecimento, mas porque o bem pertence a eles.
E não se pode esquecer que melhor em casos de desencarne é realizar o enterro o mais breve possível, sem tantos fricotes, a fim de não perder tempo com protocolos que em nada aumentarão os feitos daquele que partiu.

O que Mandela tinha de fazer já está feito e está ai para ser estudado e praticado por esta geração e as que virão.
Enfim, é vida que segue.
Se alguém quiser mesmo homenagear Mandela que "copie" suas atitudes e o tenha como referência em um mundo tão carente de referências positivas.
O resto?
Bem, o resto é apenas o resto, um bobo protocolo que mais atrapalha do que ajuda o retorno do Espírito ao mundo de origem.
Provavelmente, alguns dias depois de seu enterro Mandela não está mais por aqui, já deve ter ido encontrar-se com outros Espíritos como Gandhi, Madre Tereza e Chico Xavier que, assim como ele, deram relevante contribuição para o progresso humano.



Wellington Balbo (Bauru – SP) é membro da Rede Amigo Espírita
Wellington Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro "Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro Espírita Joana D´Arc, em Bauru.

domingo, 8 de dezembro de 2013

PERDA DE ENTES QUERIDOS, DOR MORAL QUE CORTA NOSSO CORAÇÃO!
PERDA DE ENTES QUERIDOS, DOR MORAL QUE CORTA NOSSO CORAÇÃO!

A dor causada pela perda dos entes amados atinge a todos nós com a mesma intensidade. É a lei da vida a que estamos sujeitos. 

Quando nascemos, nossa única certeza absoluta no transcorrer da vida será a de que um dia morremos.

Não costumamos pensar muito na morte, não fazendo ela parte das nossas preocupações mais imediatas. Vamos levando a vida sem pensar que um dia morremos. Mas daí vem o inesperado, e quando nos deparamos ela bate nossa porta arrebatando-nos um ente amado.

Então sentimo-nos impotentes diante dela e o pensamento de que nunca mais “o veremos” aumenta mais a dor. Dor alguma é comparável a essa. Ceifando a alegria de viver de quem fica no corpo, assinala profundamente os sentimentos de amor, deixando vigorosas marcas no campo emocional. Mesmo na vida física há separações traumáticas, longa e às vezes definitiva. Na morte, então a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível.

A morte, no entanto, é uma fatalidade inevitável, e todos aqueles que se encontram vivos no corpo, em momento próprio dele serão arrebatados.

Algumas pessoas sentem com maior intensidade a perda do ente amado, demorando a se recuperar da dor pela partida deste. O chamado período de luto. O período de luto é influenciado por vários fatores, dentre estes a idade, saúde, cultura, crenças religiosas, segurança financeira, vida social, antecedentes de outras perdas ou eventos traumáticos e principalmente quando a morte ocorreu repentinamente, de uma forma brusca, como acontece em desastres, acidentes ou por ato de violência. Cada um desses fatores pode aumentar ou diminuir a dor do luto.

Mas porque é tão dolorosa a perda, ou melhor, a separação de um ente amado? Justamente, porque os amamos, e porque os amamos queremos tê-los continuamente junto a nós, e isso é natural, portanto, não necessita de explicações! Vivemos em função uns dos outros, se aquele que amamos se vai... Como não sentir? A impossibilidade de se conversar, ouvir a voz, tocar no ente amado que partiu, é devastor para aquele que ficou. Uma foto, um aroma, uma música bastam para lembrar o ente querido e a dor da sua ausência reaparece cada vez mais forte acompanhada da saudade causticante!

Diante de tão terrível e amarga dor. Aonde procurar consolo? 
Aonde procura respostas? O que fazer e qual a nossa atitude mais correta para sobrevivermos a ela?

Para entender a atitude dos espíritas diante da dor da perda de entes queridos, é preciso entender a visão espírita da morte!

Toda a religião espiritualista tem em comum a crença na imortalidade da alma. No entanto, o Espiritismo acrescenta e difere das demais, porque nos mostra que além de imortal, a alma após a morte mantém sua individualidade, se aperfeiçoa e evolui pela pluralidade das existências (reencarnação) e existe a comunicação entre os que se encontram no Mundo Espiritual e aqueles que se encontram no mundo material.

