terça-feira, 26 de novembro de 2019

A família – alicerce social e a Doutrina Espírita

A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do 
caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só 
o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o 
cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem” (Emmanuel- Espírito obra O
 Consolador q.110)
Nas três últimas décadas, principalmente, a sociedade reconhece que as transformações
 sociais ocorridas trouxeram modificações na própria composição do núcleo familiar, bem 
como no comportamento de seus componentes frente ao contexto atual no qual a família está 
inserida. As condições culturais, sociais e econômicas da vida moderna estão possibilitando 
novos papéis para o homem e para a mulher e esses estão desencadeando uma modificação nos 
valores morais e no modo de ser e de viver.
Como consequência, temos fatores positivos como a ampliação e flexibilização do
 pensamento, a diminuição dos preconceitos, a liberação da mulher e a globalização 
através da tecnologia; e outros negativos como a inversão dos valores morais, a desarticulação
 familiar, o aumento da violência juvenil e do despotismo infantil, colocando os pais em constante 
conflito com relação ao encaminhamento educacional que devam dar aos seus filhos.
A família é considerada o mais importante pilar da sociedade, pois é nesse contexto que
 o ser reencarnante vivencia os primeiros processos de socialização, aprende, trabalha e 
busca suas realizações pessoais, vivendo e convivendo nas inúmeras culturas existentes na Terra.
Nesse sentido, a Doutrina Espírita tem muito a contribuir por dar conhecimento dos fatores que 
envolvem as relações familiares e sociais, os valores morais, a educação dos filhos, entre
 outros, analisando-os sob a perspectiva espírita; da lei de causa e efeito; da reencarnação e dos
 ensinos do Cristo, que sejam pertinentes à compreensão da destinação do Espírito imortal, pois
 o adulto seguro e consciente da realidade espiritual compreende a importância do grupo
 familiar equilibrado para o equilíbrio da sociedade.
Por esse motivo, a Federação Espírita Brasileira – FEB tem voltado seus esforços para a
 Evangelização Espírita de Crianças e Jovens, por meio de campanhas, ao longo de trinta anos, 
buscando orientar, organizar e nortear as ações que envolvem a ação evangelizadora em todo
 o Brasil, por meio das Federativas Estaduais. Assim também campanhas envolvendo 
Família, por entender ser de fundamental importância a participação dos grupos familiares na 
educação moral e espiritual das crianças e jovens.
Como a ação evangelizadora das crianças e jovens e das famílias é uma ação educadora e, 
portanto, pedagógica, a FEB busca sempre a melhoria da qualidade dessa tarefa, trazendo novos
 olhares e reflexões sobre as novas teorias e metodologias que venham ao encontro dos 
ensinamentos espíritas contidos nas obras básicas.
Assim, num esforço nacional, surgiram dois novos documentos: Orientação à Ação 
Evangelizadora Espírita da Infância: Subsídios e Diretrizes e Orientação à Ação Evangelizadora
 Espírita da Juventude: Subsídios e Diretrizes.
Em ambos constam importantes reflexões sobre os temas que permeiam a Ação 
Evangelizadora da Criança e do Jovem, envolvendo a casa espírita por meio de seus 
departamentos, o evangelizando, o evangelizador, a família e a sociedade em constante 
transformação.
Por esse motivo, a Federação Espírita do Paraná – FEP, numa ação conjunta com o 
DIJ/FEP, está elaborando um projeto para que as orientações recebidas do DIJ/FEB possam 
ser levadas aos coordenadores e diretores de DIJ das UREs  e, posteriormente, cheguem
 aos seus núcleos espíritas.
Contamos, dessa forma, contribuir para o burilamento da Ação Evangelizadora da Criança, do 
Jovem e da Família, sob as bênçãos do Mestre Galileu e dos amigos espirituais que comandam
 o trabalho da Evangelização Espírita Cristã. 

