O ESPIRITISMO PODE SALVAR, CABE A NÓS DIVULGÁ-LO!
Diante de tantas orientações, desde Jesus, há mais de dois mil anos, chamando-nos a atenção para resplandecermos a nossa própria luz, como para iluminarmos também os que estão à nossa volta, pois, devido aos diferentes níveis evolutivos, aqui em nosso planeta temos bilhões de criaturas necessitadas de esclarecimentos a cerca da própria condição, chegando até nossos dias com o advento do Espíritismo. Quem toma conhecimento da Doutrina Espírita, estudando-a, passa a perceber a sua maravilhosa abrangência em todos os aspectos de nossas vidas. Questões fundamentais sobre o porquê da vida, de onde viemos, para onde iremos, felicidade ou infelicidade, defeitos físicos e mentais, doenças, morte, riqueza e pobreza, etc. São inúmeras questões que o Espiritismo tem a chave do esclarecimento, com uma visão racional sobre tudo o que nos envolve. Jamais seremos os mesmos depois de tomarmos conhecimento sobre esta doutrina altamente consoladora. Eis aí a nossa responsabilidade, lembrando o ensino do Meigo Galileu, ao dizer que, “mais será pedido a quem mais for dado”. E o fato abaixo narrado pelo Espírito Hilário Silva sobre o papel do Espiritismo para afastar-nos de erros gravíssimos, de atitudes infelizes, é altamente marcante, chegando ao ponto de o próprio Allan Kardec reanimar-se com tamanho poder de transformar as criaturas. Por isso, nós Espíritas, que já assimilamos a Doutrina dos Espíritos Superiores, temos muito a fazer com esta riqueza que temos em nossas mãos. Temos que trabalhar mais, fazer mais, atender mais, consolar mais. As próprias Casas Espíritas têm que abrir mais as suas portas. Não podem ficar dias e dias fechadas como temos observado aqui em nosso Estado. Elas têm que ser abertas diariamente, como um posto de socorro aos encarnados e desencarnados que estão em desespero. Palestras e passes podem e devem ser realizados todos os dias. Quem precisa trabalhar de dia, pode colaborar à noite. Mas, e os que não precisam trabalhar ou os que já estão aposentados? Lamentavelmente, muitos Centros Espíritas limitam-se a uma ou duas reuniões públicas por semana. É um desperdício de espaço e de tempo. Quantas criaturas não são atendidas ou não são esclarecidas pela nossa negligência? Quantos crimes são cometidos contra si e contra os outros por pessoas que poderiam ter sido ajudadas pelo Espiritismo?
E os meios de comunicação? Por que os Espíritas são tão acanhados em divulgar o Espiritismo através do rádio e da televisão? Falta união entre nós Espíritas, principalmente aqui no Sul do Brasil, bem como desapego dos bens materiais, em especial dos recursos amoedados que teimamos em guardar e que nunca vamos usar... Ao retornarmos ao Mundo Maior, com as mãos praticamente vazias de boas obras, lamentaremos tardiamente o não emprego destes recursos em prol desta Doutrina altamente consoladora e esclarecedora. Então, passaremos um longo tempo meditando e preparando uma nova reencarnação, que demorará e, quem sabe, não tenhamos as mesmas condições anteriores, o que aumentará o nosso sofrimento.
Conta-nos o Espírito Hilário Silva que, “Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado. Fazia frio. Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos. A pressão aumentava... Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa. Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail – a doce Gaby – a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada. O Professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela. E leu:
Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço. Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso. Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital. Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia. Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo. Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano. Faltava ao trabalho, e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa. Minhas forças fugiam. Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio. “Seria fácil, não sei nadar”, pensava. Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie. Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés. Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera. Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
“Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. A. Laurent”.
Estupefato, li a obra – O Livro dos Espíritos – ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.
Ainda constavam da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.
O Codificador desempacotou, então, um exemplar de O Livro dos Espíritosricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme:
"Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. Joseph Perrier".
Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...
Aconchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.
Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...
Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.
Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos...
O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos, e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima...”
(O Espírito da Verdade-Espírito Hilário Silva-Médius C. Xavier/W. Vieira)
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