Diante da imortalidade da alma a morte é, pois: a destruição do corpo físico, comum a todos os seres biológicos, seja pelas transformações orgânicas, pelo desgaste à medida que nele se movimenta, ou por uma agressão violenta!

Considerando que o Espírito esta em constante crescimento e renovação, a morte é um meio de transição e não um ponto final, possibilitando assim através da reencarnação mudança de ambientes e projetos de vida! 

Vejamos o que diz o Livro dos Espíritos.

QUESTÃO 153:

P: Em que sentido se deve entender a vida eterna?

R: “A vida do espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. quando o corpo morre, a alma retorna a vida eterna”!

Segundo consolo que encontramos na Doutrina Espírita: possibilidade de comunicação entre os encarnados e os desencarnados!

A possibilidade da comunicação com o ser querido leva muitas pessoas a desejarem, a todo custo, uma mensagem, uma palavra que possa proporcionar-lhes a aceitação do ocorrido e que lhes minore a dor da enorme saudade que sentem!

No entanto, é necessário se precaver contra a urgência desenfreada de se obter essa comunicação, principalmente quando é recente a desencarnação. Nesse caso, sabemos que ela não é impossível, mas não é recomendada porque, e isto é natural e previsível para todos os recém desencarnados, há um período de adaptação do Espírito a sua nova realidade.

Não podemos olvidar também que as condições em que se encontram os Espíritos no mundo espiritual, se dão pelo próprio espírito, ou seja, pelas escolhas, a forma como viveu enquanto encarnado, seus méritos e suas necessidades! Diante disso, a comunicação pode ser impedida ou não possível por um determinado tempo.

Em segundo, as comunicações são acompanhadas de uma necessidade e de uma utilidade! Temos que entender que o mundo espiritual não esta para nos servir a qualquer hora ou custo, para saciar desejos desenfreados, isso pode abrir portas para mistificações e ate obsessões. Por isso toda e qualquer comunicação deve ser vista com cautela e seriedade!

Então as pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma mensagem de um ente querido desencarnado, estejam avisadas de que este contato nem sempre é possível. Às vezes passam-se meses e até anos antes de obterem uma palavra ou mensagem. Nem os médiuns, nem os Espíritos estão obrigados a nos dar as respostas que queremos, mas se a Misericórdia Divina permitir, com certeza será recebida, como podemos comprovar por tantas psicografias, posteriormente publicadas em livros, recebidas por Francisco Candido Xavier, mensagens consoladoras e esperançosas para pais, filhos, amigos...

Outro consolo que a Doutrina Espírita trás, diz respeito às desencarnações de entes amados em tenra idade, jovens, filhos ceifados de um momento para outro, por meio de acidentes, violência desenfreada, doenças rápidas! 

Esse tipo de desencarnação geralmente causa espanto, e muita revolta para os que ficam. Mas no Evangelho Segundo Espiritismo, no capitulo V, Instruções dos Espíritos no item perda de pessoas amadas e mortes prematuras (Sansão, antigo membros da Sociedade Espírita de Paris, 1863):

Ele diz assim: “a morte prematura é quase sempre um grande beneficio que Deus concede ao que se vai. Sendo assim preservado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. aquele que morre na flor da idade não é vitima da fatalidade, pois, deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na terra.”

Ressalta-se que nos casos de morte em que não houve imprudência ou que não houve nenhuma participação do desencarnado.

E Sansão ainda nos diz:

“regozijai-vos em vez de chorar quando apraz Deus retirar um dos seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe entre os que não têm fé, e que vêem na morte a separação eterna. Mas vós espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro corporal. Mães sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, eles estão bem perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento, mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revelam uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus!”

Diante dessas palavras instrutivas do Espírito Sansão, podemos ver que os pensamentos, dirigidos aos entes amados desencarnados, chegam como vibrações e são percebidas e assimiladas por eles. Porque a morte nada mais é do que a destruição do corpo orgânico, mas a alma imortal segue eterna, assim como os laços de amor e afeições que os uniu aos pais, aos filhos, aos maridos, as esposas, aos amigos!

A Doutrina Espírita orienta-nos a pensar e emitir vibrações de amor, e não de dor e desespero. Vejamos o que nos revela a questão 936 do Livro dos Espíritos.

P: - Como é que as dores inconsoláveis dos que sobrevivem se refletem nos espíritos que as causam?