Mais um encontro estadual a caminho. 
Após receber sugestões de temas enviados pelos Diretores dos DIJs das UREs do Estado, 
a equipe DIJ/FEP, juntamente com a coordenadora geral do evento, Sandra Borba Pereira, 
chegou ao tema central do 6º Encontro Estadual de Evangelizadores: Fundamentos 
para a evangelização: conhecimento, amor e trabalho.
Encontro terá a participação de evangelizadores de infância, selecionados pelos Diretores de 
DIJ das UREs.
As vagas ofertadas a cada região do Estado serão distribuídas levando em conta os dados 
do último Censo Numérico.
Importante ressaltar que o papel que esses participantes desempenharão nas suas regiões, 
será o de atuarem como multiplicadores da equipe da URE sob a coordenação de cada Diretor 
de 
DIJ.
Para mais informações procure o Diretor de DIJ da sua região.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Família - convite ao amor.


A tarefa não é tão difícil quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo.
Podem desempenhá-la assim o ignorante como o sábio, e o Espiritismo lhe facilita
o desempenho, dando a conhecer a causa das imperfeições da alma humana.3
Santo Agostinho, O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIV, item 9

A importância da família para o desenvolvimento da sociedade humana é pauta constante 
no campo de estudo dos homens, assim como sua importância para o processo evolutivo 
do Espírito tem sido constantemente abordado no intercâmbio com o plano espiritual.
Conforme afirmativa do Espírito Camilo, não foi sem razão que Carlos Marx e 
Frederico Engels estabeleceram que a família representa o primeiro grupo histórico e a
 primeira forma de interação humana aos quais os indivíduos se ajustam.1
Ainda, a célebre afirmativa de Rui Barbosa (1849-1923), um dos mais brilhantes intelectuais 
de seu tempo, considerando a família como a célula mater da sociedade, destaca a sua 
importância como embrião que se forma a partir de um pequeno núcleo de pessoas, e 
se desenvolve tomando a grandiosa dimensão da organização de toda uma sociedade.
De todas as associações existentes na Terra – excetuando naturalmente a Humanidade – 
nenhuma talvez mais importante em sua função educadora e regenerativa: a constituição
 da família, afirma o Espírito Emmanuel.2
Ante tais colocações, que ressaltam a grandiosidade da formação familiar para o
 desenvolvimento da sociedade humana, assim como para a educação do Espírito imortal, 
convém refletir sobre os princípios que regem a vida, de onde parte o ser, da simplicidade e 
da ignorância, para a sublimidade da angelitude, utilizando-se das diversas oportunidades 
reencarnatórias para tal conquista.
Baseados no entendimento do amor como sendo Lei Maior, emanada do Criador, 
que rege todo o Universo, faz-se mister observar com muita atenção que é o próprio 
amor o ingrediente fundamental que deve nortear toda a ação dentro do núcleo familiar, 
assim como o seu desenvolvimento em plenitude é o produto final que se almeja alcançar.
Recordando o convite do Mestre Nazareno, que ecoa em nossos ouvidos, através dos 
séculos, para que amemos ao nosso próximo como a nós mesmos, reconhece-se 
a família como a associação terrena que foi concedida por Deus como oportunidade 
desse aprendizado em ambiente seguro e protegido.
Ambiente propício para exercitarmos, ainda de forma incipiente, a prática do respeito, 
do perdão, da compreensão, do carinho e da compaixão, como forma de amar 
verdadeiramente.
A família, na qual dois seres se conjugam, atendendo aos vínculos do afeto,2 possibilita, 
por intermédio da paternidade e da maternidade, o despertamento das centelhas do
 amor do Pai Maior, latentes em cada criatura. Amor até então ignorado pelo homem, 
que percebe, a partir do exercício desses papéis, sentimentos antes não conhecidos, 
que o leva a abrir mão de si mesmo em nome de seus rebentos, a encontrar forças
 para lutar ante as adversidades, as quais não acreditava possuir. São as sementes do 
verdadeiro amor desabrochando no ser humano, que passa a enxergar o próximo antes 
de enxergar a si mesmo. É a verdadeira caridade que se manifesta no homem, 
convidando-o a rasgar a cortina do eu para ver o próximo mais próximo se apresentando,
 inicialmente, no papel de filhos, solicitando todo o cuidado que lhes possa ser dispensado.
Sem fórmulas preconcebidas para dar certo, a relação familiar deve contar com o 
componente essencial do amor. Amor puro que vai construir a relação do casal, que 
servirá de exemplo fundamental aos filhos, que ecoará no respeito entre irmãos, 
na construção de relações saudáveis entre os demais familiares, entre amigos e, 
por fim, em toda a sociedade.
Dessa maneira, o lar se constituirá no porto seguro, onde todos estarão sempre ansiosos
 para chegar. O local de aconchego e confiança, onde se diluirão mágoas, se confiarão
 segredos, se revelarão sentimentos, na certeza do respeito à individualidade de cada um
 e do amor que será o conforto às almas doridas que buscam redenção no plano terreno.
Viver harmoniosamente em família não exigirá de ninguém elevados requisitos de 
conhecimento, pois, consoante a afirmativa de Santo Agostinho a tarefa não é tão difícil
 quanto vos possa parecer. Não exige o saber do mundo. Podem desempenhá-la assim 
o ignorante como o sábio.3
Não exige de nós senão a busca sincera da simplicidade e da humildade, reconhecendo-nos 
como seres imperfeitos, colocados lado a lado, no ambiente doméstico, para o crescimento 
conjunto.
A família é o convite do Criador ao exercício do amor. O amor maternal, paternal, filial que, 
em breve, se tornará o tão almejado amor universal.