R: O espírito é sensível às lembranças e às saudades dos que lhes eram caros na terra; mas uma dor incessante e desarrazoada, o toca penosamente, porque nessa dor excessiva ele vê falta de fé no futuro e confiança em deus e, por conseguinte, um obstáculo ao adiantamento dos que o choram e talvez à sua reunião com ele.”

Da mesma forma os entes amados que partiram nos emitem pensamentos e vibrações de amor e de esperança. Acontece que muitas vezes, nos prendemos na dor, e não nos apercebemos da presença deles. Muitas vezes, eles têm que recorrerem às sessões mediúnicas, com a devida permissão dos seus orientadores espirituais, para pedir, que não soframos mais. Que nosso sofrimento excessivo, os fazem sofrer, que nosso apego as lembranças com dor os atingem e os afligem. Muitos ainda impossibilitados de virem se comunicar, porque ainda estão de adaptando e se recuperando, (um dos motivos que a evocação não é recomendada) solicitam aos seus mentores que mandem noticias em seus nomes, para acalmar o coração dos familiares em sofrimento. A morte não é o mergulho no nada, é apenas a mudança de estado, e que eles continuam do lado de lá, recebendo de nós, os sentimentos de amor, ou de revolta que possamos emitir.

Joanna de Angelis nos alerta quanto nossa atitude perante nossos desencarnados entes queridos, na obra Rumos Libertadores.

Ela diz assim: “não digas, ou interrogues, antes os que desencarnaram: “deixaram-me, e agora? O que será de mim?

Estes conceitos, profundamente egoístas, atestam desamor, antes do que devotamento.

Nem te entregues ao desejo de partir, também sob a falsa alegação de que não pode continuar sem eles.

Esta atitude fá-los-á sofrer.

Põe-te no lugar deles. Como te sentirias do lado de cá, acompanhando o ser amado que se resolvesse complicar a própria situação, justificando seres tu o responsável?

Imagina-te impossibilitado por leis soberanas de socorrer ao amor da retaguarda que, em desalinho caprichoso, chamasse e imprecasse por ti, e verificarás quanto te seria doloroso.

“Assim também eles sofrem em razão de atitude contundente, quanto se alegra em face da resignação, da saudade dulcida e das preces gentis que os afetos lhes devotam”.

Podemos tirar três lições do texto de Joanna de Angelis:

Primeira lição: nossos pensamentos emitidos os fazem sofrer ou os alegram!

Segunda lição: é não buscar evocá-los; quando ela diz: “imagina-te impossibilitado por leis soberanas de socorrer ao amor da retaguarda que, em desalinho caprichoso, chamasse e imprecasse por ti...”

Terceira lição: envolve-los em preces. O Evangelho Segundo Espiritismo traz uma coletânea de preces e fala da importância da oração pelos que acabam de deixar a terra como forma de ajudar no desligamento do Espírito, tornando seu despertar no além tumulo mais tranqüilo.

Para enfrentarmos a dor da perda de entes queridos, devemos partir primeiro da fé e confiança na imortalidade da alma; que a morte é apenas a transição de um estado para o outro, qual seja, a saída do mundo físico para a vida espiritual. Que a alma liberta do corpo segue seu curso mantendo sua individualidade, levando consigo, as experiências, os amores e os laços de família, que são ainda mais reforçados, posto que libertos do corpo os Espíritos compreendem melhor certas situações, as quais, enquanto estavam no corpo, passavam despercebidas.

A crença na vida após a morte e que a separação é passageira, traz um grande consolo no momento da partida daqueles que amamos. Lembrar os bons momentos vividos com esse ente amado, sabendo que nada acontece ao acaso e que a separação é apenas momentânea demonstrando assim fé e confiança nos desígnios de Deus e na possibilidade do reencontro.
Sabendo que a desencarnação é para, nós inevitável devemos nos preparar para ela, vivendo cada instante, uns com os outros como se fosse o ultimo; aprendendo e compartilhando conhecimentos! Amando, perdoando e servindo ao bem comum!

Cultuar a memória dos entes queridos desencarnados mediante ações de que eles se alegram, de que possam participar inspirando-nos e protegendo-nos, ou aprendendo conosco aquilo que não souberam ou não quiseram aproveitar!