Bibliografia:
1 TEIXEIRA, José Raul. Desafios da vida familiar. Pelo Espírito Camilo. Niterói: Fráter, 2003. pt. I, pg. 18.
2 XAVIER, Francisco Cândido. Vida e sexo. Pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB. cap. 2.
3 KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 131. ed. Rio de Janeiro: FEB. cap. XIV, item 9.

domingo, 17 de novembro de 2019

SABEDORIA DA VIDA...

"Certa vez, perguntei para o Ramesh, um de meus mestres na Índia:
- Por que existem pessoas que saem facilmente dos problemas mais complicados, enquanto outras sofrem por problemas muito pequenos, morrem afogadas num copo de água?
Ele simplesmente sorriu e me contou uma história:
Era uma vez um sujeito que viveu amorosamente toda a sua vida. Quando morreu, todo mundo lhe falou para ir ao céu, um homem tão bondoso quanto ele somente poderia ir para o Paraíso. Ir para o céu não era tão importante para aquele homem, mas mesmo assim ele foi até lá. Naquela época, o céu não havia ainda passado por um programa de qualidade total. A recepção não funcionava muito bem. A moça que o recebeu deu uma olhada rápida nas fichas em cima do balcão e, como não viu o nome dele na lista, lhe orientou para ir ao Inferno. E no Inferno, você sabe como é. Ninguém exige crachá nem convite, qualquer um que chega é convidado a entrar. O sujeito entrou lá e acabou ficando.
Alguns dias depois, Lúcifer chegou furioso as portas do Paraíso para tomar satisfação com São Pedro:
- Você é um tratante. Nunca imaginei que fosse capaz de uma baixaria como essa. Isso que você esta fazendo é puro terrorismo!
Sem saber o motivo de tanta raiva, São Pedro perguntou, surpreso, do que se tratava. Lúcifer, transtornado, desabafou:
- Você mandou aquele sujeito para o Inferno e ele está fazendo a maior bagunça lá. Ele chegou escutando as pessoas, olhando-as nos olhos, conversando com elas. Agora, esta todo mundo dialogando, se abraçando, se beijando. O inferno está insuportável, parece o Paraíso!
E fez um apelo:
- Pedro, por favor, pegue aquele sujeito e traga-o para cá!
Quando Ramesh terminou de contar esta história olhou-me carinhosamente e disse:
- Viva com tanto amor no coração que se, por engano, você for parar no Inferno, o próprio demônio lhe trará de volta ao Paraíso.