A dor causada pela perda dos entes amados atinge a todos nós com a mesma intensidade. É a lei da vida a que estamos sujeitos. 

Quando nascemos, nossa única certeza absoluta no transcorrer da vida será a de que um dia morremos.

Não costumamos pensar muito na morte, não fazendo ela parte das nossas preocupações mais imediatas. Vamos levando a vida sem pensar que um dia morremos. Mas daí vem o inesperado, e quando nos deparamos ela bate nossa porta arrebatando-nos um ente amado.

Então sentimo-nos impotentes diante dela e o pensamento de que nunca mais “o veremos” aumenta mais a dor. Dor alguma é comparável a essa. Ceifando a alegria de viver de quem fica no corpo, assinala profundamente os sentimentos de amor, deixando vigorosas marcas no campo emocional. Mesmo na vida física há separações traumáticas, longa e às vezes definitiva. Na morte, então a saudade e a vontade de ter outra vez aquele que se foi é perfeitamente natural e compreensível.

A morte, no entanto, é uma fatalidade inevitável, e todos aqueles que se encontram vivos no corpo, em momento próprio dele serão arrebatados.

Algumas pessoas sentem com maior intensidade a perda do ente amado, demorando a se recuperar da dor pela partida deste. O chamado período de luto. O período de luto é influenciado por vários fatores, dentre estes a idade, saúde, cultura, crenças religiosas, segurança financeira, vida social, antecedentes de outras perdas ou eventos traumáticos e principalmente quando a morte ocorreu repentinamente, de uma forma brusca, como acontece em desastres, acidentes ou por ato de violência. Cada um desses fatores pode aumentar ou diminuir a dor do luto.

Mas porque é tão dolorosa a perda, ou melhor, a separação de um ente amado? Justamente, porque os amamos, e porque os amamos queremos tê-los continuamente junto a nós, e isso é natural, portanto, não necessita de explicações! Vivemos em função uns dos outros, se aquele que amamos se vai... Como não sentir? A impossibilidade de se conversar, ouvir a voz, tocar no ente amado que partiu, é devastor para aquele que ficou. Uma foto, um aroma, uma música bastam para lembrar o ente querido e a dor da sua ausência reaparece cada vez mais forte acompanhada da saudade causticante!

Diante de tão terrível e amarga dor. Aonde procurar consolo? 
Aonde procura respostas? O que fazer e qual a nossa atitude mais correta para sobrevivermos a ela?

Para entender a atitude dos espíritas diante da dor da perda de entes queridos, é preciso entender a visão espírita da morte!

Toda a religião espiritualista tem em comum a crença na imortalidade da alma. No entanto, o Espiritismo acrescenta e difere das demais, porque nos mostra que além de imortal, a alma após a morte mantém sua individualidade, se aperfeiçoa e evolui pela pluralidade das existências (reencarnação) e existe a comunicação entre os que se encontram no Mundo Espiritual e aqueles que se encontram no mundo material.

Diante da imortalidade da alma a morte é, pois: a destruição do corpo físico, comum a todos os seres biológicos, seja pelas transformações orgânicas, pelo desgaste à medida que nele se movimenta, ou por uma agressão violenta!

Considerando que o Espírito esta em constante crescimento e renovação, a morte é um meio de transição e não um ponto final, possibilitando assim através da reencarnação mudança de ambientes e projetos de vida! 

Vejamos o que diz o Livro dos Espíritos.

QUESTÃO 153:

P: Em que sentido se deve entender a vida eterna?

R: “A vida do espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. quando o corpo morre, a alma retorna a vida eterna”!

Segundo consolo que encontramos na Doutrina Espírita: possibilidade de comunicação entre os encarnados e os desencarnados!

A possibilidade da comunicação com o ser querido leva muitas pessoas a desejarem, a todo custo, uma mensagem, uma palavra que possa proporcionar-lhes a aceitação do ocorrido e que lhes minore a dor da enorme saudade que sentem!

No entanto, é necessário se precaver contra a urgência desenfreada de se obter essa comunicação, principalmente quando é recente a desencarnação. Nesse caso, sabemos que ela não é impossível, mas não é recomendada porque, e isto é natural e previsível para todos os recém desencarnados, há um período de adaptação do Espírito a sua nova realidade.

Não podemos olvidar também que as condições em que se encontram os Espíritos no mundo espiritual, se dão pelo próprio espírito, ou seja, pelas escolhas, a forma como viveu enquanto encarnado, seus méritos e suas necessidades! Diante disso, a comunicação pode ser impedida ou não possível por um determinado tempo.

Em segundo, as comunicações são acompanhadas de uma necessidade e de uma utilidade! Temos que entender que o mundo espiritual não esta para nos servir a qualquer hora ou custo, para saciar desejos desenfreados, isso pode abrir portas para mistificações e ate obsessões. Por isso toda e qualquer comunicação deve ser vista com cautela e seriedade!

Então as pessoas que buscam o centro espírita com profundo desejo de receberem uma mensagem de um ente querido desencarnado, estejam avisadas de que este contato nem sempre é possível. Às vezes passam-se meses e até anos antes de obterem uma palavra ou mensagem. Nem os médiuns, nem os Espíritos estão obrigados a nos dar as respostas que queremos, mas se a Misericórdia Divina permitir, com certeza será recebida, como podemos comprovar por tantas psicografias, posteriormente publicadas em livros, recebidas por Francisco Candido Xavier, mensagens consoladoras e esperançosas para pais, filhos, amigos...

Outro consolo que a Doutrina Espírita trás, diz respeito às desencarnações de entes amados em tenra idade, jovens, filhos ceifados de um momento para outro, por meio de acidentes, violência desenfreada, doenças rápidas! 

Esse tipo de desencarnação geralmente causa espanto, e muita revolta para os que ficam. Mas no Evangelho Segundo Espiritismo, no capitulo V, Instruções dos Espíritos no item perda de pessoas amadas e mortes prematuras (Sansão, antigo membros da Sociedade Espírita de Paris, 1863):

Ele diz assim: “a morte prematura é quase sempre um grande beneficio que Deus concede ao que se vai. Sendo assim preservado das misérias da vida, ou das seduções que poderiam arrastá-lo à perdição. aquele que morre na flor da idade não é vitima da fatalidade, pois, deus julga que não lhe será útil permanecer maior tempo na terra.”

Ressalta-se que nos casos de morte em que não houve imprudência ou que não houve nenhuma participação do desencarnado.

E Sansão ainda nos diz:

“regozijai-vos em vez de chorar quando apraz Deus retirar um dos seus filhos deste vale de misérias. Não é egoísmo desejar que ele fique para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe entre os que não têm fé, e que vêem na morte a separação eterna. Mas vós espíritas, sabeis que a alma vive melhor quando livre de seu invólucro corporal. Mães sabeis que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, eles estão bem perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os inebria de contentamento, mas também as vossas dores sem razão os afligem, porque revelam uma falta de fé e constituem uma revolta contra a vontade de Deus!”

Diante dessas palavras instrutivas do Espírito Sansão, podemos ver que os pensamentos, dirigidos aos entes amados desencarnados, chegam como vibrações e são percebidas e assimiladas por eles. Porque a morte nada mais é do que a destruição do corpo orgânico, mas a alma imortal segue eterna, assim como os laços de amor e afeições que os uniu aos pais, aos filhos, aos maridos, as esposas, aos amigos!

A Doutrina Espírita orienta-nos a pensar e emitir vibrações de amor, e não de dor e desespero. Vejamos o que nos revela a questão 936 do Livro dos Espíritos.

P: - Como é que as dores inconsoláveis dos que sobrevivem se refletem nos espíritos que as causam?

R: O espírito é sensível às lembranças e às saudades dos que lhes eram caros na terra; mas uma dor incessante e desarrazoada, o toca penosamente, porque nessa dor excessiva ele vê falta de fé no futuro e confiança em deus e, por conseguinte, um obstáculo ao adiantamento dos que o choram e talvez à sua reunião com ele.”

Da mesma forma os entes amados que partiram nos emitem pensamentos e vibrações de amor e de esperança. Acontece que muitas vezes, nos prendemos na dor, e não nos apercebemos da presença deles. Muitas vezes, eles têm que recorrerem às sessões mediúnicas, com a devida permissão dos seus orientadores espirituais, para pedir, que não soframos mais. Que nosso sofrimento excessivo, os fazem sofrer, que nosso apego as lembranças com dor os atingem e os afligem. Muitos ainda impossibilitados de virem se comunicar, porque ainda estão de adaptando e se recuperando, (um dos motivos que a evocação não é recomendada) solicitam aos seus mentores que mandem noticias em seus nomes, para acalmar o coração dos familiares em sofrimento. A morte não é o mergulho no nada, é apenas a mudança de estado, e que eles continuam do lado de lá, recebendo de nós, os sentimentos de amor, ou de revolta que possamos emitir.

Joanna de Angelis nos alerta quanto nossa atitude perante nossos desencarnados entes queridos, na obra Rumos Libertadores.

Ela diz assim: “não digas, ou interrogues, antes os que desencarnaram: “deixaram-me, e agora? O que será de mim?

Estes conceitos, profundamente egoístas, atestam desamor, antes do que devotamento.

Nem te entregues ao desejo de partir, também sob a falsa alegação de que não pode continuar sem eles.

Esta atitude fá-los-á sofrer.

Põe-te no lugar deles. Como te sentirias do lado de cá, acompanhando o ser amado que se resolvesse complicar a própria situação, justificando seres tu o responsável?

Imagina-te impossibilitado por leis soberanas de socorrer ao amor da retaguarda que, em desalinho caprichoso, chamasse e imprecasse por ti, e verificarás quanto te seria doloroso.

“Assim também eles sofrem em razão de atitude contundente, quanto se alegra em face da resignação, da saudade dulcida e das preces gentis que os afetos lhes devotam”.

Podemos tirar três lições do texto de Joanna de Angelis:

Primeira lição: nossos pensamentos emitidos os fazem sofrer ou os alegram!

Segunda lição: é não buscar evocá-los; quando ela diz: “imagina-te impossibilitado por leis soberanas de socorrer ao amor da retaguarda que, em desalinho caprichoso, chamasse e imprecasse por ti...”

Terceira lição: envolve-los em preces. O Evangelho Segundo Espiritismo traz uma coletânea de preces e fala da importância da oração pelos que acabam de deixar a terra como forma de ajudar no desligamento do Espírito, tornando seu despertar no além tumulo mais tranqüilo.

Para enfrentarmos a dor da perda de entes queridos, devemos partir primeiro da fé e confiança na imortalidade da alma; que a morte é apenas a transição de um estado para o outro, qual seja, a saída do mundo físico para a vida espiritual. Que a alma liberta do corpo segue seu curso mantendo sua individualidade, levando consigo, as experiências, os amores e os laços de família, que são ainda mais reforçados, posto que libertos do corpo os Espíritos compreendem melhor certas situações, as quais, enquanto estavam no corpo, passavam despercebidas.

A crença na vida após a morte e que a separação é passageira, traz um grande consolo no momento da partida daqueles que amamos. Lembrar os bons momentos vividos com esse ente amado, sabendo que nada acontece ao acaso e que a separação é apenas momentânea demonstrando assim fé e confiança nos desígnios de Deus e na possibilidade do reencontro.
Sabendo que a desencarnação é para, nós inevitável devemos nos preparar para ela, vivendo cada instante, uns com os outros como se fosse o ultimo; aprendendo e compartilhando conhecimentos! Amando, perdoando e servindo ao bem comum!

Cultuar a memória dos entes queridos desencarnados mediante ações de que eles se alegram, de que possam participar inspirando-nos e protegendo-nos, ou aprendendo conosco aquilo que não souberam ou não quiseram aproveitar!

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

A árvore e o fruto

2 árvores
VINÍCIUS LOUSADA
vlousada@hotmail.com


“(...) cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.”
 - Jesus[1]


OPORTUNA METÁFORA

Jesus apresenta-nos uma oportuna metáfora que permite fazer uma avaliação de várias propostas dos campos do conhecimento humano, tanto quanto das gentes que as apresentam. Podemos avaliar o valor de uma filosofia ou de uma orientação religiosa qualquer pelo que a mesma dissemina nos caminhos dos seus profitentes.  
Assim, o preclaro Codificador Allan Kardec, na esteira do ensinamento do Grande Mestre Jesus, apresenta-nos no Código da Vida – O Evangelho segundo o Espiritismo – uma revisão dessa máxima lembrando que o cristão é reconhecido pelas suas obras, assim como o fruto denuncia a natureza da árvore que o produz ressaltando, ainda, que o “primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito”.[2] 


UM ALERTA DE KARDEC 

A Revista Espírita se configura num estudo que revela o processo de construção da Ciência Espírita e, ao mesmo tempo, num repositório da Filosofia Espírita cuja fonte são as comunicações dos Espíritos Superiores.  
Num de seus esclarecedores textos, Kardec apresenta um alerta a respeito do que ele convencionou chamar de “falsos irmãos e amigos inábeis”[3], aliás, expressão da qual se utiliza para nomear o artigo com que nos ocuparemos nessa reflexão. 
O mestre lionês refere-se, inicialmente, às atitudes irrefletidas de certos adeptos que deixam de lado a prudência e agem com um zelo terrível pela Doutrina, gerando mais mal do que bem porque, segundo ele, “não calculam bem o alcance de seus atos e de suas palavras, produzindo, por isso mesmo, uma impressão desfavorável sobre as pessoas ainda não iniciadas na doutrina, mais própria a afastá-las do que as diatribes dos adversários”[4]
Para o Codificador, o Espiritismo estaria mais espraiado, realizando consolações e libertando consciências pelo esclarecimento de sua filosofia racional se não fossem as atitudes impensadas de alguns adeptos descuidados dos conselhos da prudência
Aqui ressalta do texto, em análise, a preocupação do missionário da era novaquanto à postura insensata daqueles adeptos que pareciam crer na infalibilidade de suas opiniões pessoais, descartando o conselho da maioria e, do mesmo modo, a recomendação da prudência que aponta a necessidade de se pensar com maturidade antes de agir, ouvindo também a opinião de seus pares. 
A crença na própria infalibilidade denotaria orgulho ou obsessão. O adepto de uma doutrina como o Espiritismo, que consiste num imenso campo de saber a descobrir e aprofundar através do estudo sério da produção kardequiana, que por sua vez imagine a si mesmo detentor exclusivo da razão, demonstra atitude incoerente para com o bom senso recomendado e “encarnado” na prática por Allan Kardec, conforme a expressão de Camille Flammarion ante seu túmulo. 
Por outro lado, quando nos cremos os únicos dotados de bom senso, detentores da verdade e quase “mais espíritas que Kardec”, estamos, possivelmente, apresentando um processo obsessivo definido em O Livro dos Médiuns como o de fascinação. Recordemos que a fascinação se caracteriza, principalmente, pela influência do Espírito sobre o pensamento daquele que é objeto de sua ação pertinaz, paralisando-lhe o discernimento. 
Segue o texto da Revue se referindo ainda a outras posturas dos amigos inábeis do Espiritismo. Kardec destaca a questão das publicações intempestivas ou excêntricas, o que quer dizer, aqueles escritos ditados pelos Espíritos que deveriam levar o tempo necessário de maturação da cultura ou das ciências para que viessem a lume, ou ainda, aquelas comunicações que deveriam ser, como todas e sem exceção, objeto de análise e estudo comparativo em relação ao ensino universal dos Espíritos. 
De igual modo, o exame sério dos ditados oriundos do mundo invisível evitaria sobremaneira o despropósito das publicações que denigrem a imagem da Doutrina Espírita e que geram desnorteio quanto ao seu lúcido conteúdo, cuja autoridade está fundamentada no ensino coletivo dado pelos Espíritos Superiores. Isso eliminaria publicações que somente revelam sistemas particulares de Espíritos personalistas e pseudossábios. 
Outro assunto considerado mais grave ainda pelo Codificador trata-se dosfalsos adeptos. O artigo aponta para uma estratégia dos adversários do Espiritismo dos dois planos da vida: produzir fatos comprometedores ou fazer com que os sujeitos que aderem à Doutrina os levem a efeito, fabricando-se, pouco a pouco, intrigas ocultas supostamente capazes de desacreditar ou arruinar o Espiritismo. 
Os falsos adeptos eram pessoas que o modo de vida, as suas relações e antecedentes inspiravam pouca confiança quanto às suas convicções concernentes ao ensino espírita. Apresentavam uma admiração fanática e se supunham mártires da Doutrina, nada obstante, como afirma Kardec, “não atraem simpatias: um fluido malsão parece envolvê-los e sua presença nas reuniões lança um manto de gelo”[5]
Mas o golpe de misericórdia na caracterização dos falsos adeptos do Espiritismo está na seguinte referência que, apesar de longa, nos permitimos citar para que possamos pensar em diálogo com o texto kardequiano:  
O que caracteriza principalmente esses pretensos adeptos é sua tendência em fazer o Espiritismo sair de seus caminhos de prudência e de moderação pelo seu ardente desejo do triunfo da verdade; a impelir as publicações excêntricas, a se extasiar de admiração diante das comunicações apócrifas mais ridículas, e que eles têm o cuidado de difundir; a provocar, nas reuniões, assuntos comprometedores sobre a política e a religião, sempre para o triunfo da verdade que não precisam ter sob o alqueire; seus elogios sobre os homens e as coisas são golpes de turíbulo a quebrar cinquenta faces: são os fanfarrões do Espiritismo. Outros são mais adocicados e mais insinuantes; sob seu olhar oblíquo e com palavras melosas, sopram a discórdia, pregando a desunião; lançam jeitosamente sobre o tapete questões irritantes ou ferinas, assunto de natureza a provocar dissidências; excitam um ciúme de preponderância entre os diferentes grupos, e ficam encantados em vê-los se lançarem pedra, e, em favor de algumas divergências de opinião sobre certas questões de forma e de fundo, o mais frequentemente provocadas, levantar bandeira  contra bandeira”[6]. 
Meditemos em torno dessa rica análise que o Codificador nos apresenta a partir de suas vivências no movimento espírita nascente e logo seremos levados a admitir a atualidade de suas palavras. Pensemos nisso não como quem procura culpados aqui ou acolá. Simplesmente, revivamos na memória essas assertivas e perguntemos a nós mesmos, em nossos momentos de oportuna introspecção: o que estamos fazendo dessa Doutrina em nossos fazeres espiritistas? 
 As imposturas no movimento espírita revelam, conforme cada caso, vaidades, obsessões, má-fé, mas, sobretudo, ignorância quanto à Filosofia Espírita e as suas consequências morais. Portanto, é justo recordemos outro alerta de Kardec: “o Espiritismo é mais entravado pelos que o compreendem mal do que pelos que não o compreendem absolutamente, e, mesmo pelos inimigos declarados”[7]
Os pretensos adeptos não somente procuravam afastar a ação espírita da finalidade séria de seu conteúdo filosófico – que, segundo Kardec, não os interessava -, como, igualmente, organizavam reuniões, as de diálogo e estudo com os Espíritos, em lugares impróprios e atraíam estranhos para as mesmas, misturando o que deveria ser encarado com religioso respeito com aquilo que é profano e vulgar. 
Outros ainda se dedicariam a publicações de ideias que na aparência professariam os princípios do Espiritismo e que, através do estudo das mesmas, seria fácil identificar o objetivo de fomentar dissensões no seio da família espírita.        


CONTRAPONTO PRÁTICO 

Allan Kardec, ao nos apresentar esse grave texto sobre os “falsos irmãos e amigos inábeis”, não deixa de se referir ao contraponto destas imposturas cujo critério de verdade está na práxis do adepto do Espiritismo. Diz-nos ele: “não nos poderíamos equivocar quanto ao caráter do verdadeiro espírita; há nele uma franqueza de atitudes que desafia toda suspeição, sobretudo quando corroborada pela prática dos princípios da doutrina”[8]. 
Desse modo, para que possamos investigar quanto à qualidade de nossos serviços prestados ao Espiritismo ou para que tenhamos um critério de verdade visando saber com quem estamos lidando nas hostes espiritistas - evitando-se ingenuidade que mais faz mal do que bem -, observemos com autocrítica e criticidade construtiva o que nós todos estamos apresentando em nossas atitudes dentro e fora de nossas atividades de cunho exclusivamente espírita. 
Prossigamos em nossos estudos em torno da produção kardequiana, procurando compreender e viver em profundidade o pensamento espírita.        



[1] Lucas 43:44.
[2]O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, item 12.
[3] KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 109-118.
[4]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 110.
[5]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 112.
[6] KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 113.
[7]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sétimo – 1864. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 431.
[8]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3.  ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 117.
 
ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA O CONSOLADOR - Ano 3 - N° 150 - 21 de Março de2010: http://www.oconsolador.com.br/ano3/150/vinicius_lousada.html